Doze

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5 anos depois

Minha vida mudou tanto nesses anos, finalmente sou uma mulher livre, independente e dona de si. Depois de todo o sofrimento aprendi a me amar em primeiro lugar. Aprendi a não mendigar a atenção de ninguém como fiz com Christian. Eu amei e amo esse homem até hoje, infelizmente nunca foi recíproco. O meu amor por ele gerou nosso menino, que por um triste destino nasceu sem vida. Até hoje sinto a dor por essa perda. Através da dor refiz minha vida. Me dedico inteiramente à educação infantil, me formei em pedagogia e abri uma escola com a herança que ganhei de Carrick.

Minha escola é dedicada a crianças de 5 a 10 anos. Amo dar aulas, conviver com esses pestinhas. Faz minha vida um pouco mais feliz. Revezo meu tempo entre ser professora, dona de colégio e escritora infantil. Posso dizer que profissionalmente minha vida vai muito bem.

Já na vida amorosa prefiro me resguardar. Nunca mais dei chance nenhuma pra algum homem entrar na minha vida. Tenho medo de me machucar novamente. Prefiro viver só e em paz.

Por falar em homem, nunca mais vi Christian. Perdi qualquer contato que tinha com ele assim que a herança de Carrick caiu na minha conta e eu sai daquela casa. Só soube que ele casou com Elena e voltou a morar aqui em Seattle. Não procurei saber mais nada sobre ele.

Hoje é o primeiro dia do ano letivo, estou animada para conhecer meus novos alunos. Sou professora da turma das crianças de 5 anos, meus pequenos. Vou para a escola no meu carro dirigindo com o som nas alturas, amo a liberdade que tenho dirigindo. Chego na escola e já vejo as mães trazendo seus filhos. Vou cumprimentando elas e os alunos que já conheço.

Vou entrando indo direto para minha sala, pelo caminho vou falando com os outros professores. Hoje como é o primeiro dia de aula e na escola dos alunos da minha turma as mães ou pais trazem o filho até a sala. Converso um pouco com cada mãe é aluno novo que vai chegando. Acho muito bom ter essa interação entre os pais e a professora.

Minha atenção se volta a uma menininha que vem vindo em minha direção super animada. Ela é branquinha, cabelos escuros e olhos bem azuis bem parecidos com os meus. Sinto um arrepio quando olho pra ela, um sentimento estranho começo a sentir meu coração acelerar. Ela para na minha frente e abre um sorriso.

-Oi, você vai ser minha professora?

-Oi, vou sim. Sou a professora Ana e você como se chama? Pergunto sorrindo.

-Melina Grey. Ela fala toda orgulhosa.

Fico supresa quando ouço esse sobrenome, não é possível. Será que essa menininha linda é filha de Christian, não pode ser. Se ela tá na minha turma tem a mesma idade que teria o nosso filho. De repente um mulher loira, alta e magra fica do lado de Melina. Ela deve ser a mãe da menina, apesar que elas não se parecem nada.

-Já disse pra não correr pirralha. Ela fala com a cara feia pra menina. Que mostra a língua, me seguro pra não rir.

-Bom dia, sou a professora Ana. Você é mãe de Melina? Pergunto tentando ser simpática.

-Não, quer dizer sim. Sou mãe adotiva dela na verdade. Diz com desgosto na voz. -Me chamo Elena Grey. Se eu tinha dúvidas que Melina era filha de Christian agora não tenho mais.

-Prazer em conhecê-la. Digo tentando não ficar com a voz trêmula. -Melina entre e procure um lugar para você sentar querida. Digo fazendo carinho nas bochechas rosadas dela. Ela sorri pra mim e entra correndo.

-Eu não vou precisar deixar ela até a sala todo dia não né? Elena pergunta com cara de tédio.

-Não, isso só foi hoje pois é o primeiro dia de aula dela na escola. Digo tentando não ser grossa, que mãe mais relapsa.

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