Capitulo 50 - Carcaça de uma alma quebrada.

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Eu senti que Taylor estava me abraçando naquele momento em que Camila passou os braços por mim

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Eu senti que Taylor estava me abraçando naquele momento em que Camila passou os braços por mim. Senti como se ela me apertasse forte e dissesse que estava tudo bem agora.

Taylor era minha pessoa favorita do mundo todo até sua morte. Eu tinha um medo absurdo de que, na escola ou na própria vida, alguém a tratasse mal por ela ser diferente, e quando ela morreu, eu tive medo de que eu tratasse mal as pessoas mal porque eles eram diferente dela.

Eu acho que toda essa agonia está se encerrado agora, e eu quero chorar por isso, por um alívio que eu desejei sentir por dez anos. O sufoco finalmente está se cessando, e Taylor, que antes assombrava todos os meus dias, fazendo de mim um lugar escuro e vazio, agora parecia estar me fazendo cor novamente, me abraçando, sendo a irmã que eu sempre adorei. Onde eu decidi que estava certo pensar que Taylor me odiava pelo o que tinha acontecido? Ela nunca seria capaz de me culpar por nada, porque me amava, porque eu era sua irmã mais nova e porque eu era sua pessoa favorita também. Me desculpe por ter tentado de todas as formas me matar também, Tay.

Quando eu me separo de Camila, meus ombros estão mais leves, assim como minha alma, e embora uma lágrima ou outra ainda esteja descendo, elas são indolores, e eu sorrio de leve para Camila.

— Se eu soubesse que eu sentiria isso depois de colocar tudo pra fora eu tinha te contado tudo no momento em que te vi – eu brinco, para cortar o clima, fazendo Camila rir, e uma lágrima solitária escorrer pelo seu rosto.

— Acho que tudo chegou no momento certo – ela suspira fundo, segurando meu rosto para deixar um selar nos meus lábios. – O que você quer fazer agora?

Eu tenho muitas vontades agora. Quero deitar nessa cama, agarrada a Camila, e deixar essa paz que estou sentindo tomar conta da gente, em silêncio, até o amanhecer. Quero descer e conversar com meus pais, colocar todos os pontos nos "is" e fazer de Camila e eu algo que não precisa mais ser escondido. E quero encarar Taylor de novo, pela primeira vez em todos esses anos, e dizer tudo que eu tenho para dizer pra ela. Quero deixar sua sombra ir embora de mim. Mas agora já deve ser quase uma da manhã, e não vou conseguir fazer isso agora.

A segunda opção será melhor.

— Vou falar com meus pais – eu me levanto, enxugando as lágrimas do meu rosto. – Não quero fazer pausas muito longas entre uma conversa e outra porque não quero desanimar.

— Ok, você quer que eu vá com você?

— Não, quero tentar resolver isso sozinha com eles, preciso disso – vejo Camila concordar, e eu afundo meus dedos nas minhas têmporas, sentindo algumas pontadas na região. – Meu Deus, tudo isso está fazendo minha cabeça explodir.

— Eu tenho remédio de enxaqueca, caso você quiser – eu sorrio com sua oferta, abrindo os olhos para a olhar.

— Eu não tomo remédio, meu bem – Camila arregala os olhos, se lembrando de que eu já tinha falado sobre isso com ela.

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