iv.

124 8 17
                                    

— Como foi a semana em Higgs? — É a primeira coisa que Alyssa pergunta quando conectamos o facetime.

— Foi bem. — Dou de ombros. — A mesma baboseira de sempre. A gente sai e precisa ficar se esgueirando dos turistas e tal.

— Não sei o porquê você foge tanto assim dos turistas. — Agora é ela quem dá de ombros. — É uma oportunidade única de foder sem compromisso.

— E de pegar uma IST também, não é? — Digo e ela revira os olhos.

— É só se proteger.

— Tem falado com o Nick? — Pergunto. — Ele estava com saudades.

— Acho difícil de acreditar. — Alyssa estreita os olhos. — Eu mandei mensagem pra ele essa semana. Ele me disse que alguém apareceu com o maior chupão no pescoço...

Reviro os olhos. É claro que ele disse.

— Isso tem algo a ver com o Bieber? — Ela sorri de forma presunçosa.

— O Nick é o maior boca aberta que eu conheço. — Reclamo e Alyssa cai na gargalhada. — Eu tive uma recaída com o Bieber sim, mas o Nick não sabe. Não quero que ele saiba. Já é embaraçoso demais.

Alyssa não diz nada por alguns segundos. Eu não posso deixar de achar um pouco estranho o fato de que andei beijando o cara que quebrou o coração dela. E o pior, estou conversando abertamente com ela sobre isso. Eu não conseguiria jamais. Seria um assunto proibido.

— Só não deixa se tornar rotineiro. — Alyssa diz se referindo ao chupão ainda. — O Bieber gosta de fazer essas gracinhas só pra indicar que o território é dele. Cuidado.

— Te garanto que não tem nada dele por aqui. — Afirmo sem pestanejar.

— Veremos. — Alyssa rebate. — Estou animada para voltar. Vamos fazer uma festa quando eu chegar.

Ela continua puxando assunto por mais uns vinte minutos, mas logo precisa desligar. Hoje está muito mais quente que o comum, então eu aproveito para colocar um biquini e ir à praia. Sei que Nick está com os atletas, então me junto a eles sem sequer perguntar se posso ou não.

Nick me avista e acena para mim. Eu retribuo com um sorriso. Estico uma toalha que trouxe de casa e me sento sob a mesma. Aproveito para ajeitar o boné em minha cabeça e então estico as pernas para despejar o protetor solar.

— Você é imprevisível — Charles diz ao se sentar ao meu lado, na areia mesmo.

— Por quê? — Pergunto curiosa.

— Estou pensando em formas de dizer isso sem parecer muito sexista. — Ele respira fundo. Eu sorrio de lado. — Você tem um corpo incrível.

— Obrigada. — Minhas bochechas coram levemente. — Você também não é de se jogar fora.

— Obrigada? — Ele diz e nós gargalhamos. — Não consegui parar de pensar no que você fez na festa. — Admite.

Eu encaro as pontinhas dos meus dedos e sinto uma concentração maior de calor em minhas bochechas. Meu coração acelera e eu fico sem reação, apenas espero que ele diga algo outra vez. Algo idiota, não algo que me envergonhe de novo.

— Eu estava um pouco bêbado, mas consigo me lembrar. — Comenta.

— Eu estava muito bêbada na festa. — Minto. — Não me lembro o que aconteceu. O que eu fiz?

— Você parecia bem sóbria. — Ele rebate. — E você nem bebeu tanto assim.

— Eu sou fraca pra bebida, Chaz. — Dou de ombros.

cruel summerOnde histórias criam vida. Descubra agora