ׁ ׅ ≀Íkosi éxi⭒

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Tentar levar Chan para casa tem sido uma odisséia e tanto. Tenho discutido sobre isso com a doutora Yoon há quatro sessões consecutivas, e a cada semana ela espera ansiosa pelas minhas atualizações.

No início do processo, durante a primeira semana do mês, a doutora Yoon sugeriu que eu trouxesse pequenos objetos que me lembrassem de Chan para casa. Essa prática faz parte de permitir a entrada dele, aos poucos, e de ter em mente que uma parte dele já está presente.

A doutora Yoon, com um sorriso radiante, ouve atentamente enquanto compartilho com ela sobre uma noite que passei no apartamento de Chan. Apesar da minha inquietação em verificar se todas as chaves estavam trancadas e se a porta da frente estava segura, acabei dormindo tranquilamente, sem a necessidade de tomar comprimidos.

– Essa é melhor coisa que você me disse em todos esses meses, Seungmin. Depois de ter dito sobre ter um encontro, claro – exclama ela, batendo palmas, o que me faz rir de forma melancólica.

É assim que quando Chan me busca na lanchonete, sob o olhar curioso e intrometido de duas pessoas que parecem sempre estar interessadas na minha vida amorosa, decido pedir emprestado o suéter dele alegando que está frio.

Ao chegar em casa, penduro o suéter no cabide onde permanece por uma semana inteira. A cada vez que abro a porta de casa para seguir com minha rotina noturna, escuto o som do suéter batendo suavemente. Às vezes, dou uma olhada nele e sinto vontade de lavar, dobrar e organizá-lo no armário, seguindo a ordem das cores das roupas, mas resisto à tentação. No momento, é importante que eu me acostume com a ideia de tê-lo por perto.

Durante a segunda semana de terapia, acabo confessando a Chan sobre o que tenho discutido nas sessões.

– É um exercício – em meio ao nervosismo, forço minhas unhas nas palmas das mãos. – Mas se quiser de volta posso lavá-lo e trazê-lo para você.

Um longo silêncio se segue após minhas palavras, enquanto Chan processa a informação. Me sinto envergonhado, desejando intensamente que o chão se abra e me engula.

Porém, Chan se inclina sobre mim, levantando meu queixo porque meu olhar está vagando para o chão. Ele beija minha testa e a ponta do meu nariz, antes de dar um selinho em meus lábios.

Meu precioso – diz enquanto se separa.

Após isso, decide deixar comigo seu cachecol. Eu o coloco na cadeira de balanço, em cima da manta que costumo cobrir ali. A cada vez que entro em casa, meus olhos são atraídos para os dois objetos, mas gradualmente consigo me concentrar em minhas tarefas diárias sem sentir ansiedade.

Nos dias seguintes, Chan começa a me dar discretamente algumas peças de roupa ou pequenos detalhes, sem dizer uma palavra. Esses gestos silenciosos começam a se repetir, criando uma sensação reconfortante em meio à minha rotina.

Na terceira semana, o encontro na faculdade e, quando ele me vê, corre em minha direção acenando com a mão no ar.

– Seungmin! – grita, se aproximando rapidamente através da multidão de estudantes.

Fico surpreso ao vê-lo se aproximar com passos largos, e antes que eu possa cumprimentá-lo com algum comentário rotineiro, ele se inclina e olha para mim, esperando uma resposta que suponho ter encontrado, já que ele me beija no meio da multidão de pessoas ao nosso redor. É algo totalmente inesperado.

Quando finalmente nos separamos, ele ri, percebendo minha expressão de choque.

– Sinto muito, você fica lindo demais com essa boina – se desculpa, mostrando um grande sorriso em seu rosto.

Eu bato em seu peito.

– Para de flertar comigo – murmuro, fingindo estar irritado. Ele estala a língua em resposta.

𝐂𝐎𝐒𝐌!¡𝐂 | chanmin/seungchanOnde histórias criam vida. Descubra agora