ׁ ׅ ≀Íkosi ennéa⭒

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À medida que o mês de novembro se aproxima, percebo que as provas do meio do semestre estão se tornando cada vez mais desafiadoras.

O clima está em transição, embora aos meus olhos pareça mais quente. Os ventos fortes do inverno abraçam a cidade, fazendo com que roupas quentes, como cachecóis e casacos forrados, voltem a ser indispensáveis. Os pedidos de café gelado foram substituídos por deliciosos chocolates quentes, que não apenas aquecem as mãos, mas também aquecem a alma em dias frios.

Os ensaios têm sido uma constante fonte de estresse, mas meus horários não estão tão caóticos como costumavam ser. Chan estuda no meu quarto e eu no quarto da minha mãe, e quando o relógio marca três da manhã, Chan aparece e nos obriga a irmos para a cama.

As provas continuam sendo terríveis, com apenas uma ou três questões, o que torna minha vida miserável durante duas horas. Finalmente, suspiro aliviado ao entregar a folha preenchida com referências, reflexões e citações que decorei de cor.

Por sua vez, Chan também não está em melhores condições. Sobrecarregado com projetos, provas e trabalhando na progressão de sua tese logo pela manhã. Nós nos encontramos por no máximo uma hora à noite quando ele retorna exausto da biblioteca e então voltamos ao trabalho, nos trancando com nossas intermináveis anotações.

Naquela semana, uma gripe horrível o pegou desprevenido novamente. Com o nariz vermelho e irritado, a voz rouca e a dor no peito após suas crises repentinas de tosse, aacabo aplicando pomada em seu peito para lhe proporcionar algum alívio antes de dormir, com a promessa de que, no final da semana, ele irá ao médico de uma vez por todas.

– Vai ao médico amanhã? – questiono Chan assim que ele chega em casa na sexta-feira à noite. Chegamos separadamente, pois ele passou o dia inteiro na biblioteca com seus colegas finalizando um projeto a ser entregue antes do meio-dia.

– Vou, eu acho – responde, dirigindo-se à cozinha onde estou preparando o jantar. – Adoraria entrar em coma agora mesmo – resmunga, expressando sua frustração.

– Eu já te disse para ir ao médico antes, mas você me ignorou. Pode ter desenvolvido uma infecção – comento enquanto me viro para lhe olhar. Ele faz uma careta engraçada de desgosto.

– Eu não quero ir – admite em voz alta, assim que nos acomodamos no sofá para jantar e assistir TV.

– Mas é necessário! Está evitando há muito tempo – repreendo, dando uma mordida no sanduíche. Amanhã também tenho que ir ao refeitório para substituir o Felix, aparentemente ele tem uma prova.

Chan faz outra expressão de horror. Ele apenas come metade do sanduíche e logo o ouço roncar ao meu lado, deixando o prato com as sobras esquecido na mesinha de centro enquanto apóia a cabeça no braço do sofá.

Logo peço para que vá dormir na cama, ignorando as reclamações que desaparecem assim que ele sobe para o quarto.

No dia seguinte, ele se dirige cedo ao hospital, mas deixa um bilhete informando que terá que ir para a Universidade o resto do dia devido às correções no projeto feitas pelo professor; Enquanto isso, acordo às dez horas, preparo o café da manhã e saio de casa por volta das onze horas para chegar a lanchonete ao meio-dia.

Tudo occorreu da forma mais plena possível, e ao anoitecer, ambos saímos do estabelecimento trancando a porta com um cadeado. Hyunjin irradiava felicidade, comemorando o término do turno de trabalho.

– Vamos, Seungmin, vou te levar para casa –  disse ele, dirigindo-se ao seu carro estacionado nas primeiras vagas do estacionamento sem virar para verificar se o estou seguindo.

– Não precisa – respondi.

– Não perguntei – Hyunjin logo volta a cantarolar cerca de dez metros à minha frente, entoando uma música que tenho certeza de que ele inventou.

𝐂𝐎𝐒𝐌!¡𝐂 | chanmin/seungchanOnde histórias criam vida. Descubra agora