Quero contar sobre a minha noite para Alyssa, mas simplesmente não consigo. As palavras parecem se embolar na minha garganta, enquanto ela continua falando e falando na minha frente. Era mais fácil quando ela estava na Thailandia e eu só precisava encara-la por uma tela.
— Você me ouviu? — Pergunta puxando a minha atenção de volta. — Tudo bem. O que foi?
— O quê? — Pergunto.
— Você está em outra atmosfera hoje. O que aconteceu? — Ela coloca as mãos na cintura e eu dou de ombros, enquanto rumo meus pés para o andar de baixo.
— Acho que estou de tpm, só isso. — Digo simples.
— Eu não nasci ontem. — Ela diz me seguindo. — O que foi?
— Quer comer alguma coisa? — Mudo de assunto, quando chegamos na cozinha.
— Quem estava aqui? — Ela observa os pratos e os copos dentro da pia. Sinto meu coração acelerar, conforme seu sorriso aumenta. — Você não veio sozinha pra casa, veio?
— Que besteira, Alyssa. Moram duas pessoas nessa casa, é natural que haja louça o suficiente para os habitantes daqui. — Contorno a situação.
— Somos melhores amigas, Ariana. Tudo bem você admitir que trouxe um turista pra cá. — Ela dá de ombros divertida. — Aliás, finalmente você pegou um turista!
— É. — Rio um pouco mais calma. — Um turista, é isso.
— De onde ele era? — Pergunta.
— Canadá. — Digo. Bem, não estou mentindo cem por cento.
— Dizem que os canadenses sabem fazer melhor. — Ela comenta simples e eu deixo escapar um sorrisinho.
Ah, eles fazem melhor mesmo.
Alyssa me faz mais uma ou duas perguntas sobre o suposto turista, mas eu consigo contorná-la com maestria. É até assustador a forma como eu estou acostumada a mentir agora. Não é como se eu quisesse, só se tornou algo que eu não consigo evitar.
Mais tarde naquele mesmo dia, Nick aparece com alguns garotos do time. Eles trazem sorvete e algumas cervejas, mas eu não estou no clima de cervejas. Apenas pego um picolé e me sento na poltrona da sala. Nick, Alyssa e Nolan, um dos rapazes do time, estão em uma partida acirrada de COD. Eu não tenho um grande conhecimento em video games, mas sei que Alyssa está indo muito bem porque ela faz questão de deixar isso claro em todas as partidas.
Desvio a atenção da tv por alguns segundos e foco no meu celular. Rolo os dedos pela timeline do instagram e decido xeretar o perfil do Bieber. Observo que estou no seu close friends e que ele postou alguma coisa. Não posso evitar e abro o stories. É uma foto dele distraído enquanto enrola um baseado. Seguro o dedo ali por alguns segundos, enquanto observo cada detalhe da foto. Não quero parecer boba, mas puta que pariu, que homem. Observo seus posts, mas demoro um pouco mais na foto em que ele beija uma garota qualquer, enquanto abraça uma outra.
Me pergunto como elas aceitaram ter uma foto tão obscena, como aquela, publicada em uma rede social qualquer de alguém que elas jamais vão ver outra vez. Também me pergunto o motivo que o levou a postar algo assim. Exibir seus êxitos com mulheres? Além disso, também me pergunto se eu permitiria que ele postasse uma foto minha. Uma foto como aquela. Obscena. Não. A resposta é não. Bom, acho que depende.
— O que tem de tão interessante ai? — Nick pergunta curioso.
— Ela beijou um turista. — Alyssa dedura. — Um canadense.
— Um canadense? — Nick faz careta. — Não tinha nada melhor?
— Eles são bonitos. — Alyssa defende. — E sabem como se faz!
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cruel summer
Teen FictionJustin era como fogo; ardente e selvagem por onde quer que passasse. Estava acostumado a arrancar suspiros apaixonados de garotas por toda Los Angeles. Menos os de uma pessoa em especial. Ariana nunca se interessou pelas molecagens de Justin. Não a...