vii.

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São seis da manhã e eu estou entrando de fininho pela porta de trás de casa. Subo as escadas na ponta dos pés, não tenho certeza se Nick está aqui com a Quinn, ou se Alyssa decidiu vir aqui com o rapaz de ontem. De uma coisa eu tenho certeza, não quero encontrar nenhum dos dois agora.

Meus saltos estão em minhas mãos, mas eu os deixo em um canto qualquer. Verifico nos quartos se não tem ninguém mesmo e desço os degraus outra vez. Faço um sinal com a cabeça para que Bieber entenda que a barra está limpa e solto o ar preso em meus pulmões.

Passamos umas três horas nadando e se pegando naquela piscina invadida. Foi legal até. Deu bastante tempo pra conversar e matar tempo juntos. Eu conheci um lado extrovertido do Bieber que eu jamais pensei que conheceria. Sem contar as partes um pouco mais picantes, é claro.

— Tem alguém? — Pergunta baixinho.

— Não.

Eu fecho a porta, assim que ele entra e caminho até a geladeira. Estou faminta. Queria poder comer uma pizza, mas acho que não existem pizzarias abertas às seis da manhã em lugar nenhum.

— Você tem açúcar? — Ele pergunta e se dá a liberdade de abrir os armários.

— Tenho. Por quê? — Cerro os olhos e sorrio como uma criança atentada. — Que tipo de fantasia sexual esquisita é essa?

— Muito engraçado. Não tem nada de sexual na minha pergunta. — Ele dá de ombros. — Vou fazer cookies.

— Você cozinha? — Pergunto.

— Sim.

— Você cozinha bem? — Reformulo.

— Sim. — Ele confirma outra vez.

— Ok. Eu não esperava por isso! — Digo surpresa e me dirijo ao armário com o açúcar. — Pra sua sorte, o Nick só pode comer o açúcar mascavo.

— Você não me conhece, Butera. — Ele diz ao pegar o pote de açúcar. — Você não me conhece.

— Eu sei que você cozinha, que você cursa Direito, que você é insuportavelmente chato e que você joga futebol. — Ranqueio todo o meu conhecimento sobre ele e ele sorri divertido.

— Adiciona que eu nasci no Canadá ai nessa sua lista. — Ele comenta simples e o meu queixo vai ao chão.

— Como você consegue esconder todas as informações legais sobre você? — Pergunto indignada.

— Sua vez. Me conta um segredo. — Ele diz ao misturar os ingredientes.

— Eu sou metade italiana. — Digo.

— Mas você fala italiano?

— Não. — Nós dois rimos. — A minha avó é italiana. Nós até a chamamos de Nonna. Meus pais moram lá agora também. — Acrescento.

— E você já foi pra lá?

— Já. Mas eu era bem pequena. Quase não me lembro de como é. — Dou de ombros. — Sua vez. Como aprendeu a cozinhar?

— Eu sou um irmão mais velho. A minha irmã gosta muito de cookies, então eu aprendi a fazer por ela. Agora virou algo nosso. Ela gosta de procurar receitas e às sextas nós cozinhamos juntos.

— Você também tem uma irmã? — Pergunto incrédula. — Meu Deus! Como ninguém nessa cidade sabe nada sobre você e a sua vida?

Ele dá de ombros.

— Eu não gosto de sair falando sobre a minha vida pessoal por aí.

— Quantos irmãos você tem? — Arrisco e pergunto.

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