Capítulo 13 | Parte 1

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Anahí permaneceu deitada com a cabeça no peito de Alfonso e as pernas entrelaçadas às dele. Ela sentiu o roçar de pelos e o peso maciço de músculos prenderem-na contra ele. Seu próprio corpo parecia pesado e desconhecido, como se tivesse sido desmantelado e montado de forma diferente. Foi mais uma revelação selvagem do que uma sedução gradual. Havia dores e formigamentos que não reconhecia. Sentimentos que não reconhecia.

Ela nunca havia desejado intimidade, mas agora que a saboreava, perguntava- se como havia vivido sem ela.

— Eu tenho uma confissão a fazer.

— Hum? — Os olhos dele estavam fechados. Alfonso não havia falado uma palavra sequer desde que se aplicara a refutar cada crença de Anahí sobre si mesma.

— Eu gosto de sexo.

— Jura? Acho que nunca mais vou sair dessa cama. Pelo visto vou conseguir sobreviver, mas ainda é muito cedo para dizer. — Ele tinha o braço travado em volta dela e Anahí sentiu a pressão deliciosa da perna dele em cima da sua.

Não havia nada nas palavras de Alfonso que pudessem a deixar nervosa, mas, ainda sim, ela sentiu uma mudança sutil nele, algo que não sabia identificar. Pensou que a sensação devia decorrer de sua própria inexperiência. O que ela sabia sobre como agem os homens depois do sexo? Nada.

— Você queria que a gente não tivesse passado dos limites? — perguntou ela.

Ele abriu os olhos e virou a cabeça para vê-la, havia uma sombra de sorriso em sua boca:

— Quais limites? Acho que passei de alguns.

Ela sentiu o calor penetrar nas bochechas.

— O limite que separa amigos e amantes.

— Ah... esse. Não, por mim tudo bem. E você?

Anahí pensou que se afogaria de bom grado naqueles olhos verde.

— Dulce

— Não, por mim tudo bem também. — Apenas de olhá-lo, ela ficava tonta de desejo. — E agora, o que fazemos?

— Agora? Eu fico deitado um pouco até minha frequência cardíaca voltar ao normal. Aviso quando isso acontecer.

— Estou falando sério.

— Eu também. — Ele se virou de lado e se apoiou no cotovelo para vê-la melhor. — O que você gostaria que acontecesse agora?

— Tenho poucas experiências em que me basear, mas normalmente a essa altura o cara costuma dizer "Valeu aí, eu te ligo", vai embora e nunca liga.

— Não tenho forças para me transportar até o outro lado do recinto para pegar um copo de água, quem dirá sair pela porta. Estou nu. — Havia um brilho malicioso em seus olhos. — O que é mais uma complicação.

— Será uma opção assim que você recuperar suas forças.

— Não é uma opção para mim. — Ele abaixou a cabeça e lhe deu um beijo demorado. — Conheço você há bastante tempo, Anahí. Sei que você acha que relacionamentos sempre acabam mal, mas as coisas serão diferentes com nós dois. Pare de pensar nisso.

— Está bem. — Ela queria perguntar desesperadamente se Alfonso estava querendo dizer que o relacionamento deles não iria acabar mal ou que não iria acabar nunca, mas sabia que essa pergunta era totalmente inadequada, por isso mordeu a língua e ficou em silêncio. Ela estava buscando garantias e detestava essa sensação.

Ele lhe acariciou as bochechas carinhosamente:

— Há milhões de coisas que eu poderia dizer agora, mas não é a hora certa. Então havia de fato algo errado.

Pôr do sol no Central ParkOnde histórias criam vida. Descubra agora