Quando se está casada a cinco anos, você ainda está perdidamente apaixonada, ou se acostumou com a rotina, e, no caso de Camila, filha de arquitetos e amante dos traços de um bom desenho, a rotina foi algo no qual ela se jogou. Embora o casamento nã...
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Quando demos o almoço por encerrado, minha mãe me pediu que mostrasse a casa para Lauren, além de a convidar para visitar nossa empresa, e eu rapidamente encontrei a melhor saída para sumir com Lauren pela casa. Eu a apresentei os cômodos principais, claro, e até mesmo a sala de jogos, que contava com duas mesas de sinuca, seis fliperamas, uma pesa de ping-pong e um videogame de movimentação humana. Mostrei a ela onde estavam o restante dos quadros que minha mãe comentou que tinha, e, por fim, a trouxe para meu antigo quarto, o último do corredor esquerdo.
Ele era o pedaço da casa que eu mais achava que combinava comigo. Havia desenhos colados por toda parede, assim como pôsteres das minhas bandas ou artistas solos favoritos da época da minha adolescência.
Minha cor favorita sempre foi roxo e preto, então, a maioria da decoração do meu quarto rodava nessa paleta. Os lençóis eram sempre roxos ou pretos, a cortina era roxa, o carpete era preto, a almofada do banco da minha penteadeira era roxo, puff perto da janela preto, o abajur roxo, o ursinho de pelúcia encima da minha cama preto. E assim seguia a paleta.
— Minha mãe sempre arruma meu quarto, mesmo que eu não durma mais aqui – eu digo, fechando a porta atrás de mim.
Lauren da um giro de 360° lentamente, gravando cada detalhe. Ela olha desde o lustre, ao carpete, e até espia meu closet e a porta para o banheiro, mas o que realmente chama sua atenção são meus desenhos.
— Eu pensei que seus pais iriam me perguntar sobre o motivo de eu ter ido embora – Lauren comenta, passando os dedos delicadamente pelos meus desenhos.
— Eu pedi a eles por mensagem assim que saímos de casa para que não fizessem – eu tranco a porta, por vias das dúvidas, e vou até o móvel ao lado da cama, onde tenho certeza que deixei meu caderno de desenho pela última vez. – Pensei que poderia ficar desconfortável.
— Provavelmente ficaria – Lauren ri baixinho. – Eu imaginava que você desenhava bem, mas não tão bem assim, é incrível! Os detalhes... Parece que estou olhando para uma fotografia em preto e branco.
Sorrio com seu elogio, porque, embora não fosse a primeira vez que eu escutasse, é diferente quando vem dela.
— Vem cá – digo, recolhendo meu caderno e o lápis que deixei pra trás quando vim aqui, na semana passada. – Quero desenhar quem está me dando inspiração nos últimos dias.
Lauren abandona meus desenhos para se aproximar de mim. Faço um sinal para que ela se deite na cama, e assim que acontece, eu vou para cima dela, até conseguir sentar em seus quadris, com uma perna de cada lado do seu corpo. Lauren esboça um sorriso de canto, e seu olhar percorre minha clavícula, meus seios, meu abdômen, o meio das minhas pernas e minha coxa. Sinto cada célula que ela queima com os olhos entrar em combustão. Aquela posição era claramente sexual, e sei que, do ângulo em que estamos, ela consegue ter uma visão perfeita dos meus seios.
