iii.

143 8 15
                                    

Minhas pernas tremiam. Não de medo. Eu ainda estava extasiada com a imagem das mãos de Bieber pelo corpo da turista. De repente, sinto uma necessidade absurda pelo seu corpo, não sei explicar. Tenho absoluta certeza de que não se passa de vontades da carne. Não estou apaixonada por ele. Sequer pensar na possibilidade, me embrulha o estômago.

Fico contente que Chaz esteja bêbado o suficiente para não vir atrás de mim. Sei que soa errado, mas não consigo evitar. Aliás, nenhum dos outros meninos pareceu se importar muito com o ocorrido. Às vezes a bebida é realmente uma salvação.

— Como você tinha dito mesmo? Não estamos jogando porra nenhuma? — Bieber disse ao entrar no quarto.

Nós nos encaramos de novo e no segundo seguinte, eu estou com os lábios colados em sua boca. Quando suas mãos entraram em contato com a pele quente do meu pescoço, eu não pude evitar e arfei. Justin gostou porque sorriu completamente vitorioso após isso.

— Ninguém precisa saber que você gosta que eu te foda, Butera — disse, com um sorrisinho no rosto.

E ali estava, toda raiva misturada com desejo, em um conflito interno. Era o que deixava tudo muito mais emocionante e nós dois sabíamos disso.

— Você é um idiota.

— Você sabe disso, eu sei disso, não há nada de surpreendente, não é? — perguntou, segurando a minha garganta. — De qualquer forma, não é nenhuma mentira, você realmente gosta.

— E você não? — desafiei.

— Eu gosto de mulheres, Butera. Todas. Sem exceção. — Cafajeste.

— Nossa, como você consegue ser tão insuportável desse jeito...

— Butera, apenas cale a boca, isso funciona melhor quando você está calada. — E então seus lábios me invadiram outra vez.

Nós caminhos vorazmente até a minha cama.

— Eu te odeio — disse baixinho, fechando os olhos e mordendo o lábio inferior quando ele enfiou as mãos por dentro do meu shorts, pressionando seu corpo ainda mais contra o meu.

— Sem problemas Butera, é recíproco. Nós vamos trepar, não casar — disse, entre as risadas.

Eu troco nossas posições e me sento por cima. Arranco a minha blusa de forma rápida e puxo a camiseta de Justin logo em seguida. Ele desafivela o cinto e eu vou deslizando meus shorts pelas minhas pernas. Quando estamos apenas de roupas íntimas, observo seus olhos penetrarem todas as partes do meu corpo. Bieber me vira com firmeza e antes que eu sequer reclamasse, ele puxa a minha calcinha para o lado e enfia a língua sem pudor.

— Você nem precisa dizer que gosta que eu te foda Butera, tenho a comprovação bem aqui — Ele diz, dando uma risada mas não consigo fazer nada mais do que apenas arfar.

Ele continua ali por mais algum tempo, mas logo sou eu quem perde a paciência.

— Me fode logo, Bieber. — Digo em um gemido.

— Porra. — Diz arrastado.

Ele se levanta completamente e abaixa a cueca. Eu puxo da gaveta, ao lado da cama, uma camisinha e lhe entrego. Ele sorri provocativo. Em outras ocasiões eu seria obrigada a ouvir as piadinhas idiotas sobre o fato de guardar camisinhas ao lado da cama.

Justin voltou para a cama e pegou uma de minhas pernas, subiu na altura de sua cintura, esgueirou minha calcinha para o lado novamente e me invadiu. Fechei os olhos com força e amaldiçoei toda a família Bieber por terem se reproduzido tantas vezes até que Justin nascesse. Puxei os fiozinhos de cabelos em sua nuca enquanto o assistia subir e descer, conforme as estocadas lentas. Seu corpo parecia dançar com o meu.

— Mais forte, Bieber. Eu não vou quebrar.

— Eu não teria tanta certeza disso, Butera. — Me lançou um olhar completamente malicioso, antes de empurrar com toda força.

Minhas unhas arranharam suas costas e eu comprimi os lábios, um ato falho de reprimir um gemido. Eu podia ver tudo através daquela íris, todo ódio que ele sentia por estar tão vulnerável a mim, toda sua vontade. Justin se afastou por um minuto mas logo voltou a meter com mais força. Minhas mãos deslizavam por suas costas e as suas pelas minhas coxas e pela minha bunda.

— Porra, isso é maravilhoso... Demais. — Minha voz saía em pausas, quase falhando.

Era possível ouvir os sons dos nossos corpos se chocando com agressividade e eu puxava seu corpo cada vez mais, como se quisesse me fundir com o dele. Bieber segurou minha garganta de novo e eu me contorci em baixo dele. Nós nos aproximamos, preparados para o que estava por vir, e então explodimos em completo prazer.

Eu o encarei completamente envergonhada. Tenho certeza de que meu rosto está completamente ruborizado, enquanto o dele apenas está relaxado. Nós ficamos apenas encarando o teto por alguns segundos, enquanto normalizamos a respiração, até Bieber se levantar e começar a se vestir. Ele não diz nada e eu também não. Não sei até que ponto consigo conversar com ele, sem querer arrancar todas as suas roupas outra vez.

— Tchau, Butera. — Ele diz ao calçar o tênis.

— Podemos esquecer que isso aconteceu? — Pergunto.

Ele dá de ombros e se vira. Passa a mão sobre os cabelos, bagunçando ainda mais.

— Ok. Por mim tudo bem, mas você consegue fazer isso? — Cruzou os braços e se encostou na porta. Milimetricamente calculado. Ele era uma máquina de sedução.

— Claro. — Dou de ombros também. — Você não é o centro de tudo, Bieber. Eu posso viver sem pensar em foder com você.

— Você deveria calar a boca. Você fica melhor de boca fechada. — Diz com divertimento e eu o observo ofendida. — Ou gemendo. — Deu um sorrisinho e eu senti meu rosto borbulhar de vergonha. — Tchau, Butera.

Bieber saiu no minuto seguinte. Tranquei a porta do quarto e tomei um banho rápido. Troquei os lençóis da cama e os joguei em um canto qualquer, enquanto me deitava para dormir. Ou pelo menos me enganar e fingir dormir. Não sou capaz de descer mais. Estou completamente esgotada.

No dia seguinte, eu me levanto cedo e me arrumo para sair com o Nick. Combinamos de ir ao mercado e depois combinamos de almoçar juntos. Isso foi antes de ele chegar com uma dúzia de pessoas completamente bêbadas em casa. Ao descer, Nick está deitado no sofá agarrado a uma almofada.

— Nicholas. — O chamei. Joguei uma outra almofada nele e o mesmo resmungou. — Vamos, levanta!

— Porra, Ariana! — Reclama. — Bom dia, né caralho!

— Bom dia! — Solto uma risadinha.

Abro a geladeira e observo que não temos mais nada para comer nessa casa. Ainda bem que vamos ao supermercado ou então nós passaríamos fome pro resto da vida. Pego um pedaço gelado que sobrou da pizza de ontem e jogo a caixa no lixo. Nick desce meia hora depois.

— Que porra é essa? — Ele aponta para o meu pescoço e sorri malicioso. — Espera aí! Isso é um chupão?

— O quê? — Corro até um espelho e amaldiçoo Bieber. Porra! — Mas que merda! — Me empenho em desviar de Nick, mas ele é mais ágil que eu.

— Você está ficando com alguém? — Nick pergunta com um sorriso presunçoso. — Você deu ontem, não deu? É claro que deu. — Diz e minha bochecha sobe três tons a mais de vermelho. — E deu muito! Safada!

— Nick!

— Pra quem? — Perguntou curioso.

— Por favor, Nick. Chega de enrolação, vamos logo. — Desvio do assunto. — Ta muito perceptível? Você acha que vão notar?

— Com certeza vão. — Ele olha pelo espelho. — Quem fez isso, Ari?

— Você não o conhece. — Desconverso.

— Você sabe que eu vou descobrir... — Nick se vira para a porta de entrada e eu respiro fundo.

— Eu sei que vai.

cruel summerOnde histórias criam vida. Descubra agora