À doutora Yoon, que na vida real gosta de ser chamada de Cristi;
para uma Margarida que com pétalas limpa lágrimas,
e a todas as pessoas sem formação médica que salvam vidas.
"Você me ensinou a coragem das estrelas antes de partir,
como a luz continua sem fim, mesmo após a morte.Com a respiração entrecortada,
você me explicou o infinito
e como é raro e bonito existir.Não pude deixar de pedir que dissesse tudo de novo.
Tentei escrever, mas nunca consegui encontrar uma caneta.
Eu daria tudo para lhe ouvir dizer isso mais uma vez:
Que o universo foi feito apenas para ser visto pelos meus olhos.Com a respiração entrecortada,
tentarei explicar o infinito
e como é raro e bonito existir."SATURNO: CRONOS
Minha mentalização para o primeiro dia do segundo ano de Filosofia e Letras era a seguinte: acordar às cinco da manhã (ou pelo menos tentar, a palavra-chave é tentar), tomar um café, tomar um banho, talvez me vestir de forma um pouco mais apresentável (mesmo que seja o mínimo, por favor, Kim Seungmin), arrumar minha mochila, resolver palavras cruzadas e continuar lendo Virginia Woolf.
Eu deveria ter presumido, desde o início, que acordar às cinco da manhã seria o primeiro erro da minha fantasia.
A verdade é que nesta segunda-feira eu acordo por volta das seis e meia, mesmo tendo aula às sete. Corro pela casa como uma idiota pegando os três primeiros cadernos usados do ensino médio, que ainda têm algumas páginas sobrando, junto com a mochila que está comigo há uns seis anos e que, presumivelmente, nunca foi lavada.
Pego a primeira calça preta que julgo estar limpa e a camiseta da mesma cor que manchei com pasta de dente no último minuto. Meu cabelo? Espero que pareça bom, porque não há maneira alguma no quinto círculo do inferno de parar para pentear. Tenho vinte minutos para chegar à aula de Textos Filosóficos III, e leva pelo menos trinta para ir da minha casa até a faculdade.
Espetacular.
De alguma forma (correndo e deixando toda a minha dignidade para trás), chego ao campus em apenas dez minutos, tropeçando nos meus próprios pés enquanto tento enfiar meus cadernos e meu moletom rosa dentro da mochila, xingando e completamente suado.
Eu deveria, pela primeira vez na vida, tomar boas decisões e parar de ter aulas nessas horas absurdamente cedo da manhã. Não sou uma pessoa matutina, por algum motivo meu cérebro cria cenários fictícios muito melhores à noite, mas a doutora Yoon e eu estamos trabalhando em minhas rotinas há muito tempo para desistir agora.
E para completar, o início do semestre é marcado por algo desastroso e hilário.
Quando finalmente consigo encaixar um dos cadernos com um som de vitória, acontece: sinto meu corpo colidir com o de alguém.
- Desculpa! Oh, merda - murmuro baixinho, olhando para o garoto com sua camiseta branca manchada de café diante de mim.
Uma camiseta branca.
O copo de bebida está caído no chão e o garoto vê sua roupa encharcada por minha causa. A única coisa que poderia ter sido pior é se a bebida estivesse quente, mas para a minha única sorte, era um americano gelado.
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𝐂𝐎𝐒𝐌!¡𝐂 | chanmin/seungchan
FanfictionSeungmin, aos vinte e dois anos, com o coração partido, possui dois frascos de comprimidos como seus melhores amigos e faz terapia uma vez por semana. Está no terceiro semestre de Filosofia e Letras, ainda dorme na cama da mãe, e sua vida é permeada...