Capítulo 18

613 82 65
                                    




Gwyneth B.


Eu queria permanecer brava com ele, queria que meus sentimentos não ficassem tão bagunçados quando ele estava por perto, mas parecia uma tarefa tão impossível quanto nadar contra a maré. Todas às vezes em que o via era como se uma força maior me fizesse esquecer de tudo, e eu constantemente precisava me lembrar do porquê estava chateada com ele, e que não, não estava tudo bem ele esconder coisas de mim. Todos os dias era uma batalha interna, e honestamente, isso era cansativo para caramba.

Estava incerta sobre o que deveria fazer, principalmente depois que descobri sobre a chama, às vezes me pegava pensando que era egoísta tentar fazê-lo me escolher, que melhor deixá-lo ir, para que ele tivesse a chance de um dia viver o amor que merece. E em outras vezes, eu acordava com a certeza de que deveria lutar por ele, de que deveria mostrá-lo que eu faria de tudo para fazê-lo feliz, e que eu seria dele e só dele por toda a minha existência, e se isso não fosse suficiente, eu faria ser.

Era bizarra a proporção que esse sentimento estava tomando a cada dia, eu nunca me senti assim, como se fosse morrer de abstinência pela falta de alguém, mesmo quando ele estava a centímetros de mim.

Mesmo que eu ainda não soubesse o que fazer, havia uma certeza que me assombrava, e me fazia temer pelo meu futuro todos os dias, algo dentro de mim sabia que se eu abrisse mão de Azriel, estaria abrindo mão da minha própria felicidade.

E então, eu deveria ser egoísta o bastante para querer Azriel para mim? Ou ou deveria sacrificar a minha própria felicidade para dá-lo a chance de viver um amor melhor que o meu?

*

A folga acabou, e infelizmente eu precisava voltar ao trabalho. Meu carro estava em revisão, então peguei um uber de casa até a empresa. Entrei pelos portões de vidro, acenando para o recepcionista do prédio enquanto apertava meu rabo de cavalo que já estava querendo se desmanchar devido à pressa com que o havia feito, porque para variar, eu estava atrasada outra vez.

— Bom dia, Gwyn — Adam me cumprimentou, aparecendo bem atrás de mim assim que o elevador chegou.

— Olá, bom dia, Adam — o cumprimentei um pouco sem graça, mas dando o meu melhor para parecer casual.

O loiro entrou comigo no elevador e fez a gentileza de apertar o botão indicando nosso andar. Nós não conversávamos diretamente desde aquele dia em que achei seu bilhete na minha saia, provavelmente porque eu o estava evitando desde então. E, além disso, eu havia perdido o bendito bilhete, o que é engraçado, porque eu tinha certeza de que havia deixado no bolso da saia pendurada no cabide.

— Está animada para hoje à noite?

O homem sorriu para mim, aguardando minha resposta.

— Animada para o quê, exatamente? — Respondi confusa.

Adam franziu o cenho para mim.

— Hoje é a confraternização da empresa.

Não acreditei de imediato, então peguei meu celular para conferir que dia era hoje. Minha boca formou um perfeito "O" maiúsculo quando percebi que ele estava certo, a festa para os funcionários que a empresa estava organizando há séculos seria hoje, e eu estava ciente disso, mas devido a todo o meu drama com Azriel, tinha me esquecido completamente.

— Você se esqueceu, não é?

Comprimi os lábios, fazendo que sim com a cabeça.

Que droga.

— Bom, ainda bem que lembrei você, o presidente da corporação vai estar aqui hoje, não pega bem faltar, sabe?

Ele estava certo de novo, não poderia faltar a um evento desses.

The Devil's Dagger • GWYNRIEL AUOnde histórias criam vida. Descubra agora