Capítulo 42

66 4 0
                                    


O que fazer em situações em que alguém ameaça nossas vidas? Seria ético matar essa pessoa? Até mesmo moral? Na bíblia, se condena qualquer tipo de ato de vingança e nunca, em hipótese alguma, se deve matar. E isso está nos dez mandamentos das leis de Deus. O quinto mandamento: Não matarás. Os duelos provavam que a humanidade ignorava essa lei tão importante e fundamental, para a civilização humana. Para que houvesse ordem e para que se aplicasse a justiça. Na visão de Erik, a justiça era falha. E que ele deveria fazer algo a respeito disso. Principalmente, no caso do conde, que ameaçava a vida de Ayla, como já fez com Christine.

O conde marcou o encontro deles em uma taberna, na cidade de Bristol, no condado de Somerset. Ou ele estava em uma missão suicida, sabendo o que estava prestes a enfrentar, ou contratou alguém em seu lugar, para fazer isso. E quando menos eles esperassem, ele iria entrar em cena. Erik não descartava essa ideia. Na verdade, ele já estava prevendo de antemão que isso viria acontecer. Por isso, quando o detetive Stanford pediu que Erik ficasse em casa esperando noticias, Erik apenas assentiu. A polícia iria atrás do paradeiro de Philip, e prometeu trazer seu amigo, Leon, para casa. Os inspetores pareciam corretos em seu trabalho, prontos para cumprir a lei, mas Erik estava mais preocupado com o fato de que eles iriam falhar. E a mente do conde parecia deturpada, a ponto de se expor, raptando um detetive, além de enviar uma carta, se incriminando. Ele seria preso, com certeza. Mas, provavelmente, tinha alguma carta na manga. Os dois cenários eram possíveis. Ser pego ou matar a todos, fugindo mais uma vez. E claro, ele exigiu dinheiro. Talvez, estivesse lhe faltando recursos, por isso o ato desesperado. E o mais estranho era sua forma de descrever como torturou Leon, para que ele falasse onde estava sua esposa. E que ele queria muito falar com ele, seu sócio. Perguntou desde quando eles se viam e se ele havia a deflorado. Eram perguntas de teor tão baixo, que Erik não podia nem pensar em deixar Ayla chegar perto daquela carta.

Pela tarde, ele pediu para que seu valete providenciasse uma maleta com roupas, para uma viagem curta. E se preparou para o momento em que iria encontrar Philip. Colocou dentro do seu casaco todas as armas possíveis. Duas pistolas, seu canivete e seu relógio de bolso com corrente. Avisou aos empregados para ficar de olho em Ayla e não permitir que ela saísse de casa. Apenas informou que era uma viagem de negócios. Que voltaria em poucos dias. Avisou sua noiva, assim como Christine. Ayla pediu para ir junto, mas ele não permitiu. Ela ficou tão irritada, que não permitiu que ele a tocasse. Erik não deu atenção aquilo, afinal, precisava focar em como se livrar de Philip. Depois, teria muito tempo para conquista-la. E não iria desistir dela, em hipotése alguma.

Procurou Ayla para se despedir, mas não a encontrou pela casa. Estava preocupado que ela tivesse tentado fazer alguma besteira. Foi então que viu a porta do seu escritório entreaberta, ao passar pelo corredor. Ele observou, com cautela e pode ver pela fresta sua noiva apoiada na escrivaninha, com uma carta na mão. Ele abriu a porta, muito irritado. Ela o fitou, com surpresa, colocando o papel atrás das costas. E para piorar a situação, ele pode ver a gaveta aberta. Ela simplesmente havia arrombado a gaveta.

- Ayla, o que significa isso? – ele perguntou, em tom duro.

Ela o fitou com medo, mas depois, com um ar petulante.

- O que significa? Eu quem pergunto a você – ela disse, com um tom irônico, mostrando a carta – Por que me escondeu isso? Por quê?

- Você não devia mexer nas minhas coisas.

- Ah, não deveria? – ela ironizou, o deixando encolerizado – Você simplesmente diz que vai viajar a negócios e havia uma carta, a qual eu não tenho o conhecimento do que estava escrito, até anteontem. E então, eu pensei, por que não buscar o que tanto o deixou aflito? Então, eu leio isso. Essa carta que é endereçada a nós dois – ela disse furiosa.

Um assassino em Paris - O Fantasma da ÓperaOnde histórias criam vida. Descubra agora