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Capítulo 15

PAZ, AMOR... E ABÓBORAS

  Xiao Zhan

 

No dia seguinte, tiramos o Honda Accord de Yibo da garagem, que estava parado nesses últimos meses, e saímos pelos arredores de Sunset Cove para almoçar com sua família. Ele ligou na noite passada e  os  surpreendeu  com  a  notícia  de  que  estávamos  na  cidade,  e imediatamente sugeriram que devíamos passar por lá, para ficarmos em  frente  à  fogueira,  e  termos  uma  rodada  tardia  de  milho  de fogueira,  seja  lá  o  que  isso  fosse,  concordamos,  mas  passaríamos primeiro na praia.

O  ar  quente  e  salgado  me  passam  um  sentimento  de rejuvenescimento, e eu me pergunto quando foi à última vez que me senti tão livre. Não duraria, é claro, uma vez que alguém comentasse onde estávamos, mas, pelo menos, a noite passada, com a mão de Yibo  na  minha  enquanto  observávamos  as  ondas  quebrando  na areia, meu mundo havia encontrado uma base constante.

Paz.

— Você não parecia tão nervoso em conhecer os meus pais quando  entrou  no  meu  apartamento  ontem.  —  Yibo  diz,  olhando rapidamente para mim, quando vira o carro em uma longa faixa de terra.

— Por que será?

—  Tecnicamente,  eu  já  conheço  os  seus  pais.  E  ontem  eu estava me preparando para me segurar, caso Haiukan  acabasse sendo um pouco amigável demais.

Yibo ri disso e vira à esquerda, passando por uma caixa de correio  com  a  forma  de  uma  casa  de  madeira  de dois  andares.  Há árvores  espessas  de  cada  lado  da  estradinha  de  terra  e  cascalho acidentada,  e  então  Yibo  diz: 

—  Mas,  como  você  viu,  nosso relacionamento é puramente platônico.

— Eu aprovo.

— E se você não tivesse aprovado? Haveria algum tipo de luta?

Rasgariam um ao outro por minhas afeições?

— Você gostaria disso, não é?

— Eu gostaria de assistir. — ele diz.

—  E  eu  aqui  pensando  que  você  só  queria  ser  observado.

Estou aprendendo mais sobre você todos os dias, Wang.

Ele ri, à medida que as árvores somem, uma casa de madeira de dois andares, com a forma idêntica da caixa de correio, aparece diante de nós, acentuada por uma escada irregular pintada com as cores do arco-íris. E parece exatamente como o tipo de lugar que eu esperava que os Wangs vivessem. Um lugar verde e sem vizinhos, e uma versão maior de uma casa estilo barraca. O oposto do imenso patrimônio  multimilionário  onde  meus  pais  moram  em  sua comunidade fechada em Chicago.

Depois que Yibo estaciona o carro e nós saímos, Sunshine abre a porta da frente e dá um grande aceno com a cabeça.

— Ei, meninos! — ela diz, e então vai até a grade da varanda e  se  inclina  sobre  ela  para  gritar  em  direção  ao  quintal.

—  Ziggy, largue essa enxada e venha saudar o seu filho e seu novo namorado.

Olho para Yibo, que está sorrindo, mas balança a cabeça.

— Não se preocupe. — eu rio. — Minha mãe sempre diz ao meu pai a mesma coisa.

Que as prostitutas podem ser um problema.

"Casual Affair" O Romance (livro II)Onde histórias criam vida. Descubra agora