Capítulo 36

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Erik sentiu o coração acelerado ao ver Ayla entrar na sala de jantar. O vestido de seda verde água caia muito bem na silhueta esguia da jovem. E a deixava ainda mais encantadora. Ele sorriu e se levantou, assim com Leon ao seu lado. Notara Christine entrar junto e sorriu. Sua amiga estava sendo de grande ajuda. Pedir que ela fosse morar com ele em Londres fora algo de última hora. Não era de fato para resguardar Ayla. Ele desejava que Christine voltasse a sua vida e queria protegê-la. Mas, o sentimento de posse que tinha por ela havia se dissipado. Se tornara em uma amizade genuína. Estava feliz por tê-la presente e por ver que Ayla estava interagindo bem com ela.

Ele se aproximou de Ayla, contornando a mesa e puxando a cadeira para que ela se sentasse. Faria o mesmo por Christine, mas Leon havia sido rápido, puxando para ela a cadeira ao lado de Ayla. Ele estudou o amigo e pode ver a expressão afogueada que seu rosto transmitia. Com certeza estava enamorado de Christine. E constatar isso não o encheu de ciúmes.

- Está encantadora, Ayla – disse Erik, puxando a mão enluvada dela, depositando um beijo terno no dorso.

Ela corou, olhando para baixo.

- Obrigada – ela respondeu, quase em um sussurro.

Erik se afastou e se posicionou no assento em frente ao dela, assim como Leon. Seu amigo parecia inquieto, lançando olhares para Christine, que fitava o prato vazio. Erik queria rir da situação, mas resolveu manter-se sereno. Deixaria que eles se resolvessem. Enquanto ele pensaria em como se resolver com Ayla. Como poderia se casar com ela, se ela já era casada? Não seria de bom tom dar vazão a paixão que sentia, enquanto ela não pertencesse a ele. Mas, queria mandar as favas as convenções sociais. E sua paixão se intensificou ao vê-la trajada daquela maneira. Não que Ayla não vestisse roupas elegantes, mas aquela noite ela parecia mais especial. Uma fada, ele diria. E que estava o enfeitiçando, deixando-o com os sentimentos a flor da pele. Ele queria tomá-la em seus braços e beijá-la com ardor, como já havia feito. Queria sentir seu gosto, sua pele, seu aroma de jasmim...queria a para si. Mas, precisava se controlar.

Não era assim que as coisas deveriam funcionar. Tinha que conseguir a dissolução do casamento dela com o conde. E então, torceria para que ela o aceitasse. Para que pudesse ser sua esposa, apesar da sua deformidade. Sentiu o medo ao pensar nisso. E mal percebeu que o jantar estava sendo servido. Se ateve a bebericar seu vinho e responder as perguntas de Leon, de forma monossilábica. Como faria para que Ayla nunca desejasse vê-lo sem a máscara? Como poderia manter o encanto dela? Talvez, ele não a merecesse...era um homem deformado. Como poderia ser amado?

- Está me ouvindo, Erik? – Leon perguntou, interrompendo seu fluxo de pensamentos.

- Ah...sim? – ele respondeu, fitando o amigo, que o olhava com um ar divertido.

- Perguntei se você está certo sobre essa viagem a Paris – ele disse e voltou-se para Ayla, que o fulminava do outro lado da mesa.

- Ele já esta certo disso, Bianchi. Não há mais o que discutir – ela disse, com rispidez.

Leon apertou os lábios, tentando conter um sorriso.

- E a condessa não teme por sua segurança? Quer realmente entrar em terreno inimigo, despreparada? – ele provocou.

Ayla apertou a faca que segurava, com um olhar assassino. Erik quis rir, mas segurou-se como pode. Ela era encantadora, mesmo irritada.

- Não vou despreparada – ela respondeu, irônica – Tenho meu guarda costas – ela fitou Erik, com intensidade – Ele insiste em me acompanhar – Ela se virou para Leon - E não foi o senhor que disse que Philip estaria em Somerset? Por que eu deveria me preocupar?

Um assassino em Paris - O Fantasma da ÓperaOnde histórias criam vida. Descubra agora