Anahí adorava escolher a flor certa para cada evento; divertia-se criando arranjos de plantas, mas, acima de tudo, amava cultivá-las, observando as estações mudarem. Do florescimento espumante e extravagante da primavera aos elegantes tons avermelhados de ferrugem do outono, cada estação trazia suas dádivas características.
— Essas flores são muito bonitas. — Dulce observava um grupo de flores cuidadosamente arranjado em um jarro. — Que lindo. Que flor é essa?
— É uma rosa.
— Não, aquela acinzentada.
— Centaurea cineraria.
Dulce lançou um olhar à amiga.
— E como as pessoas normais a chamam?
— Centáurea-veludo.
— É linda. E você também usou ervilha-de-cheiro. — Sua amiga percorreu a flor melancolicamente com o dedo. — Era a predileta da minha avó. Eu costumava deixar várias ao lado da cama. Elas a faziam se lembrar de seu casamento. Adorei a forma como você dispôs todas elas. Você é muito talentosa.
Anahí ouviu a voz da amiga oscilar. Dulce adorava a avó. Sua morte, no ano passado, foi devastadora. Annie sabia da saudade que a amiga sentia. Ela também sabia que Dulce não gostaria de se sentir assim durante o trabalho.
— Você sabia que a ervilha-de-cheiro foi descoberta por um monge siciliano há duzentos anos?
Dulce engoliu seco.
— Não. Você sabe tanto sobre flores.
— Esse é meu trabalho. O que você acha dessa aqui? É uma cenoura selvagem — disse Anahí rapidamente. — Você vai gostar. É perfeita para noivas. Perfeita para você.
— Sim. — Dulce tentou se recompor. — Quando eu me casar, vou querer que esteja no buquê. Você faria isso por mim?
— Claro. Vou fazer o buquê mais lindo da história dos casamentos. Só não chore. Você fica péssima quando chora.
Dulce esfregou o rosto com a mão.
— Você ficaria feliz por mim? Mesmo não acreditando no amor?
— Se há uma pessoa que pode provar que estou enganada, essa pessoa é você. Você merece um grande amor. Torço para que o Príncipe Encantado apareça num cavalo branco para levar você.
— Seria a maior confusão na Quinta Avenida. — Dulce assoou o nariz. — E eu sou alérgica a cavalos.
Anahí tentou não sorrir.
— Com você sempre há um "porém".
— Obrigada.
— Por quê?
— Por me fazer rir ao invés de chorar. Você é a melhor.
— Sei... Bem, você pode retribuir meu favor cuidando dessa situação. — Anahí viu Maite entregar mais um lenço a Robyn. — Ele deu o fora nela, não foi?
— Não há como saber. Podem ser várias coisas. Ou nada. Talvez tenha entrado um cisco no olho dela.
Incrédula, Anahí olhou para a amiga.
— Depois dessa você vai dizer que acredita em Papai Noel e na Fada dos Dentes.
— E no Coelhinho da Páscoa. — Recomposta, Dulce puxou um espelhinho de dentro da bolsa e conferiu a maquiagem. — Nunca se esqueça do Coelhinho da Páscoa.
— Como é viver no Planeta Dulce?
— É ótimo. E não se atreva a contaminar meu mundinho com suas visões cínicas. Há poucos instantes você estava falando no Príncipe Encantado.
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Pôr do sol no Central Park
أدب الهواةAnahí Portilla e suas duas melhores amigas inauguraram um negócio em Manhattan que está sendo um sucesso. Anahí é designer e ama trabalhar com paisagismo de jardins suspensos nos telhados dos arranha-céus da cidade. Entre amizades verdadeiras e um t...