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"...i like shiny things,
but i'd marry you
with paper rings..."

Faltam apenas algumas semanas para o fim do verão, mas mesmo assim as ruas ainda estão lotadas de turistas

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Faltam apenas algumas semanas para o fim do verão, mas mesmo assim as ruas ainda estão lotadas de turistas. A praia, que costuma ficar sempre vazia, hoje está lotada de pessoas.

Justin e eu viemos até a orla para encontrar alguns amigos mais próximos dele. Pelo que entendi, eles sempre se reunem no mesmo lugar no verão, porque todos moram em outros estados por conta da faculdade. Chaz está conosco também. Ele não disse muito com Justin. Na verdade, tem sido assim desde que Nick, e boa parte do campus, descobriu sobre eu e Justin.

Chaz sempre foi mais na dele, mas ultimamente ele tem se guardado muito mais. Nós costumávamos ter uma interação legal, mas agora não passamos de desconhecidos. E pelo que tenho observado, com Justin não está muito diferente. Eles se afastaram bastante e me preocupa saber que o motivo pode ter sido eu.

— É legal que ele tenha dado certo com alguém. — Ryan, amigo de Justin, diz chamando a minha atenção. — Das outras vezes, ele sempre parecia um pouco largado demais.

— Como assim? — Pergunto.

— Não sei explicar. — Ele dá de ombros. — Mas Justin tem alguns defeitos, normal, você só precisa ter um pouquinho de paciência.

Ryan parece ser o que mais se importa com Justin e eu nem precisei ficar muito tempo com eles para perceber isso.

Todos tem personalidades muito diferentes. Ryan é, com certeza, o mais exemplar do grupo. Ele parece ser o tipo de garoto por quem qualquer uma se apaixonaria, ele seria à opção mais segura de todos. Chaz não é muito diferente de Ryan, apesar do corpo atlético e das notas não tão boas. Chaz é uma pessoa muito boa que ainda não se decidiu sobre a vida. Christian é o mais singular. Ele ainda tem um cheirinho de casa dos pais, um cheirinho de criança que não conseguiu se desenvolver e acabou pegando carona com os atletas bonitões. Com certeza ele preferiria estar enfornado no quarto, ao invés de estar aqui. Por fim, Justin é o que mais tem cara de problema. Algumas tatuagens pelo pescoço e algumas cicatrizes no rosto, por conta das brigas de rua, podem comprovar o meu pensamento.

— Agora que o Justin está namorando, nós podíamos marcar um encontro de casal. — Christian diz.

— Não estamos namorando. — Digo um pouco rápido demais. Justin me encara com um olhar curioso e eu tombo a cabeça para o lado. — Não tenho um anel. Não houve um pedido formal. Portanto, estou solteira.

— Ela pediu um anel, irmão! — Ryan bate de leve no ombro de Justin e os meninos riem. Chaz observa de canto, não expressa nenhum sentimento.

— Não seja por isso. — Justin pega um dos guardanapos dispostos na mesa e o enrola de forma desajeitada. Ele é ágil ao puxar minha mão e ajeitar o anel de papel em meu dedo. Meu coração se acelera. — Pronto. — Dá de ombros.

— Foi a coisa mais fofa que eu vi hoje! — Chris comenta e Ryan concorda. — Esse momento já fez valer a pena toda a minha viagem até aqui.

Estico a minha mão e observo o anel de papel. Bieber não tira os olhos de mim, enquanto parece se deliciar com a minha reação.

— Eu gosto dos brilhantes... — Comento, desvio os olhos e o observo. — Mas eu estou feliz com anéis de papel.

— A durabilidade não é tão boa, quanto o de brilhantes... — Ryan diz.

— Então acho que vou ter que fazer um novo todos os dias. — Justin diz dando de ombros e eu abro o maior sorriso que consigo. — Você é a única! — Justin sussurra pra mim.

Meu coração está tão acelerado que tenho a quase certeza de que todos conseguem ouvir. Justin se levanta e me puxa pela mão, enquanto caminhamos para longe dos amigos dele. Meus olhos estão presos em nossas mãos. Na minha mão com o anel de papel. No que ele sussurrou pra mim.

— Butera — Justin me estica um capacete e para ao lado de uma moto.

— De quem é essa moto? — Pergunto curiosa e ele dá de ombros.

— De algum dos meninos do time. Peguei emprestada por um dia. — Diz simples, enquanto se acomoda para sair com a moto.

— Você tem permissão pra dirigir isso?

— Você quer saber se eu tenho uma carteira de motorista ou se o dono da moto sabe que eu peguei? — Pergunta.

— Os dois!

— Não.

— Pra qual das perguntas a resposta é não? — Eu o encaro um pouco confusa e desesperada.

— Para as duas! — Dá de ombros com um sorrisinho ligeiro no rosto. — Vamos!

Eu monto na moto e me seguro em sua cintura. Ele dirige por quase uma hora e quando chegamos, fico extremamente surpresa pela visão que tenho. Estamos em um dos pontos mais altos de Higgs, onde os turistas ainda não alcançaram. O fim de tarde já está evidente e a lua cheia começa a brilhar no céu.

Eu me aproximo um pouco mais da pontinha do penhasco em que estamos e agarro os meus próprios braços. Olho para baixo e observo a cidade inteira por cima. É uma vista espetacular.

— É lindo! — Digo maravilhada.

— Eu venho aqui pra fumar em paz. — Dá de ombros. — Quando quero fugir do mundo real.

Eu me viro para observar ele um pouco melhor. Justin está encostado na moto, um dos capacetes está preso em seu braço. O vento joga seus cabelos curtinhos de um lado para o outro. Junto as minhas mãos e acaricio o anel de papel, enquanto me lembro do momento em que o ganhei.

— Eu odeio acidentes. — Digo. Justin me olha confuso, mas eu rio nasalado. — Foi um tremendo acidente o que aconteceu naquela festa.

— Então, você nos odeia? — Pergunta.

— Não. Eu odeio acidentes, exceto o de quando passamos de amigos para isso. — Sorrio e dou de ombros. — Bom, de quando passamos de inimigos pra isso. — Rimos.

Eu me aproximo dele, mas não o toco. Nós apenas nos encaramos, sem dizer nenhuma palavra. É o jogo de encarar. Seus olhos passeiam pelo meu rosto, enquanto os meus estão fixos nos olhos dele. Não sei no que ele está pensando, mas sei no que eu estou pensando. Estou pensando que estou completamente apaixonada pelo homem que pensei odiar a minha vida inteira.

— Me abraça. — Peço e assim o faz. Seus lábios tocam a minha testa em um beijo carinhoso. — O que você está sentindo, Bieber? Me diz.

— Eu... eu acho que... — Começa, mas não sabe muito bem como continuar. — Eu acho que estou apaixonado por você.

— Eu já tenho certeza. — Olho para o seu rosto e beijo seus lábios de forma carinhosa. — Tem certeza que está se apaixonando por mim? Eu sou uma pessoa complicada.

— Eu quero as suas complicações. — Beija minha testa de novo.

— Não me machuca... Por favor.

— Não vou.

cruel summerOnde histórias criam vida. Descubra agora