Capítulo 27

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Andar de um lado a outro parecia fazer Erik respirar melhor. Ele precisava de um plano, algo que fizesse o conde de Chagny metesse os pés pelas mãos. Algo que o incriminasse. Mas, Leon havia informado que estava há anos tentando achar provas contra o conde e não encontrava nada irregular. Ele parecia ser um homem correto.

- Vou matá-lo, é isso – Erik decidiu, levantando os braços, em um claro gesto de impotência.

- Espere um pouco, Erik. Não seja precipitado – pediu Persa, segurando o amigo pelo braço, antes que ele saísse e cumprisse sua palavra – Não pode ser irracional. E se você for preso? Está louco?

Erik estava beirando a loucura, realmente. Já fazia uma semana que espreitava os passos do aristocrata e nada parecia apontar que ele fosse um homem corrupto. Nem ao menos violento. A não ser pelas marcas no braço de Ayla. E pela lei, ele poderia fazer o que quisesse com sua esposa. Para o horror e mortificação de Erik.

Erik alugara uma casa, nas proximidades do teatro, apenas para ficar mais perto de Ayla e do seu alvo. Esquecera-se dos seus projetos, apenas para cuidar dela. E Ayla se recusava a cooperar. Ela precisava dizer a verdade e deixar que ele a ajudasse. Mas, percebia que ser cavalheiro estava o fazendo perder muito tempo e ela poderia sofrer ainda mais e pior, morrer, sem que ele pudesse fazer nada. Preferia no momento interferir, a deixando furiosa, do que vê-la morta. Ah, isso ele não iria permitir.

- Eu não posso ficar parado – ele disse, passando a mão nos cabelos negros e os bagunçando. Sentia que não poderia respirar direito. Saber que Ayla estava em perigo todo esse tempo o deixava com remorso. Se ele não tivesse a incentivado a casar com Philip, ela teria ficado bem – Ela pode sofrer ainda mais. Você não viu as marcas arroxeadas nos braços dela. Não viu o seu olhar vazio, sem brilho. E sabe muito bem o que Leon disse. A irmã dele, Beatrice, morreu seis meses depois que se casou com aquele maldito conde!

Persa estreitou as sobrancelhas, demonstrando seu cansaço físico e emocional. Erik sabia que tinha exigido demais do seu amigo, mas não era o momento para fraquejar. Era somente nisso que pensava.

- Tem certeza disso, Erik? Leon estava abalado quando a irmã dele morreu. Ela morreu devido ao tifo. Não pode ter sido morta pelo marido.

- Poderia ser sim ser tifo, mas meu amigo, não houve nenhum caso na região. E a causa da morte quem alegou foi Philip. Ele deve ter pagado um médico para obter o atestado de óbito. Eu sei que não teve tifo na época e você também sabe disso.

- Mas, Erik, ele não estava em Paris, estava no interior da França. Pode ter acontecido lá e só não foi documentado.

Erik estava cansado daquela conversa. Precisava agir e sabia o que fazer agora.

- Vamos até a casa do visconde e ter uma conversinha com ele – Erik disse, com a voz sombria.

- Está louco? Ele sabe quem é você. Por sorte, não falou isso para o conde. Isso, se ele não contar. Pare e pense Erik. Não faça nenhuma besteira! – O tom de Persa estava elevado, demonstrando toda sua exasperação.

- Nós vamos à noite, quando ele estiver dormindo. Ele estará bem atordoado quando me ver. E se ele pensar em abrir a boca, eu o mato. Simples assim – Ele sorriu de forma macabra.

Persa engoliu seco. Quando Erik colocava algo na cabeça, era difícil de demovê-lo.

- Ok, qual é seu plano? – Persa se deu por vencido.

***

A noite estava tranquila. Não havia ninguém pelas ruas. Apenas algumas carruagens de aluguel passavam. Ninguém notaria dois vultos passando apressados e encapuzados. Eles andavam sorrateiramente, desviando de ruas mais movimentadas, escolhe atalhos até chegar a uma mansão em uma região nobre de Paris.

Um assassino em Paris - O Fantasma da ÓperaOnde histórias criam vida. Descubra agora