Capítulo 13 | Parte 2

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Ela colocou a taça sobre a mesa

— Por causa da Dulce.

— Dulce te convenceu de que era uma boa ideia?

— Não. Foi tudo um mal-entendido. — Ela deu um sorriso irônico. — Estávamos conversando e, de alguma forma, ela achou que eu respondi que sim e me viu como um exemplo de superação de medos. Por algum motivo ela me considera uma inspiração para fazer coisas difíceis. Você acredita nisso?

— Por que você não disse que era um mal-entendido?

— Como poderia? Dulce está travando uma batalha agora. Ela morre de saudades da avó. Está de luto. — Anahí ficou em silêncio. — Olha, sei que sou uma farsa. Não sou nada corajosa. Sou uma covarde. Não estou aqui para encarar meus medos. Se dependesse de mim, me esconderia de bom grado deles. Estou aqui porque sei que fazendo algo difícil estou ajudando minha melhor amiga a levantar da cama de manhã. Só isso. Não é grande coisa.

Como ela era capaz de pensar uma coisa dessas?

— Eu diria que fazer a coisa que você considera mais difícil só para ajudar sua amiga é um gesto grandioso.

— Ainda não sei se devo aparecer na cerimônia. Não quero estragar o casamento.

— Por que você estragaria o casamento?

— Não sei lidar com a situação, Poncho. Sei que a maioria das pessoas acha que são eventos alegres, mas não é o meu caso. Você deve me achar uma louca.

— Acho que você é alguém que viu mais relacionamentos ruins do que bons. E passou por tudo isso em uma idade em que causou grande impressão. Se você fosse mais velha, talvez tivesse exemplos para contrabalançar.

— Parei de contar em quantos relacionamentos minha mãe se envolveu. Sempre que a vejo terminar com mais um homem, reforço minha crença de que relacionamentos não são feitos para durar. — Ela suspirou. — O que nos leva de volta ao tema do casamento. O que vou dizer aos noivos?

— Você pode dizer que torce para que sejam felizes. Presumo que você torça por isso.

— É claro que torço por isso. É só que...

— Você não acha que eles serão?

Anahí deu de ombros:

— Vi casamentos irem do paraíso ao inferno vezes demais para ter fé no matrimônio. — Ela voltou o olhar para Alfonso. — Esse é o momento em que você vem e diz que seus pais estão juntos há três décadas, só para provar que estou enganada.

— Não vou dizer nada que você já saiba. Você é uma mulher inteligente, Annie. Há vários exemplos de amor por aí, mas quando você vê algo diferente, creio que não consegue tirar a imagem negativa da cabeça. É difícil se livrar dela.

E esse, sabia Alfonso, era o maior obstáculo para o relacionamento deles.

— Exatamente. Aquela noiva no evento de algumas semanas atrás... parecia que a vida da coitada estava desmoronando. Aquilo me lembrou minha mãe depois que meu pai foi embora. Vamos mudar de assunto. — Ela terminou a taça de champanhe. — Tem uma coisa que quero te perguntar. Algo pessoal.

— Creio já ter provado que não tenho nenhum problema com coisas pessoais.

— Sim, bem, é algo desconfortavelmente pessoal, não íntimo. — Ela hesitou. — Você provavelmente não vai querer falar sobre o assunto.

Uma onda de tensão percorreu os ombros de Alfonso:

— Você quer me perguntar da Angelique.

— Vocês estavam noivos.

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⏰ Última atualização: Jan 12 ⏰

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