A Névoa

Cinco anos e seis meses antes

***Rafael***

Por conta de uma aposta besta fingi cair na frente da Beatriz no intervalo, quando ainda estava no ensino médio.

Beatriz correu e foi me ajudar a levantar (essa minha fama de pega garotas sempre fez sucesso) Só eu sabia o momento exato de bate a palma da mão no chão de uma forma que a cabeça também deveria bater na mesma hora (sem me machucar), nunca ensinei meu truque baixo para a gangue, esse truque era meu, só meu.

Ela parecia preocupada, viu que minha cabeça tinha batido no chão e tinha feito todo aquele barulho... Queria me levar no Hospital, minha técnica nunca falha.

Fingi sentir dor de cabeça e ela me acompanhou em casa, esse meu teatro fez toda a escola prestar atenção em mim. Não aceitei ir para Hospital. Ela me acompanhou em casa, o Léo nos levou no carro da mãe dele (sim, o Léo sempre andou de carro desde seus 13 anos, mesmo sem carteira, mais só ganhou o carro dele quando completou 18 anos) No carro Léo dirigia e do lado dele o Carlinhos, eu e a Beatriz estávamos no banco de trás, ela cuidava de mim e eu ficava só de boa recebendo todo aquele carinho... Com toda a bagunça o direto deixou sair comigo o Carlos, Léo e claro a Beatriz (meus pais fazem parte do conselho da minha escola e isso fazia me deixar de boa na escola, eu sempre fui bom aluno mais não me chamavam a tenção nem um professor).

De verdade eu sempre fui muito desastrado mais aprendi a fazer com que isso fosse algo bom pra mim.

Quando chegamos em casa Dona Susana nos recebeu e estranhou tudo, senti vontade de rir, porque até a Dona Susana conhecia essa minha técnica de tanto os meninos ficarem aqui em casa me zuando por conta disso.

Não tinha como não gostar da Bia, me dei conta e eu já estava apaixonado, com os quatro pneus caídos por ela.

Ela conheceu meus pais no mesmo dia da minha queda fingida (meu pai também conhecia esse meu truque, na verdade foi ele quem me ensinou a transforma esse meu defeito de fabrica em "arma de sedução" - como os meus amigos falavam); Todos gostavam dela de primeira com muita facilidade (não sei quando ela se tornou essa pessoa controladora sem coração).

Eu não estava procurando namorada, eu não estava procurando um amor, mais encontrei sem querer a garota que todos desejavam na escola, a garota mais linda do 3° ano era minha, estava ali nas minhas mãos!

Papai, mamãe, Chris, até a Dona Susana (que era difícil ir com a cara de alguém) logo gostaram da Beatriz, que com todo o carinho que sentíamos começamos a chama-la de Bia.

Ela fez moda e começou a colocar apelido em todos:

Rodrigo de Digo, Rody ou Drico.

O Leonardo nós já chamávamos de Léo.

Allan de Lan ou Lanzinho.

O Carlos eu já chamava desde sempre de Carlinhos.

Minha mãe de Mary.

Dona Susana de Susu...

E a minha irmã Chris ela chamava carinhosamente de IRMÃ. Elas sempre estavam juntas.

***Beatriz***

-Não, ele nunca vai me notar eu sempre estive aqui, e ele nunca me notou... - eu falei, me sentia a garota mais feia do mundo. Mesmo todos me chamando de linda, eles queriam que desfilasse para garota da escola mais eu não tenho coragem, sempre tive muita vergonha, imagina meu pai sabendo disso, ele é muito antigo, não gosta dessas coisas.

-Não Bia, ele deve esta com vergonha de chegar em você, esta vendo ele e os outros meninos ali olhando pra nos? Devem esta falando de você... -a Lety falou (Letícia para a família e Lety para a melhor amiga).

Formávamos o trio parada certa, estávamos sempre juntas eu Letícia e a Lara. Lara e Letícia eram irmãs e minhas melhores amigas...