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Quando saí da cafeteria, o vento fresco bateu em meu rosto que estava rosado pela conversa que acabara de ter com Satoru. Eu sei que o que ele sente por mim, não seja algo romântico. Sei que aquilo é o que ele sente por todas as garotas com quem ele se envolve. Eu não quero ser a única apaixonada nessa merda e sair machucada depois, eu já sofri muito. E uma decepção amorosa não está em meus planos agora.
Mesmo que ele tenha me dito coisas boas e legais, eu não senti um pingo de verdade nele. Não se pode duvidar dos sentimentos de uma pessoa. Mas quando a pessoa é Satoru Gojo, as dúvidas inevitavelmente aparecem.
— No se que esta pasando por su cabeza... — resmunguei em espanhol uma frase frustrada. Nunca sabemos o que se passa na cabeça dele. Ele é um enigma para mim, e se ele estiver falando a verdade, talvez eu tenha mais um problema para resolver. Eu não quero deixar as pessoas sofrerem quando eu não estiver mais aqui, e Satoru se apaixonar por mim, vai significar uma guerra ou uma catástrofe no mundo.
Satoru moveria céus e terras se algo me acontecesse.
Por isso, prefiro acreditar que isso tudo seja apenas blefe, ou uma obsessão passageira. Satoru me amar não é o problema, o problema é até onde ele iria por este amor.
Geto havia me dito um dia que Satoru era um rapaz com o espírito livre, e que seria muito difícil alguém conseguir quebrar o gelo que é seu coração. Ele não tinha pena das garotas com quem ele dormia uma noite, e saía pela manhã ou madrugada e no dia seguinte não se dava o trabalho nem de telefonar e dizer que estava tudo bem. Ele sempre foi muito galanteador, e por ser bonito, conseguia o que queria facilmente.
Porque lábia e beleza ele tinha.
Minha mente fodida não consegue acreditar que o que ele diz sentir por mim seja verdadeiro. Nada entra, ou nada sai. Minha mente só me diz que o que ele quer, é apenas diversão passageira.
Se ele trai Haikka, que é filha de um homem que tem influências no mundo Jujutsu, quem dirá eu? A filha rejeitada, e que renegou seu próprio clã?
— Você é uma caixa de surpresas, Satoru. — Apertei o bolso de meu short e mordi meu lábio inferior. Eu estava nervosa, e por ser o fim do inverno, tudo estava gelado. Meu nariz estava vermelho, e minhas maçãs do rosto um pouco inchadas por conta da friagem que se fez ontem.
Já a alguns metros da cafeteria, eu me encontrei com uma senhora com roupas em frangalhos e cabelos grisalhos. Parecia que não era residente deste continente, já que suas características me diziam que era estrangeira. Olhando pelas vestes, ela era uma de... cigana?
Ciganos. Já li livros sobre eles, são pessoas que andam em bando. Geralmente o bando é composto por pessoas da mesma família. Estes vivem vagando por todos os lados, em busca de algum propósito, ou talvez não. Nunca ficam em um ponto específico, e se ficam, não duram mais do que um ano, o que é bem raro. Normalmente, quem lê o seu futuro e olha suas cartas, são as mulheres.
