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07 DE MARÇO DE 2008. 16:45 da tarde. ESCOLA JUJUTSU DE TÓQUIO.
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— Ela me disse tantas coisas horríveis ontem. — Eu falei, deitada na cama do quarto onde Utahime ficaria hospedada durante os dois meses aqui na escola de Tóquio.
Utahime chegou uma hora depois do almoço, assim como a diretora da escola de Quioto havia nos avisado. Eu fiquei encarregada de mostrar a ela o quarto onde ela dormiria, e como todo aluno de Quioto, ela reclamou do quarto ser muito pequeno e pouco decorado. Não pude evitar de revirar os olhos, até porque, essa é a Utahime de sempre.
Eu e ela conversamos por um bom tempo sobre como iam nossas vidas. Eu expliquei a ela sobre tudo o que havia acontecido comigo desde o dia em que virei hospedeira, até hoje. Eu não omiti nada, só algumas partes que irei contar somente daqui para frente, quando eu souber o que sou de verdade. Utahime, como uma boa amiga do jeito que é, iria entender minha escolha, mesmo que fique chateada achando que eu não havia confiado nela, mas a verdade não era essa. Eu não queria que ela ficasse mais preocupada do jeito que ficou quando soube que eu seria executada.
Utahime se encontrava ouvindo todas as minhas frustrações enquanto colocava todas as suas roupas em cabides para depois colocá-los dentro do enorme guarda-roupas de madeira escura.
— Eu não tenho certeza, mas ouvi boatos de que ela estaria se matriculando na escola de Quioto. — Utahime bufou de ódio. — Eu não quero nem pensar na possibilidade daquela loira sem sal esbarrar em mim nos corredores da escola de Quioto! — Revirou os olhos.
— Se ela for realmente para Quioto, meus dias de paz estarão chegando, graças aos deuses! — Levantei minhas mãos para o alto. Encarei Utahime, que me olhava com uma fúria que me fez estremecer de medo.
— Eu não vou ser tolerante igual você é com ela. — Virou-se e colocou um vestido na cor verde dentro do guarda-roupa. —Vou encher a cara dela de socos e esporros.— Riu. — Nem com plástica irá resolver...
— Você é má, sabia? — Perguntei.
Ela deu de ombros e foi até o banheiro que ficava dentro do seu quarto, guardar algum creme corporal. — Você acha mesmo que vou deixar a vida dela continuando nas mil maravilhas, enquanto ela te massacra? — Falou um pouco alto. — E outra, vai ser mais uma coisa pra mim jogar na cara do Gojo. — Gargalhou, maléficamente. — Uma decadência que me fazia ter pena, só que eu me lembrei que é o Gojo! — Voltou, trazendo um vaso de flor.
— Os dois se merecem. Dois narcisistas. — Me levantei da cama, e andei até a escrivaninha que ficava do lado dela. Toquei no porta retrato que havia uma foto minha e Utahime juntas. Ela foi tirada no dia em que nos conhecemos em uma missão, desde então somos inseparáveis. Sorri ao passar meus dedos pela foto.
