forty nine.

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Jihyo's pov

Com certeza beber com Chaeyoung em uma segunda-feira não foi uma ideia boa, acho que os pensamentos em minha mente estavam tão altos que eu só precisava de algo que calasse eles.

Deu certo naquela noite, mas apenas nela.

Agora no meio da reunião eu estava com dor, sem foco, e pensando, mais uma vez, naquela maldita ligação.

Sana estava certa sobre meu humor, está péssimo, e eu não faço ideia de como fingir, por mais que eu não queria me sentir assim. A conversa que tive ontem com a Chaeyoung me deu uma ideia que eu quero muito por em prática, mas dessa forma será difícil. Dia dezesseis está chegando, nossos encontros sempre planejados por mim, seria perfeito, eu poderia planejar algo romântico, eu poderia entrar nessa fantasia fingir que não tenho inseguranças ou preocupações e apenas me deixar levar pelo amor que sinto e fazer algo lindo e romântico.

E eu quero muito fazer isso.

Essa reunião não resolveria nada, era como se eu não estivesse aqui, e mais uma coisa me distrai.

Sana, ela passa com algumas sacolas e dá um aceno com a mão para mim e um sorriso. Queria poder retribuir mais ela sabe que não posso, afinal outras pessoas viram ela passar. Eu apenas aceno com a cabeça e vejo ela sumir na direção da minha sala.

Isso é outra coisa que tem me sufocado.

Nunca vou poder segurar a mão dela por esses corredores? Nunca vou poder usar uma aliança sem que alguém pergunte se eu tenho um “marido” ? Nunca vou poder dizer a ninguém que estou com uma mulher e que trabalhamos juntas?

Ninguém me levaria a sério. Já não levam. Ninguém, nem ao menos as pessoas nessa mesa consideram o meu trabalho. Eu respiro fundo, minha mente estava seguindo uma linha de raciocínio que eu não precisava nesse momento.

Então eu fico lá, por mais quarenta minutos naquela reunião, ouvindo cada palavra dessa vez, e dizendo o que eu quero quando necessário. Posso não ser levada a sério mas consegui mais um contrato enorme. Isso amansa um pouco o meu ego.

Eu acompanho os investidores até o elevador e dou graças a Deus quando vejo as portas serem fechadas. Por alguns segundos eu me deixo tirar a postura que eu estava tentando mostrar dentro daquela sala e me apoio na parede. Eu estava com fome, só tomei um café hoje. Eu respiro fundo e volto a me apoiar nos meus saltos e ando pelo corredor.

Minha garganta está seca, meu corpo dói e eu estava sentindo um calor que não condizia com o clima lá fora. Eu passo direto por Sana, que estava em sua mesa, vou até o banheiro e lavo meu rosto depois passo uma das mãos úmidas na nuca. Quando me apoio na pia para olhar meu reflexo no espelho, vejo Sana do lado de fora do banheiro, perto da mesa me observando com uma sacola de comida na mão.

— Você está bem?

— Estou, só fiquei um pouco tonta. — Ajeito minha postura secando minhas mãos e meu rosto na toalha e saindo do banheiro.

— Vamos comer. — Ela diz.

Aquilo não foi uma pergunta, não foi uma sugestão, foi um aviso. Sana deixa as sacolas na mesa e vai até a porta trancando e fechando as cortinas dando uma última olhada para ter certeza que não tinha ninguém do lado de fora. Então ela volta a mesa, tira toda a papelada que estava sobre ela e antes que eu possa dizer qualquer coisa ela se adianta.

— Não reclame, estou cuidando de você. 

— Eu nem disse nada. — Falo me sentando em minha cadeira, Sana se senta na minha frente.

— Mas ia dizer. — Ela se senta.

— Porque está assim? — Pergunto, seu humor está diferente de quando ela saiu daqui. — Aconteceu algo?

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⏰ Última atualização: Nov 02 ⏰

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