Capitulo 34 - Aniversario de 18 anos.

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Nova York City | passado

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Nova York City | passado.

Dezessete de maio, meia-noite e meia. Era para Taylor estar completando dezoito anos.

A essas horas, eu deveria estar saltando sobre sua cama, a acordando, com um presente nas mãos que meus pais me fizeram prometer que eu não daria até de manhã, quando todos acordassem, mas eu era uma criança que via magia nos aniversários, que tratava os dos meus irmãos como se fossem meus, então, claro que eu não iria cumprir a promessa.
Desde quando tive idade para saber programar um despertador no celular, meus irmãos nunca mais conseguiram dormir uma noite completa no dia de seus aniversários, porque eu colocava o celular para despertar às onze e cinquenta e cinco da noite. Roubava os presentes do quarto dos meus pais e ia acordar Taylor e Chris, pulando sobre suas camas, animada, desejando feliz aniversário, com o presente em mãos. Hoje, acho que mamãe e papai gostavam dessa minha energia, porque sempre deixavam os presentes aonde eu conseguia alcançar.

Hoje, também não tem Taylor ou Chris para fazer isso. Como não teve no ano passado.

Não tenho Chris porque ele me odeia, e não tenho Taylor porque está morta.

Os aniversários desde o momento em que Taylor morreu se tornaram uma maldição. Amaldiçoava cada aniversário meu, por ainda estar viva, e amaldiçoava o de Taylor, por ter morrido.

Mas dessa vez era diferente. Eu estava pior.

Taylor sempre sonhou em ter dezoito anos, por uma fantasia de que as pessoas com essa idade se tornavam mais responsáveis e atraentes. As mulheres pareciam mais mulheres, e os homens mais homens. Eu com a idade que tinha quando ouvia isso dela não entendia, e hoje entendo ainda menos. Não acho que as pessoas ficam dessa forma quando mais velhas, mas fico imaginando como ela estaria se estivesse alcançado os dezoito. Como seus traços estariam, como seria a festa que ela planejava, com toda decoração de sua escolha. Ela estaria namorando? Seu corpo estaria com mais curvas como ela desejava? Ainda seríamos melhores amigas? Como seria o tom de sua voz hoje? Será que algum dia ela iria me perdoar por ter me tornado uma parede entre sua vida?

Eu sempre ficava mal quando seu aniversário se aproximava. Mas, dessa vez, eu estava pior. Pior ao ponto de me ver no mesmo buraco que a dois anos atrás, quando tudo aconteceu. Pior ao ponto de querer fazer qualquer coisa para que essa angústia que esmaga meu peito, até que eu não consiga respirar bem sumir.

Eu prometi para a mamãe que não iria mais recair. Prometi para eu mesma.

Mas olha só pra você, já está morta por dentro.

Ainda quero me reerguer.

Quer mesmo?

Sim!

E você se acha capaz de conseguir?

Vou tentar.

Você nunca vai chegar lá.

— Para de falar na minha cabeça, porra! – Eu grito, para a voz que eu sabia que vinha de dentro de mim, sempre pessimista, sempre querendo meu pior.

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