[CONCLUÍDO]
"Ela virá do nada.
Amenizada pela luz da esperança.
Com o poder do Dragão em suas mãos.
Mas o mesmo poder que a torna forte, a torna perigosa.
Ela deve ser cuidada, protegida, tutelada.
Ela é a chave para o futuro do mundo...
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ˢᵗᵉˡˡᵃ ⁿᵃʳʳᵃⁿᵈᵒ
O dia havia sido normal, Draco ficou em sua mesa fazendo que ele tinha para fazer e eu fiquei deitada em minha cama, pansy só viria mais tarde para me "ajeitar" então eu tinha alguns minutos ainda para aproveitar o completo silêncio do quarto.
Draco estava despojado, joga em minha cadeira com seus cabelos bagunçados e sua camisa aberta. De vez em quando ele cansava de ficar lá e vinha até minha cama para tentar conversar comigo, no caso só ele falava... Eu já percebi que ele não espera que eu me abra com ele, e eu me sinto bem com isso.
Meu quarto nesses dias estava começando a me sufocar, essa voz em minha mente falava cada vez mais, e todo dia ela parecia mais familiar. Sabe quando você não escuta a voz de alguém que você era muito próxima a muito tempo, mas do nada você escuta ela em algum lugar? Era essa a sensação que eu estava tendo.
As vezes me falava coisas reconfortantes e outras me falava coisas duras mais que eu precisava escutar... Estar em minha pele nesses últimos dias não estava sendo fácil, e eu não desejo essa porra para ninguém... Nem para o meu pior inimigo.
Eu não consigo dormir por muito tempo ultimamente, tenho um medo constante de algo acontecer, então só durmo quando Draco está aqui, porque uma parte minha confia cegamente nesse garoto.
Não entendo o porquê de eu confiar tanto nele, a algumas semanas atrás eu o odiava, nós nem conversamos, só trocamos insultos, mas daí ele começou a ser legal e me tratar bem... E eu me senti segura, como se aquilo fosse o certo. Ele estava sendo meu lugar seguro ultimamente.
Eu não penso muito em como as outras pessoas devem estar devastadas com oque eu fiz, a família de Olivier deve estar pior que eu, mas devem estar vivendo suas vidas, como qualquer pessoa normal... Então porque eu não consigo?
E tudo piora quando lembro que algum dia vou ter que sair desta cama e ir para o mundo real de uma vez por todas, minha cabeça não consegue mais assimilar que eu tenho uma vida além desta... eu sinto como se já estivesse morta por dentro.
— até quando vai ficar se martirizando? — Draco fala do lugar onde estava como se estivesse lendo meus pensamentos, ele me encarava com o semblante abatido, suas olheiras haviam aumentado, e sei que ele perdeu o jogo de quadribol para ficar me vijiando... Não sei como me sentir a respeito disso. — até quando vai se culpar por algo que você não tem culpa? — havia sentimentos em cada palavra dita, havia pesar ali.
Eu queria o responder, mas não conseguia... Eu não podia, porque se abrir minha boca para falar com alguém eu vou despejar tudo para fora... Não quero causar mais problemas do que já causei, meus próprios sentimentos eu sei cuidar.
Eu balanço minha cabeça em negativo e me viro para o lado da parede, o dando a visão de minhas costas, o escuto soltar um suspiro e se levantar da cama.
