ׁ ׅ ≀Triánta éna⭒

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Sinto meu pé saltando repetidamente no chão, minha garganta se apertando em nós e minhas mãos tremendo incontrolavelmente em minhas pernas. O cheiro de desinfetante e álcool me deixa tonto, algo que nunca imaginei que sentiria novamente.

Assim que entramos no local, Chan estava próximo a uma máquina que tentava fornecer oxigênio a ele. Seu corpo convulsionava de tosse e ele segurava minha mão firmemente, como se não quisesse que eu o abandonasse.

Enquanto carregavam a maca, dois médicos retardaram o ritmo em que eu os acompanhava. Vi Chan pelo canto do olho tentando se levantar, o que apenas o levou a cair novamente de costas nos lençóis. Toda a equipe médica e enfermeiras pareciam estar em um frenesi, trocando gritos e palavras confusas que eu não compreendia.

Em um instante, Chan desapareceu do meu campo de visão e a espera se arrastou por mais de uma hora.

Sinto minhas unhas ardendo e meus lábios sangrando enquanto os puxo entre os dentes. As pessoas ao meu redor na sala de espera entram e saem, algumas parecendo melhores e outras parecendo exatamente como eu.

– Parentes de Kim Somi.

Alguns adultos se aproximam ao meu lado antes de serem levados para falar com o médico.

Incapaz de esperar por mais tempo, vou até a enfermeira responsável pelas chamadas.

– Com licença, há alguma notícia sobre Bang Chan? – pergunto, tentando não parecer tão impaciente quanto me sinto embora minha estabilidade esteja por um fio fino.

A enfermeira me olha por um momento antes de falar novamente.

– O senhor é da família?

Sinto meus lábios queimarem.

– Sou o namorado – começo a dizer e espero as contrariedades que virão. Ele não tem outra família.

Ela me olha por alguns segundos antes de concordar.

– Está estável, ele...

– Posso vê-lo? – interrompo, sem conseguir conter as palavras e com o tom de voz mais miserável que já ouvi sair de mim.

A enfermeira suspira antes de concordar, virando-se. Eu a sigo rapidamente.

Ela navega entre as pessoas e os médicos que se movem de um lado para o outro com mais pacientes, andando rapidamente e evitando qualquer obstáculo. Tento acompanhá-la.

Ela me leva para a UTI.

A sala de espera de intensivos é deplorável, com pessoas sentadas nas cadeiras reclinadas, chorando ou dormindo.

Ao passarmos pela sala, entramos em uma área com quartos que possuem grandes janelas para facilitar a monitorização das pessoas lá dentro. A maioria das persianas estão abertas.

Vejo pessoas deitadas em macas, a maioria delas acompanhada por um familiar. A enfermeira continua andando até quase o final do corredor.

– Quarto 423, o médico estará aqui em breve – ela diz, abrindo a porta de correr para me deixar entrar antes de sair sem dizer mais nada.

O som das máquinas enche a sala, os bipes tão irritantes ecoam na minha cabeça, trazendo memórias à tona. O cheiro característico das salas também me transporta para momentos de anos atrás.

Eu vejo Chan perto da maca, conectado a um respirador. Seus olhos estão cansados, piscando com força.

Nossos olhares se encontram e percebo que seus olhos se estreitam. Apesar de tudo, ele tenta sorrir para mim, talvez para amenizar a situação.

𝐂𝐎𝐒𝐌!¡𝐂 | chanmin/seungchanOnde histórias criam vida. Descubra agora