Preferi ir embora sem Nick hoje. Ele estava se divertindo com os amigos e eu não quis atrapalhar. E também, nós não morávamos tão longe, dava pra ir andando pra casa. Isso porque eu não passei no meu teste de direção, então nunca consegui a minha carteira de motorista. Do contrário, Nick não se importaria em me emprestar o carro dele, tenho certeza.
Ao chegar em casa, eu passei duas longas horas fazendo toda a minha rotina de skin care. Cuidei dos meus cabelos, da minha pele, e fiz as unhas. Aproveitei o tempo sozinha em casa para ter o meu momento sozinha. E por fim, desci para comer alguma coisa.
Meu corpo se enrijeceu ao escutar um burburinho na cozinha. Meus passos foram ficando cada vez mais pesados, mas mesmo assim a curiosidade foi maior que eu. Levei a mão ao peito ao encarar o rosto familiar ali.
— Porra, Chaz! Quer me matar de susto? — Reviro os olhos e suspiro fundo.
— Desculpa. — Ele riu divertido. — O Nick pediu pra eu trazer uma pizza pra você e também pra eu pegar mais cerveja.
— Como você entrou?
— Nick. — Ele ergueu as chaves do Nick. — Tudo bem?
— Sim. Eu estava mesmo vindo comer. — Abri a caixa da pizza e peguei uma fatia. — Estão se divertindo?
— Sim, você sabe... A gente tenta. — Ele sorriu sem jeito. — E você? — Olha em volta. — Parece meio solitário aqui.
Sorri de lado e abaixei os olhos. Acho que de certa forma, Chaz tem razão. Não consigo me adaptar com os amigos de Nick, não estou mais com Sean também, então sem Alyssa aqui, me sinto sozinha.
— Eu estou bem. — Afirmo.
— Certeza? — Ele pergunta e logo em seguida dá de ombros. — Posso escapar dos meninos hoje e ficar aqui, se você quiser.
Namorei por longos e entediantes dois anos, mas tenho certeza de que não perdi o jeito com a coisa. Chaz está flertando comigo. E está fazendo isso na cara dura.
— Charles. — Sorrio sem graça.
— O Nick gostaria que fosse eu quem quebrasse a regra.
— Que regra? — Franzo o cenho.
— Nenhum dos atletas pode sair com você. O Nick nos deixaria no banco por uma eternidade. — Ele riu divertido outra vez.
Bem, isso explica o porquê ninguém nunca mostrou interesse em mim. É uma regra estúpida que me deixa extremamente irritada, anoto mentalmente que preciso brigar com Nick mais tarde.
— Bom, se quiser companhia, me liga. — Ele sorri amigável e se vira para ir embora.
Não estou dizendo que Chaz é feio, do contrário. Ele é muito bonito e atraente. E além do mais, ele é gentil e educado. Mas assim como Nick, eu nunca pensei nele em algo mais do que apenas meu amigo.
Algumas horas se passaram e Nick havia trazido seus amigos pra cá, o que nos rendeu uma discussão nada amigável sobre ele não ter me perguntado se eu me importaria ou não. Não quis me estressar muito com Nicholas hoje, até porque não conseguiria nada com ele estando bêbado pra caralho.
Sem muita escolha, eu acabei me rendendo a um shorts e uma blusinha um pouco mais apresentável que meu pijama de pandinha. Desci as escadas e cumprimentei algumas pouquíssimas pessoas que ali estavam. A música não estava tão alta, porque a maioria das pessoas estava do lado de fora. Eu peguei um suco na geladeira e mais um pedaço de pizza, assim me juntando aos meninos. Haviam algumas garotas também, mas eu não as conhecia.
Não pude deixar de notar o rosto esculpido de forma injusta, de tão angelical, de Justin. Ele não sorriu pra mim, apenas me encarou como se estivéssemos naquele cômodo escuro outra vez. Imediatamente apelidei isso como o Jogo de Encarar. Nós não expressávamos nenhuma emoção, apenas permitíamos nossos olhos piscarem de vez em quando. Ele relaxou o corpo e tombou o rosto para a direita. Eu também.
As pessoas ao redor estavam muito entretidas, ou muito bêbadas, para notar a guerra que estávamos travando ali. Passei a língua para molhar os lábios e Justin copiou meu movimento. Sorri e ele também. Puxei um gloss labial do bolso do shorts e abri calmamente. Passei a primeira camada no lábio inferior e depois repeti no superior. Comprimi os lábios, espalhando mais ainda o brilho e sorri esperando seu movimento. Ele enfiou uma mão no bolso e fingiu retirar algo de lá, que após alguns segundos se revelou ser apenas seu dedo médio. Ele fingiu passar um gloss também e repetiu o movimento com os lábios.
Revirei os olhos. Ele não revirou. Sorri vitoriosa. Ele percebeu que perdeu porque desviou o olhar de mim. Segui o que seus olhos estavam observando e tive vontade de gorfar ao ver a turista de mais cedo. Levantei rapidamente e segui para a cozinha, puxei uma das garrafas de vodka e virei um pouco em um copo. Procurei mais bebidas para misturar e sorri ao ver xarope de morango, Nick realmente me conhece.
— Que porra estamos jogando? — Ele perguntou ao entrar na cozinha. Não me virei, não precisei. O reconheci pela voz.
— Eu não estou jogando nada. O que você está jogando? — Menti dando de ombros na cara dura.
Ele me espremeu entre o balcão da cozinha e seu corpo. Eu ainda estava de costas, mas quase fraquejei ao sentir seu hálito quente no meu pescoço.
— Teimosa do caralho. — Praguejou baixo.
— Babaca. — Murmurei de volta.
— Esquisita. — Respondeu.
— Perdedor. — Eu disse e ele se afastou um pouco. Ainda assim, não me virei.
Esse era o Jogo de Palavras. Tínhamos que dizer o que vinha na nossa cabeça e o primeiro que ficasse sem respostas, perdia. Bem, costumávamos fazer mais quando estávamos no ensino médio, mas acabou perdendo o sentido depois de alguns anos.
— A turista está atrás de você. — Disse ao encarar a garota pela janela da cozinha. Me virei para vê-lo.
— Preciso de espaço. — Ele deu de ombros.
— Então, por que você a trouxe? — Cruzo os braços, mas antes bebo a mistura horrenda que acabei de fazer.
— De que outra forma eu ia te fazer ciúmes, Butera? — Ele perguntou com um sorriso travesso no rosto e eu corei no mesmo instante.
— Por que eu estaria com ciúmes? — Disse com a voz um pouco oscilante.
— Você está com ciúmes ou não? — Ele sorriu ainda mais.
— Claro que não! — Nego com firmeza dessa vez.
— Então, você não vai se importar se eu caminhar até ela e beijá-la? — Ele perguntou com o olhar desafiador. Trabalhei da minha cara de quem não se importa e dei de ombros. — Me assista. — Bieber disse e caminhou até a garota outra vez. Duas naquela mesma noite. Ele disse algo no ouvido dela e ela pareceu se divertir até demais. Ele a conduziu para dentro de casa e a beijou antes que ela me visse aqui dentro. Bieber se encostou na outra extremidade do armário, continuou beijando a menina, mas abriu os olhos para me ver.
Suas mãos passearam pelo corpo da garota, até finalmente apertar com força o traseiro dela. Ela também foi bem ágil ao levar suas mãos para o zíper dele. Bieber apertou os cabelos da menina e ela arfou. Engoli em seco. Ele percebeu que mexeu comigo.
— Procurem um quarto. — Disse e a fiz se afastar dele, ela estava extremamente envergonhada. Justin não tirou os olhos de mim. Um convite silencioso para o Jogo de Encarar outra vez.
— Eu vou embora, Justin. — A garota disse quase em um sussurro para ele. — Podemos nos ver amanhã?
— Sim. Eu te encontro. — Ele fez pouco caso. Ela o beijou se virou para a saída.
Nós assistimos ela ir embora, mas no minuto em que eu o encarei, ele sorria vitorioso. Mas agora era a minha hora de brincar. Caminhei para o lado de fora da casa e me sentei no colo de Chaz. Não esperei que ele dissesse nada, apenas o beijei. Abri os olhos e observei Bieber nos encarando como se estivéssemos completamente nus. Ouvi os garotos comemorarem, mas não deixei isso me abalar. Coloquei uma das mãos de Chaz na minha bunda e rebolei em seu colo. Ele se afastou um pouco e em encarou.
Antes que dissesse alguma coisa, eu me movi para dentro de novo e fingi ajeitar meu gloss enquanto observava Justin. Permanecemos imóveis por uma breve fração de segundos, até que ele se aproximou o bastante para que eu pudesse sentir seu corpo quente no meu.
— No seu quarto em cinco minutos.
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cruel summer
TeenfikceJustin era como fogo; ardente e selvagem por onde quer que passasse. Estava acostumado a arrancar suspiros apaixonados de garotas por toda Los Angeles. Menos os de uma pessoa em especial. Ariana nunca se interessou pelas molecagens de Justin. Não a...