Capítulo 31

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Erik fez algo impensado. Não deveria tê-la beijado! Diabos! Por que não conseguia se controlar diante dela? Nunca sentiu aquele desejo irrefreável por qualquer dama, nem mesmo por Christine. Percebia que seus sentimentos por Ayla eram muito além. Algo primitivo, que o fazia querer tê-la em seus braços, tomá-la para si, fazê-la sua e nunca mais soltá-la. Mas, não tinha tempo para pensar nisso agora. Agarrou a jovem pelo braço e a fez andar mais depressa. Ela tropeçava e parecia hesitante em segui-lo. Mas, não havia mais tempo. Precisava tirá-la dali o mais depressa possível. Estava cometendo uma loucura. Não deveria levá-la a força, mas não poderia suportar vê-la morrer.

- O que está fazendo? – ela perguntou, irritada, tentando se soltar do aperto dele.

- Tentando salvar sua vida – ele respondeu, sem olhá-la.

Ele nem ao menos viu que havia decido para os jardins. Apenas contornou a casa e saiu pelo portão da frente. Sua carruagem estava há uma quadra da mansão e poderia levá-la até lá, em segurança. Deixaria aos cuidados de Leon, enquanto voltaria a mansão. Esperaria todos irem embora e então mataria Philip. E tudo estaria acabado. Depois, cuidaria pessoalmente de Ayla, para que ela tivesse uma vida feliz e confortável. Mas, não deveria ter se distraído. O plano era sequestrá-la e não dançar com ela e beijá-la. Não, isso não era o certo. Mas, não havia como corrigir mais isso. Não podia negar que seu corpo respondia ao toque dela. Que ele a desejava profundamente.

Eles atravessaram a rua de paralelepípedos. Sem serem detidos por ninguém. Como ela estava mascarada e ele também, ninguém iria reconhecer a condessa. Ela tentou fazê-lo parar, ele sentia a força dela, tentando fazê-lo estacar, mas não iria desistir. Tanto que a pegou no colo, para ir mais rápido.

- Erik, você está louco. Louco! – ela reclamou, esperneando.

- Sim, eu estou. Enlouquecendo por vê-la sofrer – ele disse, exasperado.

Ela se calou e não se mexeu mais. Ele avistou a carruagem negra, parada ao lado de um prédio. E abriu a porta. Leon fitou a cena com estudado interesse.

- Achei que a condessa viria por vontade própria, não em seus braços – ele zombou.

Erik o fulminou com o olhar, mas ele não sabia se seu amigo havia percebido, devido as sombras que tomavam a carruagem. Ele depositou Ayla sobre o banco e ela tentou empurrá-lo pelo peito, para pode sair, mas ele não se moveu um centímetro.

- Pare de lutar Ayla. Vai me agradecer quando estiver sã e salva – ele disse, com mau humor.

- Eu não posso partir. Você não entende? Ele vai matá-lo, com certeza vai. E vai matar todos aqueles que me importo – Sua voz continha desespero.

- Ele não vai. Vou cuidar dele – Erik assegurou. Seu tom era soturno.

- O que você vai fazer? – ela perguntou, receosa.

- Mata-lo, é claro – ele respondeu, simplesmente.

- Você...você...não pode fazer isso, Erik. Não é certo – ela tentou segurar a mão dele, mas ele se afastou. Iria fechar a porta, mas ela se colocou as pernas para fora. Ela não era fácil de lidar, ele pensou. E nem era de obediente, para seu desespero – Pare, Erik. Por favor. Vamos embora, apenas. Eu irei com você. Não podemos lidar com isso dessa maneira.

- Eu disse a ele – Leon comentou, com ironia – Uma hora ou outra ele vai estar com a corda no pescoço, por agir dessa maneira tão vingativa.

- Cale a boca Leon – Erik disse, com irritação. Ele desviou o olhar de dentro da carruagem e a fitou com intensidade – Ayla, é o único jeito de se livrar daquele homem. Eu não quero que ele faça mal a mais ninguém. Inclusive você.

Um assassino em Paris - O Fantasma da ÓperaOnde histórias criam vida. Descubra agora