epílogo 2

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O reflexo que me encarava no espelho não parecia nada comigo, suas olheiras fundas me davam um ar cansado... E o terno preto em meu corpo, coberto por uma enorme capa preta, me dando um ar sombrio. Meus cabelos penteados para trás, como mamãe disse que ficaria bonito... A realidade é que eu me sinto tudo menos bonito.

Eu não me sentia eu mesmo, era como se estivesse na pele de uma pessoa completamente diferente. Eu estava prestes a me tornar algo que eu abominava, eu estava começando a me odiar novamente... a odiar o rosto que me encarava no espelho.

Soltei um suspiro, vendo meu reflexo me acompanhar. A porta do pequeno cômodo é aberta e vejo quando Narcisa Malfoy coloca a cabeça para dentro e abre um sorriso em minha direção.

— Está pronto, meu filho? — pergunta ela, entrando e vindo para perto de mim no espelho.

Minha mãe estava elegante como sempre, ela vestia um enorme vestido preto que não deixava um pedaço se quer de pele amostra, mas mesmo assim ficando lindo nela, nos pés, apesar de eu não conseguir ver, consegui escutar o barulho de seus saltos batendo contra o piso. E os cabelos estavam como sempre, com suas duas mechas brancas presas por uma presilha de herança familiar.

A mulher de cabelos pretos com apenas duas mechas brancas se para atrás de mim e encara meu reflexo no espelho assim como eu mesmo me encarava.

— Acho que estou... — não, eu não estava nem um pouco pronto.

Eu não queria ter a porra da marca negra tatuada em meu braço, não queria nem estar aqui ao lado da minha mãe participando dessa merda. Eu a amo... amo minha mãe... Porém, não me sinto confortável com ela agora... saber que ela aceitou fazer parte disso tudo porque quis me traz um incômodo que eu odeio.

— Ó... meu menino... — ela caminha até se colocar de frente a mim, onde ergue sua mão direita e a coloca em minha bochecha, acariciando sutilmente o local. Meus olhos se fecham involuntariamente pela carícia. — Você vai conseguir... Você é um garoto forte.

Eu estava tentando ser forte, não só por mim... Por todos nós.

Abro meus olhos e encaro a mulher à minha frente, ela me olhava com o olhar mais puro que já vi, e com certeza havia arrependimento e culpa ali... Por mais que eu soubesse que não é culpa dela, eu gosto dela se sentir culpada por estar me obrigando a fazer algo que eu tanto desprezo.

E talvez esse seja um dos milhares de traços tóxicos que herdei de meu pai e não me orgulho nem um pouco dele.

— Vamos?

Com muita relutância, balanço minha cabeça em concordância, mas o que eu queria mesmo era fugir para bem longe e fingir minha própria morte... bom, talvez eu ainda tenha tempo.

Eu me sentia zonzo a cada passo que eu dava para mais próximo àquela enorme e imponente porta.

BLOOD HEIRESS • draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora