Capítulo 51 - Casa é uma pessoa.

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Galera, ontem eu postei o capítulo 50, porém, não sei o que o wattpad arrumou que não notificou pra ninguém, então, caso isso tiver acontecido com você, saiba que tem um capítulo antes desse aqui, e você pode encontrar ele na listagem de capítulos da fic.

É isso galera, fiquem abaixo com o último capítulo dessa história maravilhosa + capítulo bônus que está muito fofo, os dois estão sendo postados agora. Bjsssss <3
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Não esperamos a comemoração acabar, porque eu não teria mais ânimo para enfrentar todas aquelas pessoas, então, deixo nas mãos de Alejandro e Sinu a desculpa para a minha ausência e de Camila, que foi comigo para meu apartamento, juntamente com As...

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Não esperamos a comemoração acabar, porque eu não teria mais ânimo para enfrentar todas aquelas pessoas, então, deixo nas mãos de Alejandro e Sinu a desculpa para a minha ausência e de Camila, que foi comigo para meu apartamento, juntamente com Ashley. Eu apaguei assim que caí sobre a cama, e acho que tive o sono mais pesado de toda minha vida, mesmo que eu esteja leve como uma pluma. Quando eu acordei, estava determinada a acabar com aquela página de uma vez por todas, então, eu entrei para dentro do quarto em que usava como ateliê temporário, em silêncio, e pintei. Usei todos os sentimentos guardados em mim por todos esses anos naquele quadro, e no momento em que terminei, não deixei a tinta secar. Usei um apoio para as mãos para levantar o quadro, e o levar até meu carro, na garagem do prédio. O deixei ao meu lado, e parti para o lugar que eu nunca pensei que iria colocar meus pés novamente, até eu me encontrar aqui, do outro lado da rua.

A placa mortífera, de prata escurecida nomeava o cemitério, e eu fico a encarando por uns cinco minutos, com o quadro na mão, esperando que minha cabeça me obrigue a dar o primeiro passo. Já estava sentindo a corrente de ansiedade passar por mim, me fazendo acreditar que não era tão uma boa ideia assim.

— Você precisa disso – eu sussurro comigo mesma, me encorajando, e finalmente atravesso a rua.

Toda a sombra que habitava em mim tentava me puxar de volta a cada passo que eu dava, mas eu fazia esforço para continuar andando, sem olhar pra trás, fazendo o caminho que minha eu de dez anos gravou perfeitamente. O caminho onde me levou a ver minha irmã pela última vez, antes de abaixarem o caixão, e a soterrar a sete palmos do chão.

Há um velório ocorrendo hoje, consigo ver o montante de pessoas reunidas em volta de uma cova aberta. Consigo até ouvir os choros, e isso me faz começar a andar mais rápido. A morte é estranha. A única certeza que temos na vida, é que ela irá chegar em algum momento, que é a única coisa que não conseguimos impedir, talvez retardar, mas nunca impedir, mas, quando ela chega, e leva alguém próximo, somos arrebatados com uma dor descomunal, como se nunca tivéssemos pensado na morte. Como se não soubéssemos que todos nós vamos morrer. Eu particularmente acho que a dor chega quando cai a ficha de que você nunca mais vai ver aquela pessoa, que nunca mais vai ouvir sua voz, senão pelos vídeos que ela deixou, que nunca mais vai toca-la, sentir seu calor. Que nunca mais vai a ver sorrir ou rir. Que todo o resquício de via vai começar a sumir, até que não reste nada senão as lembranças de que um dia ela esteve ali, que foi parte desse mundo. É difícil aceitar isso.

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