Capítulo 10 | Parte 2

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Anahí deu risada.

— Eu amo sua mãe.

— Ela deixa Maite louca com esse excesso de proteção.

— Imagino que seja um traço de família. — Ela ergueu o olhar ao dele e Alfonso ficou pensando no quanto gostaria de cuidar dela.

— Imagino que sim.

Os pedidos chegaram e, por algum tempo, a conversa girou em torna da comida impecavelmente preparada. Eles comeram vieiras acompanhadas de risoto cremoso e uma bela salada. Os dois estavam cercados pelo ruído de conversas, do tilintar de taças, pelo ocasional rompante de uma gargalhada, mas Alfonso ignorava tudo isso. Seu único interesse era Anahí.

Você não está de óculos.

— Não fazia sentido agora que você sabe que não preciso deles. — Anahí permaneceu concentrada no prato e Alfonso reparou no contraste entre o tom escuro de seus cílios e o tom claro e rico de suas bochechas.

— Fico feliz. Não quero que você se esconda de mim.

— A comida está deliciosa. — Ela largou o garfo. — Onde exatamente no Maine fica o jardim em que você quer que eu ajude? Fica no litoral? Pois faz diferença para a variedade de maçãs que recomendaríamos. E também a latitude.

Fica na Ilha de Puffin. — Se ele não estivesse observando o rosto de Anahí, teria perdido sua reação. — É um casal que comprou uma casa de veraneio a noroeste da ilha. Eles estão reformulando o jardim e a casa. Meus pais trombaram com eles em Harbor Stores e foi assim que os dois ficaram sabendo do meu trabalho. Sabe como é.

— Sim. — Anahí pegou a colher e mexeu no café que foi posto em sua frente. — Sei bem como é. Então você vai voltar a Puffin para um trabalho? É uma viagem e tanto.

A tensão voltou e Alfonso se perguntou como ela conseguia achar que não era capaz de ter sentimentos. Ela praticamente explodia de tantos sentimentos.

— Não planejo fazer mais do que uma ou outra visita. O cara é sócio na firma do meu pai. É um favor.

— Você não vai cobrar pelo serviço?

— Vou cobrar, é claro. O favor é viajar até Puffin. Não é ali na esquina. Concordamos que vou fazer um projeto detalhado de paisagismo e jardinagem e deixarei nas mãos de uma empresa local.

— Me parece bom. Tire algumas fotos e ficarei feliz de dar algumas ideias. Quando você planeja ir?

— No próximo finam de semana. Fui convidado para um casamento, então resolvi juntar o útil ao agradável. Um velho amigo vai se casar. Você deve conhecê-lo. Ryan Cooper.

— Não o conheço pessoalmente, mas sei quem é. A família dele tinha uma casa incrível em Puffin Point. De madeira branca e com uma vista deslumbrante.

— Essa mesmo. Meu convite inclui um acompanhante. — Ele fez uma pausa, sentindo-se como um mergulhador prestes a submergir em águas profundas. — Venha comigo, Annie.

Ela bateu com a xícara no pires.

— Você não pode estar falando sério.

— Por que não?

— Para começo de conversa, é um casamento e você sabe como odeio casamentos. Em segundo lugar, porque será em Puffin. Você juntou as duas coisas que mais detesto e espera que eu responda que sim? — O café dela não havia sido tocado. — Não acredito que você teve coragem de me convidar. Meu rosto está em todos os cartazes de "procurada" daquela cidade.

Pôr do sol no Central ParkOnde histórias criam vida. Descubra agora