10. ESTOU CONFUSA!

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PILAR
THOMPSON

Não, não estou confusa, e menos ainda perdida em meus próprios sentimentos caso ele acredite que estou. A quem eu quero enganar, ele é interessante demais para estar interessado em mim. Não, não mesmo Pilar. Ele não está interessado em você como pensa. O que ele quer além de uma boa foda porque é só nisso que pensa, quer também magoar o próprio pai, humilhar o pobre do Álvaro que é um homem acima de qualquer suspeita. Eu acredito sim que ele está em reuniões tratando de negócio para que continuemos a viver com o mesmo conforto de sempre. Meu marido é bom, e me ama.

— Sra.

Naná me chama fazendo com que eu me vire, já que eu estava voltando para o quarto.

— Conseguiu descansar? Depois do chá de camomila conseguiu dormir?

— Até tentei Naná. Mas fui acordada quando estava no meu mais profundo sono onde sonhava com os beijos do meu marido. Estou morrendo de saudades do Álvaro.

— A Sra. o ama mesmo não é Sra. Pilar. Seu Álvaro quer muito bem a Sra. E seu Saulo também. Ele é turrão meio bruto as vezes com os peões, comigo não comigo ele é um amor. Mas com os caras na maioria das vezes dá seus coices.

— Não precisa me dizer. Sei bem o quanto ele é um ogro. Tão diferente do Álvaro que é manso, tranquilo, carinhoso. Está sempre de bom humor. Tem certeza Naná que teu patrão é mesmo filho do meu marido?

Abaixando os olhos, ela não me responde me fazendo estranhar seu jeito. Resolvo então descer os degraus e me aproximar.

— O que foi. Falei alguma coisa errada?

— Não Sra. Não falou não. É que eu não sei responder a essa sua pergunta. Com licença Sra. Pilar. Eu preciso arrumar as prateleiras que estão desorganizadas. Seu Saulo não gosta de ver nada fora do lugar.

— Tudo bem, vai lá.

Se afastando, fico cismada com seu jeito. Parece que queria me falar alguma coisa mas recuou. Estranho. Bom, acho que vou ficar por aqui mesmo.

Sentando na poltrona de frente à uma gigantesca TV, ligo para me distrair e não ficar pensando no que estou pensando. Ou melhor sentindo o que já deveria ter passado, mas não. Não quer passar a intensidade daquele beijo, um beijo que jamais deveria ter acontecido. Como eu pude corresponder com tanta vontade e luxúria aquela língua habilidosa, macia gostosa de sentir.

A hora que ele entrou no quarto eu sabia que faria, pois tem um espelho que através dele dá para ver o corredor de onde o vi parado perto da porta escutando minha conversa com o Álvaro. Assim que encerrei deixei o celular do lado fingindo estar morrendo de sono. Não deu outra, seu cheiro de vaqueiro misturado com perfume, me deu a certeza que ele estava muito próximo à mim. Sua mão bruta mas ao mesmo tempo delicada, tirou meus cabelos do rosto.

Eu tinha que continuar fingindo até ver aonde ele iria chegar, e chegou. Seu hálito quente estava se aproximando dá minha boca, pensei que ele não fosse fazer o que fez mas eu estava enganada. Se no riacho ele teve a cara de pau de mergulhar depois me roubar um beijo. Porque não faria na cama, sendo que achou que eu estava realmente em um sono profundo. Não sei o que me deu mais eu precisava sentir mais, explorar seus lábios, sua língua, corresponder o que eu não podia mas necessitava.

Com uma das mãos na sua nuca onde minhas unhas passeavam, eu fiz o beijo aprofundar mais. Ele sentiu que eu não queria ficar só no beijo, tanto que subiu em cima me fazendo abrir as pernas. Quando vi que estava ficando excitada, o joguei no chão me fazendo à egípcia e o culpando. Sei que ele não tem culpa, afinal ele sentiu a minha entrega.

A MÃEDRASTA! ( CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora