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Já se passaram quatro dias desde que briguei com Nick e Alyssa. Não tenho os visto desde então. Não sei onde Nick está, mas provavelmente deve estar morando com Alyssa. Ele não veio buscar algumas roupas e nem veio verificar se estou bem. Tenho mandado mensagens, mas não obtive respostas.

Justin esteve comigo. Ele saía por algumas horas, só pra buscar roupas e outros acessórios de higiene pessoal, mas voltava na mesma rapidez em que saía. Não conversamos mais sobre sentimentos desde aquele dia também. Não sei quais são seus pensamentos sobre tudo o que aconteceu, mas não preciso ir muito longe pra saber que ele discorda em tudo.

Estou sentada no sofá com o meu kindle na mão. Justin está na cozinha fazendo cookies. Já se passam da uma da manhã, quando escuto barulhos de chave no hall de entrada da casa. Desligo o meu kindle e olho para a porta. Nick move seu corpo em direção ao seu quarto com rapidez. Ele não diz nada. Com certeza viu que eu estava sentada aqui, era impossível ele não ter notado.

— Acho que vocês deveriam conversar. — Justin diz.

— Não sabia que queria que eu voltasse a ser amiga dele. — Brinco tentando descontrair.

— Não quero. Não gosto dele. — Ele dá de ombros. — Mas você gosta. Então, acho que você deveria ir lá falar com ele. Mesmo que ele não queira conversar, você deveria tentar.

— Ou eu estou explodindo de tesão ou você acabou de ficar cem vezes mais atraente completamente sujo de farinha, me dando conselhos extremamente sábios! — Digo e me aproximo para selar nossos lábios de forma rápida.

Subo as escadas e encaminho meus pés para o quarto de Nick. Dou algumas batidinhas na porta, mas não escuto uma permissão de que posso entrar. Suspiro fundo e encosto a testa na porta.

— Nick... Por favor. — Giro a maçaneta mas a porta está trancada. — Eu não me importo que você não queira ouvir, vou falar mesmo assim! — Suspiro de novo. Sinto o choro entalado na minha garganta. — Eu fui uma péssima amiga por mentir pra você, eu sei. Desculpa por isso. Mas não é justo você me tratar assim. — Permito que minha voz falhe e preciso fazer uma pausa. — Eu sinto muito a sua falta...

Nick abre a porta e me recolhe em um abraço apertado. Daqueles em que seus braços quase me tiram do chão. Ele também está com os olhos vermelhos, acho que estava chorando. Suas mãos limpam o meu rosto.

— Desculpa por te fazer chorar... Eu fui um babaca com você. — Diz. — É que... você sabe que eu não sou um grande fã do Bieber. E tem todo aquele lance com a Alyssa. Acho que eu só me estressei com algumas coisas e acabei descontando em você. É claro, fiquei chateado que você não se sentiu a vontade para se abrir comigo em relação ao Bieber.

— Eu tinha medo de uma reação como aquela. — Murmuro. Eu contorno seu corpo e me sento em sua cama. Nick espelha minha ação.

— Eu sei. — Nick suspira fundo. — Eu surtei, né? — Solta uma risadinha nervosa. — É que eu acho que fiquei um pouco irritado porque você me recusou e aceitou alguém pior que eu... Ele, no caso.

Nós ficamos em silêncio por alguns instantes. Acho que levo alguns segundos para processar o que ele acabou de dizer. E mesmo depois que processo, não sei o que realmente ele quer que eu diga.

— Foi um pensamento rápido e infeliz. Desculpa. — Nick balança a cabeça para espantar os pensamentos inoportunos. Ele empurra seu ombro contra o meu de leve. — Eu nem gosto de você dessa maneira. Acho que só feriu o meu ego um pouquinho. — Admite e nós dois rimos.

— Ele não é tão ruim assim. — Murmuro. — Mas não diz pra ele que eu disse isso. Ele se gabaria até no inferno.

— Como tudo começou? — Nick pergunta com certa curiosidade.

— Foi logo depois que eu descobri sobre o Riordan. Você me levou naquela festa imunda e depois me largou por um rabo de saia. — Relembro. — Eu acabei esbarrando com o Bieber e nós fizemos o que fazemos de melhor. Nós brigamos.

— Nós dois temos visões deturpadas sobre brigas. — Nick diz brincando e eu o empurro de leve.

— Acabou rolando uma noite. — Dou de ombros. — E depois de novo. E de novo. No começo era tudo muito carnal, sem nenhum sentimento. Era a nossa forma de descontar a raiva que sentíamos um pelo outro.

— Você gostar dele é um pouco preocupante. Nós já vimos o que ele faz com garotas que demonstram sentimentos mais de uma vez. — Nick alerta. — Não quero te ver quebrada por um cara de novo. Ainda mais pelo Bieber!

— Eu acho que dessa vez é.... diferente. — O encaro. — Ele me disse que sentia algo por mim. Ele ficou quando você ameaçou espancar ele e deixá-lo no banco por uma eternidade. Não conheço muitos caras que fariam isso.

— Bom, em uma coisa ele tinha razão, você já tem idade pra decidir o que quer. — Ele diz e dá de ombros de novo. — Mas toma cuidado. Por favor.

— Vou tomar. — Sorrio e o abraço de lado.

— Quero que ele saiba que vou matá-lo se ele te machucar! — Nick diz três tons acima do que estávamos falando, apenas para que Justin escute do andar de baixo.

— Obrigada, Nick. — Digo rindo. — Eu te amo muito, amigo. — Nick me abraça mais forte. Junto as mãos e faço beicinho, antes de dizer: — Seja legal com ele, por favor.

Nick revira os olhos e me empurra de leve, pra que eu saia de seu quarto. Eu desço as escadas e caminho até a cozinha. Me sento próximo a bancada e sorrio para Justin que me encara completamente desinteressado.

— Tudo bem? — Pergunta. Eu concordo com a cabeça. — Vocês conversaram?

— Sim. Nick entendeu. — Digo.

— O que foi? — Ele me pergunta com um sorriso confuso nos lábios. — Você está agindo de forma estranha. Bom, mais estranha que o normal.

Eu contorno o balcão e o empurro contra o mesmo. Sorrio sem mostrar os dentes e beijo seus lábios em um selinho rápido. Passo minhas mãos pela sua cintura e acaricio suas costas em um carinho leve.

— Obrigada por ter cuidado de mim nesses dias. — Agradeço. — Foi um pouquinho legal da sua parte.

— Só um pouquinho? — Pergunta brincando e eu assinto. — Um pouquinho quanto? — Junto o dedo indicador e o dedão e indico de forma lúdica. — Tudo isso? — Justin pergunta irônico.

— Bieber. — Nick entra na cozinha e observa o que eu e Bieber estávamos fazendo. Seu olhar é sério.

— Summers. — Justin retribui.

— O que você está cozinhando, Ari? — Nick se aproxima do forno e observa os cookies na forma. — Estão cheirosos!

— É o Justin que está cuidando dos cookies, na verdade. — Digo.

Nick observa melhor Bieber e assente de leve. Ele observa em volta e caminha até a geladeira.

— Vou comprar mais leite. — Avisa. — Vou chamar o Charles, o Nolan e a Alyssa. Vamos experimentar os cookies.

— Nick. — O repreendo. Está mais do que claro que Nick está fazendo Justin passar por um tipo de prova. Algo ridículo de se fazer.

— Estou sendo legal. — Junta as mãos em defesa de si mesmo.

Nick pega as chaves do seu carro e sai pela porta principal. Encaro Justin e ele sorri pra mim. Não me parece preocupado com nada.

— Tudo bem por você? Eu vou entender se você quiser ir embora. — Digo.

— Não. Tudo bem. — Diz. Dá de ombros em seguida. — Acho que vou ter que conviver com o Nicholas, mais do que eu gostaria.

— Só admite que vai ficar por mim. — Cruzo os braços e cerro os olhos.

— Seria uma grande mentira! — Diz com sarcasmo. Ele cruza os braços em seguida e revira os olhos. — Eu vou ficar porque o meu amigo Chaz está vindo.

— O que eu beijei? — Relembro. Sorrio assim que observo seu sorriso murchar um pouquinho.

— Aquele filho da puta!

cruel summerOnde histórias criam vida. Descubra agora