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—Mamãe! –a voz de Manu trouxe Anahi de volta a realidade.

A moça estava distraída, perdida em seus pensamentos, coisa que vinha acontecendo bastante nos últimos dias desde sua conversa com Angelique.

—Manu, vai se arrumar pra escola, eu já pedi que fosse. –disse ela caminhando quarto a fora.

—Mas mamãe... –o garotinho tentou contestar mas a mãe pareceu não ouvi-lo.

A verdade é que Anahi estava não tinha cabeça para nada.

—Oque tá acontecendo querida? –sua mãe pergunta notando a feição da moça ao sentar-se na mesa.

—Oque? Nada. –Any tenta mentir mas Marina era sua mãe e não havia ninguém que lhe conhecesse melhor do que ela.

—Anahi Giovanna Puente Portilla, eu te conheço a mais tempo do que você mesma se conhece. –a moça estreitou os olhos e Any não pode deixar uma risada fraca escapar.

—Não estou me adaptando mãe... Na verdade nenhum de nós esta. –ela suspira contando apenas a ponta do iceberg —Eu andei pensando muito esses últimos dias... –uma pausa enquanto desvia os olhos e aperta os lábios.

—E....? –Marina incentiva para que ela termine de falar.

—E eu acho que vamos embora. –diz voltando seus olhos para a mãe que ergue as sobrancelhas de uma forma surpresa mas não diz nada esperando que a filha explique melhor —Mãe, tudo tem sido muito difícil! Se adaptar tem sido difícil, a Maria tem sido difícil, a situação do Velasco tem sido difícil... É demais mãe! –desabafa a moça.

Ela não queria chorar mas depois de colocar aquilo para fora seus olhos arderam e Any já pode sentir a visão ficar nublada.

—Querida... –Marina segura ambas as mãos da filha em cima da mesa num gesto de cuidado.

—Mãe... Eu to tentando manter o controle de tudo pelas crianças... Eu não quero vacilar, não quero mostrar pra eles o quão afetada eu estou porque se for assim, quem vai passar segurança? Quem vai fazer eles sentirem que tá tudo bem mesmo sem estar? –ela dispara.

—Anahi, você é mãe mas você não é uma pedra! Você também sente, minha filha! E não precisa jogar tudo para baixo do tapete sempre! –disse Marina com calma.

—Mãe, é demais pra mim... –ela nega com a cabeça sentindo as bochechas molharem.

Marina não fazia ideia do que a filha de fato estava falando.

—Any, pra onde você quer ir? Vocês não podem voltar pra cidade grande...

—Eu quero ir pra longe. Pra bem longe. Pro mais longe possível, mãe! Eu quero fugir! –ela se desespera.

Seu coração parecia querer explodir no peito, sua mente trabalhava sem parar e era como se, na verdade, ela estivesse explodindo agora.

Todo o choro saia sem controle, seu coração batia tão forte e rápido que ela era capaz de senti-lo. Suas mãos tremiam e suavam e ela não conseguia controlar nada daquilo.

—Eu quero sumir, mãe! Eu fiz tanta coisa... Eu fui tão irresponsável! –disparou a moça sentindo seu corpo sem força para reagir contra toda aquela confusão.

—Meu amor eu to aqui! Você não está sozinha, nunca esteve! –Marina tenta —Nós vamos passar por isso juntas! O Velasco vai sair dessa, vocês vão estar bem mais uma vez!

Enquanto sua mãe falava, Anahi apenas negava com a cabeça. Ela sabia que não era isso e que eles não ficariam bem mais uma vez.

Não como antes.

—Eu quero ir embora! Eu quero sumir! –ela repete em meio a soluços. Seu choro parecia querer a engolir.

Marina preocupa-se com o estado da filha. A loira tremia na cadeira a sua frente, seus olhos já estavam vermelhos e o choro era audível transparecendo toda sua dor.

Marina nunca viu Anahi daquela forma. Nem mesmo quando ela cismou de ir embora a dezessete
anos atrás sem nenhuma explicação plausível. Naquela noite ela chorou mas nada comparado ao que acontecia hoje.

—Eu vou pegar uma água pra você. –Marina se levanta preocupada em deixar Anahi sozinha por meros segundos que fosse.

—Mãe? –a imagem de Maria aparece a porta preocupando-se no momento em que encontra a mãe daquele jeito —Mãe oque aconteceu? O meu pai tá bem? –ela se desespera pensando o pior.

—Não é nada com o seu pai, querida... –sua vó a tranquiliza –A sua mãe só precisa de um tempo.

—Porque? Mãe porque você tá chorando tanto? –Maria se aproxima a envolvendo num abraço preocupado.

Anahi queria responder, queria dizer que estava tudo bem mesmo que fosse uma mentira mas ela não era capaz. As palavras pareciam não querer sair de sua boca, era como se o choro travasse a sua garganta.

—Mãe... –preocupada, Maria larga a mochila no chão e vai até Anahi para a envolver num abraço apertado. Seu coração doía em ver a mãe assim mesmo que ela não soubesse do que se tratava.

Manu apareceu a porta como se tivesse receio de se aproximar, ele olhou a avó de longe e ela logo entendeu, assentindo com a cabeça. Então o filho do meio de Any correu até a mãe e a irmã juntando-se a elas no abraço.

Emi não estava ali, havia saído para andar a cavalo com o avô oque em partes era bom porque ele era novo demais para entender tudo aquilo.

Marina suspirou encarando a filha e seus netos de longe e desejando que tudo ficasse bem. Mesmo que ela não apoiasse o relacionamento da filha com Velasco, se tê-lo de volta faria tudo ficar em paz novamente era oque ela queria.

Ela só não imaginava que Velasco agora era o menor dos problemas...

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⏰ Última atualização: Mar 10 ⏰

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NOCAUTE -AyA  (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora