Dez

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Não bateram minha meta de comentários mas mesmo assim vim com outro capítulo. Como os comentários são poucos terá um capítulo apenas por dia.

8 meses depois

Estou sentada em frente à janela do quarto olhando para o jardim, enquanto acaricio minha barriga de nove meses de gestação. Meu bebê, esse serzinho é o que me dar forças para continuar vivendo nesse inferno. Por ele continuo vivendo com esperança que o pai dele venha nos resgatar, que nos tire das garras de Carrick. Mas depois de oito meses sem notícias de Christian minha esperança está morrendo aos poucos. Até hoje ele não conseguiu me tirar daqui e até agora Carrick não foi preso. Começo a achar que Christian desistiu de me ajudar.

Começo a ter medo por meu filho, Carrick deixou claro que não vai me deixar ficar com ele. Ele disse que deveria ter me feito abortar quando descobriu que eu estava grávida de Christian. Soube da gravidez dois meses depois que cheguei naquela clínica, comecei a passar muito mal, Carrick ficou muito feliz achando que tinha conseguido me engravidar, mas quando fiz o ultrassom deu que já estava de três meses, meu filho é de Christian. Fiquei tão feliz com isso, tem um pedaço do homem da minha vida dentro de mim.

Carrick ficou louco, me xingou de todos os palavrões existentes, me bateu. Mas graças a Deus nada de ruim aconteceu com meu bebê. Depois da descoberta da minha gravidez Carrick não me estuprou mais, disse que tem nojo de mim por estar  grávida de outro. Agradeço a Deus todos os dias por isso.

Quando eu fiz quatro meses de gravidez ele me tirou da clínica e me trouxe para uma casa dele distante de tudo. Me deixando apenas com uma empregada e os seguranças. O único exame que fiz durante minha gravidez foi o ultrassom, Carrick não permitiu que fizesse mais nenhum. Por isso oro todos os dias para que meu bebê nasça saudável já que não tive cuidado nenhum durante a gravidez.

Meu alívio é que já faz bastante tempo que meu marido não vem me ver. Espero que tenha esquecido da minha existência.

Sinto umas contrações vindo, acho que meu bebê está querendo conhecer o mundo, fico feliz e triste ao mesmo tempo. Tenho medo do que possa acontecer, só tenho uma roupinha pra ele que foi Joana a empregada da casa que me deu.  As dores vão ficando cada vez piores.

-Joana. Grito.

-Senhora Ana. Algum problema?

-Meu bebê vai nascer. Trinco meus dentes pois a dor é insuportável.

-Deite-se na cama. Irei preparar as coisas para fazer o parto. Diz me acompanhando até a cama. -Tire a calça e calcinha. Abra às pernas, preciso ver como tá sua dilatação. Faço tudo que ela pede.

-Dói tanto. Digo apertando a colcha de cama.

-Você tá bem dilatada. O bebê deve nascer daqui a pouco tempo. Irei preparar as coisas que preciso. Já volto.

Joana sai me deixando sozinha. Tento ao máximo não gritar mas é em vão. Dói muito. Queria tanto que christian estivesse comigo nesse momento, segurando minha mão falando que tudo irá ficar bem. Entre meus gemidos e gritos de dor, choro por tudo que estou passando.

-Trouxe uma toalha para você morder Ana. Vamos trazer esse bebê ao mundo. Diz colocando as coisas em cima da cama. - Faça muita força Ana.

-Não dá, não consigo fazer mais força que isso. Aaaaaah. Grito, meu suor se mistura com minhas lágrimas.

-Tô vendo a cabeça Ana. Só mais um pouco de força querida. Joana me pede me dando forças.

-Aaaaaaah. Grito fazendo toda força possível.

-Isso tá saindo. Sinto Joana puxar meu bebê pra fora de mim. Me sinto tão fraca, meus olhos estão pesados.

-Ela nasceu Ana. Ela diz segurando o bebê, mas não consigo ver direito. Meus olhos estão pesados.

-Por que não tá chorando? É a única coisa que consigo perguntar antes de apagar.

Acordo me sentindo muito fraca, minha cabeça dói. Meu ventre dói. Olho pra minha barriga e o volume já não está mais lá. Lembro que meu filho nasceu, mas ele não chorou quando nasceu. Meu Deus.

-Joana. Grito por ela. Porém quem entra é Carrick.

-Olá minha bela. Diz sorrindo pra mim.

-O que você tá fazendo aqui? Cadê meu filho?

-O bastardo você quer dizer?! Ele nasceu morto Anastácia. O filho do Christian nasceu morto. Diz rindo.

-Isso é mentira sua. Cadê meu filho? Eu quero meu filho. Choro desesperada levantando da cama indo pra cima de Carrick. 

-Não estou mentindo. Joana pode confirmar pra você e trazer o corpo do menino. Joana. Ele grita pela empregada que entra com o meu bebê nos braços.

-Eu sinto muito senhora Ana, mas o menino já nasceu morto. Diz com os olhos marejados, desviando o olhar do meu.

Vou até ela e pego o corpinho do meu filho nos meus braços. Não, não pode ser verdade. Eu não acredito que isso aconteceu. Por que Deus precisa me castigar tanto? Já não basta meus pais terem me vendido para esse monstro, ter sido tomada de Christian, estuprada diversas vezes, espancada e agora isso. Meu filho foi tirado de mim, ele nasceu sem vida. Caio no chão com meu bebê nos braços o embalando no meu colo.

-Pare com essa cena ridícula Anastácia. Esse bastardo teve o que mereceu, nasceu morto para minha alegria. Agora vamos poder ter nosso herdeiro saudável. Esqueça dessa criança sem vida. Iremos ter nosso filho. Diz sendo cruel.

-Nunca vou ter um filho seu. Você é um monstro eu te odeio Carrick. Grito com ódio. -Sai daqui, tenha um mínimo de respeito e me deixe viver meu luto em paz. Falo firme, por um milagre Carrick sai do quarto pisando duro.  Continuo acariciando a cabecinha do meu bebê.

-Ana. Joana me chama.

-Sim. Olho pra ela que me encara com pena no olhar.

-Me de o menino, vamos vestir ele para o enterrar. Ela fala como se estivesse falando com uma criança.

-Preciso ficar com ele só mais um pouco Joana. Falo sem olhar pra ela.

Um tempo depois Joana tira o bebê do meu colo e vesti o macacão que ela deu nele. Me afasto, não tenho mais forças pra isso. Logo um segurança entra com um caixão na mão. Joana coloca meu filho com cuidado dentro dele. Fala pra eu ir tomar um banho e trocar de roupa para enterramos. Faço o que ela pede rápido e saímos do quarto indo em direção a uma parte da casa que já está cavada para colocar meu filho. O segurança coloca o caixão lá e Joana me dá flores para jogar em cima. Beijo uma delas e jogo sobre o caixão do meu bebê. Joana me abraça tentando me consolar. Ela olha pra mim como se quisesse falar algo, mas se força a não fazer.

Volto para o meu quarto e me jogo na cama. Choro, coloco todas as minhas lágrimas pra fora. Era pra eu ter morrido junto com o meu bebê. Pra que continuar vivendo se não vejo mas sentido nessa vida.

Dois dias se passaram e eu só sai da cama pra ir pro banheiro. Carrick infelizmente continua aqui, mas mandou Joana embora. Perguntei pra ele o motivo de ter feito isso mas ele apenas me ignorou. Ele que traz minha comida agora, mas não comi nada desde que meu filho morreu, não tenho forças pra isso.

Estou deitada olhando para o teto, quando de repente ouço gritos lá embaixo, sons de vários paços e tiros. Me encolho na cama e a porta do meu quarto é arrombada. Christian passa por ela é nossos olhares se encontra, ele parece aliviado ao me ver. Pena que ele está atrasado. Já não adianta mais ele estar aqui.


Mais um capítulo para vocês.

Não esqueçam de comentar o que acharam.

Deixei uma dica nesse capítulo que vai ajudar no decorrer da história, quero ver quem acerta.

Por favor não esqueçam de votar não custa nada e nem vai cair o dedo.

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