Espaldar

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De costas um para o outro nós escutávamos o gemer e gritos de lamúria das criaturas que se aproximavam. Não acredito que aquele era o fim.

- Acho que tá na hora da ação - Cassian sorriu e seus caninos brilharam, um olhar de morte permeou sua íris.

- Vai ser bom colocar o treinamento em prática - Az comentou com sua voz grave e serena, enquanto estralava o pescoço, se preparando para o combate.

- Sempre gostei de um pouco de ação no fim da noite - Rhys comentou com aquele sorriso matador, estralando os dedos.

- É sério que vocês estão pensando em lutar? - Eu pergunto assustada.

- Você tem outra solução? - Cassian perguntou.

Olhei ao redor e uma pequena fenda na mata me chamou a atenção. Uma atração magnética me deixou instigada. De lá não parecia vir criatura alguma, poderíamos tentar correr e nos esconder.

- Venham!!!

Eu apenas chamo e saio correndo em direção a fenda, escutando os gritos de protesto dos meus companheiros que me seguem buraco adentro.

- Eu mandei não correr! - Ouço Cassian gritar enquanto corre.

- E desde quando você manda em mim, Cassian?

- Humana teimosa! - Ele grita.

Chegamos ao pés de um brejo e não parece haver vida naquela água negra. Tudo ali fedia e era pegajoso demais para uma floresta normal.

Demos a volta e logo nos deparamos com uma subida, quase um morro, que escalamos com cuidado, escorregando no limo da pedra.

- Cuidado - Rhys comenta ao me ver escorregar.
Quando chegamos ao topo da pedra, que era um pequeno precipício, damos de cara novamente com mais um bagazu, logo abaixo de nós. Sua boca estava virada para cima. Aguardando algo que passe por cima cair lá dentro.

As criaturas nos seguiram e começavam a surgir ao pé da encosta, mas outra coisa me chama aatenção, o bagazu. Dentro da boca dele algo brilha.

- Ótimo, estamos encurralados - Cassian olha me culpando.

- Temos que sair daqui - Az fala.

- E o espaldar? - Perguntei.

Rhys que já aguardava um ataque dos monstros crianças me olhou e negou com a cabeça.

- Vamos embora! - As asas dele aparecem e ele anda até mim.

- Espera, eu acho que está....

- Não, não há tempo, vamos embora... - Rhys me estende a mão, mas eu nego.

Os meus dias na Primaveril não seriam em vão, eu não me vendi a Tamlim por nada. Eu ia conseguir aquele espaldar custe o que custar.

- Vamos, S/n - Rhysand ordenou, mas eu neguei com a cabeça e em um impulso rápido e completamente inconsequente eu me jogo do precipício dentro da boca do Bagazu que a fecha assim que eu passo.

Cassian Pov.

Completamente em choque com o ato imprevisível da humana mais extraordinariamente corajosa e idiota que eu já conheci, Rhys grita por ela quando ela salta para a morte.

Rhys tenta voar até lá imediatamente, mas os monstros nos atacam, um para cada um. Rhysand acaba ficando com um maior que além de bastante pegajosos, tinha um bebezinho em sua boca, que tentava alcançá-lo enquanto ele segurava forte.

Essas criaturas não são quaisquer criaturas, elas existem nesse mundo antes dos féericos e qualquer outro nem saberia que ela estava atacando antes de ser tarde demais.

Olhos púrpuraOnde histórias criam vida. Descubra agora