Os meses foram passando para Ayla. Tudo parecia mais tranquilo. Mas, ainda pairava o medo, a dor. Philip nunca chegou a ser preso. Os inspetores foram mortos, assim como o cocheiro teve a garganta cortada, no caminho para Londres para a cadeia. Ele seria transferido para Paris, para ser julgado lá, por ser cidadão francês. Esse caminho nunca for percorrido. Segundo Leon, ele havia consigo de alguma forma escapar das amarras e atirado nos dois inspetores e fugido a pé. Mas, para onde iria, no meio do nada? Só o que se sabia era que ele nunca fora visto, por ninguém na região, entre Bristol e Londres.Leon ainda o procurava, como questão de honra, pelo que fizera a Beatrice e a sua nova amiga e irmã, Ayla. E por todas as suas vítimas. Ele nunca iria desistir disso. E em Paris, os ânimos se acalmaram. O assassino estava estranhamente quieto. Duas mortes ocorreram, ao decorrer do ano, de jovens do coro da Ópera de Paris, mas não sabiam se era ele agindo ou não. Erik ainda pensava que poderia ser Carlotta. Algo que Ayla, Christine e Leon descartaram. Por que ela sujaria suas mãos tão delicadas? Colocaria arsênico no chá, não enforcaria ou cortaria suas gargantas. E as mortes aconteceram do lado de fora da Ópera. Não poderiam culpar o fantasma, que não assombrava mais a Ópera. Ele também estava silencioso, apenas tentando conquistar o coração da sua amada soprano, Ayla.
Ela havia voltado a cantar em algumas óperas. Pincipalmente nas duas vezes aquele ano, que O Fausto fora exibido. Ela brilhava como uma das sopranos mais aclamadas da Ópera de Paris, deixando Carlotta enciumada. E Erik a via do camarote cinco, cheio de orgulho e acompanhado de Leon, Christine, Persa e Meg. Naqueles meses, Persa e Meg assumiram um romance e foram descobertos por Ayla, quando entrou no escritório dele, sem bater. Fora uma visão estranha vê-lo beijar sua amiga, com ela em cima da escrivaninha. Depois disso, eles anunciaram o compromisso.
Leon e Christine pareciam relutantes em dar qualquer passo para um relacionamento. Ayla sabia do sentimento que os dois nutriam, um pelo outro. Estava estampado em seus rostos. Mas, Christine apenas dizia que era uma amizade bonita. E Leon, o mesmo. Ainda iria juntar aqueles dois, era nisso que pensava.
Apesar de Philip nunca ter sido preso, Ayla curava seu coração e não tinha mais medo de estar sozinha. Além do fato de Erik a cercava sempre. Se ela estava na Ópera, ele estava nos subterrâneos, exigindo sua atenção, para que ela cantasse para ele. E ele tocava o violino para ela. Nos finais dos ensaios, é claro, eles viam o pôr do sol no telhado, lado a lado, ao som do violino de Erik, ou apenas trocando beijos e caricias.
- Tudo está bem, quando termina bem – Ayla disse, ao ver pela primeira vez que conseguira acertar um ponto, no crochê. E conseguira fazer um cachecol quase utilizável.
Christine gargalhou, ao ver a cor berrante. Era da cor vermelha.
- O Natal já passou, Ayla. Você sabe – ela brincou, sentada no sofá, da nova casa de Erik.
Elas sempre iam até a casa dele, sempre que podiam. As duas viviam nos dormitórios da Ópera de Paris, atualmente. E para manter o decoro, Ayla só ia até a casa de Erik, acompanhada. E claro, quando dormia no dormitório, Erik a acordava, sorrateiramente, para que eles dormissem juntos em sua casa no lago, nos subterrâneos da ópera. Se eles faziam algo de indecoroso? Nada que passasse dos limites, até que se casassem. E Ayla estava aborrecida com a demora para dissolver seu casamento mau fadado.
- Olha o que chegou com o carteiro – Erik segurava uma carta, já aberta e mostrou para Ayla e Christine.
O rosto de Ayla se iluminou, primeiro, ao ver seu amado noivo. Segundo, pela carta que parecia ser a solução para seus problemas.
- O que é? – ela perguntou, ansiosa.
- Veja, querida – ele entregou a carta.
Ela pegou a carta na mão, lendo. Viu o selo timbrado na carta. Era do papado. Seu coração batia tão rápido, que ela mal conseguia ler. Mas, lá estava a resposta que precisava. Ela estava livre do casamento com Philip. Ela era uma mulher livre. Finalmente livre. Ela pulou do sofá, e enlaçou Erik, no pescoço. Ele riu da atitude da noiva, também feliz por finalmente poder casar com ela.
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Um assassino em Paris - O Fantasma da Ópera
FanfictionAyla Brown buscava uma forma de ser reconhecida pelo seu talento. Sua voz de soprano era tudo que tinha e queria lutar por seu sonho: ser cantora de ópera. Com uma oportunidade irrecusável, se muda para Paris, mas descobre que apenas será uma bailar...