cruel summer

prólogo

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Meus olhos percorrem aquela multidão de corpos bêbados pulsando conforme a batida de uma música qualquer. Meus dedos apertam com firmeza o copo de plástico em minha mão, enquanto eu brinco com o líquido alcoólico ali. Engulo em seco e reviro os olhos ao ser empurrada por um casal. Decido me levantar do sofá, sei que o casal precisa mais dele do que eu.

Esse é o cenário tumultuado da minha vida agora, estou na faculdade e acabei de ser traída pelo meu ex namorado. Quem, vale ressaltar, também era o meu melhor amigo. Odeio frequentar lugares como esse, mas esperava que aqui eu pudesse encontrar uma trepa rápida apenas pra esquecer o cretino que me largou no dia em que completávamos dois anos.

Meus pés desviam o meu corpo, enquanto eu subo as escadas e me enfio na primeira porta que vejo no corredor. Me arrependo no mesmo instante.

— Mas que porra, Butera! Você não sabe bater? — Bieber reclama ao se separar de uma garota. Ela ajeita a blusa e desvia de mim, indo em direção a porta.

É claro que de todas as pessoas que eu poderia encontrar, Bieber seria a mais provável. Ainda mais porque eu abri um quarto qualquer, de uma festa qualquer, no fim do ano. Tive sorte de encontrá-lo ainda com roupa.

— Como elas se contentam com tão pouco, não é? — Solto um riso indignado.

— O conteúdo é o que vale. Você saberia disso se o Riordan não fosse o seu único esquema. — Ele comenta bebericando sua cerveja. — Fiquei sabendo que ele te deu um pé na bunda. Já está atrás de alguém pra foder?

— Isso não te interessa, Bieber. — Digo simples. — E mesmo se interessasse, você seria o último homem que eu procuraria.

— É uma pena. — Ele comenta com um sorriso perverso no rosto.

— Você está tão bêbado que não deve saber nem achar o clítoris. — Digo com um sorriso provocativo. Bebo todo o conteúdo do copo que estava em minha mão e observo a expressão no rosto do Bieber.

— Não é o que todas as outras garotas do campus dizem. — Ele dá de ombros. — Se o Riordan não sabia achar o seu clítoris, o problema era dele. Não generalize porque eu nunca pulei uma aula de anatomia, você deve se lembrar daquele semestre em que eu tive uma brecha de dois pontos a mais que você.

Bieber e eu temos o histórico de competir sobre absolutamente tudo. Nossa vida acadêmica era uma verdadeira competição, ainda mais porque ele decidiu que queria fazer todas as extras interessantes na faculdade.

— Eu estava afastada. Você sabe disso.

— Já me cansei de ganhar de você, Butera. Estou sempre dois passos a frente. Seja na vida acadêmica ou pessoal. — Ele dá de ombros. — Posso sentir a sua frustração sexual daqui...

— Não tenho culpa se os homens não sabem dar prazer a uma mulher... — Digo.

Eu devo ter bebido muita cerveja, porque de onde estou agora, Bieber está extremamente gostoso. O que é um absurdo, eu com certeza estou bêbada.

— Vamos fazer assim, Butera — Ele diz se aproximando de mim. — Você me dá a chance de te provar que você está errada e eu te dou o direito de alguns minutinhos no paraíso. — Minhas costas encostam na porta, enquanto Bieber estica sua mão até o trinco da porta. Ele a tranca.

— Isso é ridículo.

— Eu sabia que você não teria corag...

— Eu aceito. — Digo o interrompendo. — Você tem uma chance e é só isso.

Nossos olhos não se desgrudam nem por um segundo. Não é como se fôssemos descobrir uma paixão repentina, depois de anos se odiando. No fundo, acho que só estamos um pouco alterados pela bebida e eu ainda tenho o agravante de ter trepado por mais de dois anos com a mesma pessoa de sempre.

Suas mãos pegam minha cintura com firmeza, enquanto seus lábios se direcionam diretamente para o meu pescoço. Eu fecho os olhos e tento não lembrar o quanto aquilo é completamente esquisito. Bieber me leva pra beirada da cama e despeja meu corpo sem nenhuma delicadeza. Seus lábios já estão vermelhos e seus fios um pouco mais bagunçados do que antes. Ele não diz nada e eu agradeço por isso, a situação já é embaraçosa o suficiente.

Ele ajoelha na cama, enquanto passa as mãos pelas minhas pernas e sorri ao desafivelar meus saltos. Em questão de segundos, a minha saia também se encontra no chão e tudo o que nos separa é a minha calcinha verde musgo. Ele pressiona o dedão ali, enquanto volta sua boca para o meu pescoço. Meus dedos seguram seus fios loiros, enquanto eu luto para controlar os gemidos de prazer que saem por entre os meus lábios. Movo mais meus quadris e jogo a cabeça para trás, quando sinto que estou quase lá.

— Estou chegando perto de encontrar o seu clítoris, Butera? — Ele indaga divertido com um sorriso perverso no rosto.

— Vai se foder. — Deixo escapar em um gemido.

— E eu nem comecei ainda. — Me ignora.

Ele desce os beijos por entre as minhas pernas. Suas mãos trabalham para me posicionar da melhor forma pra ele, porque eu sequer respondo mais por meus atos. Ele ergue uma das minhas pernas e passa por seus ombros, sem antes arrancar a minha calcinha em menos de dois segundos. Ele segura o meu quadril e eu jogo a cabeça para trás com seu hálito quente contra mim. Sua língua trabalha com maestria e ele mais uma vez me lembra que não faltou às aulas de anatomia. Seus lábios sem pudor puxam tudo o que ele consegue encontrar e eu me contorço em seus braços, mas tudo o que ele faz é me puxar mais e mais pra ele. Seguro seus cabelos com força e finalmente abro os olhos. Ele olha pra cima com os olhos brilhando como um maldito demônio e eu me entrego na mesma hora com um gemido.

— Bieber, porra.

Meu corpo inteiro se arrepia, mas ele não para. Ele continua com as mãos firmes em minha cintura, mas vez ou outra seus dedos apertem com firmeza a minha bunda. Eu contraio as pernas e ele as ergue mais ainda, me deixando totalmente a mercê dele. E então mais uma onda de espasmos passa por todo o meu corpo. Ele se afasta e lambe os lábios completamente maquiavélico.

— Você não precisa dizer que eu ganhei. Seu corpo já me disse. — Ele coloca sua jaqueta de couro, que deveria estar jogada em algum lugar do quarto, e se vira para ir embora.