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O dia anterior havia sido longo... Ou melhor, a noite anterior havia sido longa.
Após uma reunião com os amigos no bar, comemorando o último dia de férias, Alfonso ainda dormia quando seu celular tocou. Ele tentou ignorar e a chamada caiu. Mas logo uma sequência de mensagens chegaram apitando seu celular seguidas vezes.

—Espero que seja importante. -ele murmura revirando-se na cama e apertando os olhos para enxergar a tela de seu celular.

Já se passavam do meio dia, oque assustou o rapaz mas oque o assustou ainda mais foram as 10 mensagens seguidas (e uma chamada perdida) de Christopher seu melhor amigo.

Sem pensar duas vezes ele abriu a conversa deparando-se com a coisa da qual menos imaginou ver naquele ultimo domingo de férias.

Christopher: ACORDA
ACORDA
ACORDA PRA FOFOCA MEU
🗣️🗣️🗣️🗣️🗣️🗣️🗣️🗣️
MANO VC Ñ SABE
Ñ SABE QUEM EU VI POR AQUI
PUTA QUE PARIUUUUUUUUU
SEGURA

Christopher: ACORDA ACORDA ACORDA PRA FOFOCA MEU🗣️🗣️🗣️🗣️🗣️🗣️🗣️🗣️MANO VC Ñ SABEÑ SABE QUEM EU VI POR AQUI PUTA QUE PARIUUUUUUUUUSEGURA

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—QUE? -Alfonso praticamente gritou e num salto ele estava em pé ao lado de sua cama encarando as duas fotos que recebeu de Christopher

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—QUE? -Alfonso praticamente gritou e num salto ele estava em pé ao lado de sua cama encarando as duas fotos que recebeu de Christopher.

Ele reconheceria de longe aquele rosto. Mesmo 17 anos depois.

Alfonso ficou tempo de mais encarando aquelas fotos, ele só percebeu isso quando voltou a conversa para responder Christopher e percebeu a diferença de horários.

Alfonso: Oque ela ta fazendo aqui?

Christopher: Reconheceu né? 😏
To zuando mas mano
sla... Eu to aqui no restaurante e to vendo ela.
Mas ela não me viu, to disfarçando

Alfonso: Só to surpreso
Logo ela que odiava esse lugar e na primeira oportunidade sumiu sem deixar rastros...
Nunca mais deu as caras

Christopher: Ela tá com um bebê e é a cara dela
Acho que é filho...
Ela deve estar visitando os pais

Alfonso: Provável

Foi a última coisa que ele digitou antes de bloquear o celular. Mas bloquear aquela novidade de sua memória não parecia possível.

Enquanto tomava seu banho, Alfonso mantinha em sua memória as imagens de Anahí. Ela estava diferente desde a última vez em que ele a viu, isso era óbvio... mas não menos bonita.

Pelo contrário, ela estava linda e mesmo que ele tentasse ignorar esse pensamento, seu subconsciente insistia em lembrar disso.

Automaticamente sua mente viajou para pouco mais de 17 anos atrás... E para a primeira vez em que viu Anahí...

—Merda! -ele pragueja esfregando as mãos no rosto molhado.

Como 17 anos depois e ela ainda mexia tanto com sua cabeça?

~Enquanto isso...

—Cheguei! -Any anunciou ao entrar em casa colocando Emi no chão.

—Aleluia Mãe! -a mini cópia de Anahí surgiu como um raio na cozinha da casa —Cadê o meu almoço?

—Aqui sua comida japonesa, Maria! -ergueu a sacola em sua mão —Espero que coma cada migalha porque você não sabe o quanto eu rodei a cidade para fazer o seu gosto!

—Obrigada mãezinha, você sabe que eu te amo muito! -A garota sorriu pegando a sacola para se servir.

Anahí negou com a cabeça e seguiu para a sala onde sua mãe assistia desenhos infantis com Manu e Emi que chegou e foi direto para lá.

—Eai filha, encontrou a tal da comida japonesa? -Marina perguntou calma e sorridente como costumava ser.

—Encontrei! -ela exclama erguendo as mãos enquanto se joga no sofá ao lado dos dois filhos caçulas —Mas olha mãe, não sei se é bom fazer as vontades da Maria nesse nivel... Ela já anda tão mimada... -suspirou.

—Conheço alguém que era exatamente assim. -sorriu olhando a filha sugestivamente —Mas querida, é só até ela se adaptar aqui. Ela precisa se sentir em casa.

—A Maria precisa se adaptar... -suspirou preocupada —Aliás eu não sei quanto tempo vamos ficar por aqui...

—Vocês sabem que são bem vindas aqui o tempo que precisar. A matricula da Maria e do Manu já esta feita numa das melhores escolas lá da cidade, a sua vaga de emprego também está garantida... E eu sei que vai dar tudo certo o quanto antes! -Marina soou confiante afim de passar apoio para a filha.

—É oque o Velasco me diz mas a situação mostra o contrário. Mãe e se ele não conseguir sair? -Any a encarou preocupada.

—Você sabe oque eu penso sobre o seu marido... Mas torço pela sua felicidade minha filha então vou pedir pra Deus e Nossa Senhora ajudar o Velasco a sair da prisão logo. -disse exalando toda sua crença católica.

Anahí sorriu suspirando sem muita certeza daquilo mas resolveu não estender o assunto. Pelo menos não na frente de Manu e Emi.

A Loira não era muito fã daquele lugar tampouco imaginava voltar ali um dia depois... De tudo que a levou embora a 17 anos atrás.

Mas as circunstâncias a obrigaram a estar ali mais uma vez depois que seu marido e governador Velasco foi preso na cidade grande.

Velasco então organizou toda a viagem da mulher e dos três filhos para o interior onde Any cresceu e seus pais ainda moravam. Foi ele também, através de toda sua influência que conseguiu uma vaga e um emprego para seus filhos e sua mulher na melhor escola da cidade mais próxima.

Agora uma nova vida estava reservada para Anahí e seus filhos. E ela não sabia o quanto aquilo ia durar, tampouco tudo oque poderia mudar.

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Há dezessete anos atrás...

Há dezessete anos atrás

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NOCAUTE -AyA  (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora