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—A partir daqui não somos mãe e filha. –disse Anahi assim que chegaram no local da festa.

—Que isso mãe? Que horror! Nunca pensei que ia ouvir isso da senhora! –Maria dispara erguendo as sobrancelhas.

—Primeiramente senhora está no céu dona Maria Portilla! –ela repreende tocando o indicador na ponta do nariz da filha —E segundamente, você sabe, são ordens do seu pai manter nossa família em sigilo.

—Eu só acho que você está levando isso muito a sério. Isso aqui é o fim do mundo! Ninguém é atualizado o suficiente pra saber oque acontece na cidade grande! –Maria franziu o cenho.

—Você que pensa... Quanto menor é a cidade maior é a fofoca. –ela olha ao redor —Qualquer coisa você me liga, tabom? –Any avisou se afastando com Manu e Emi.

—Mãe, você vai me abandonar mesmo? Quer dizer... Senhora Anahi! –ela chamou mas Any já estava longe o suficiente para não escuta-la graças ao som alto.

—Não acredito! A Barbiezinha da cidade grande tá na festa agro? –a voz de Caio faz Maria revirar os olhos.

—Garoto, me mira mas me erra vai! –ela bufa permanecendo de costas para ele.

—O trato do silêncio não diz nada sobre fora da escola. –Caio dá de ombros parando ao seu lado.

—Não seja por isso. Eu atualizo o decreto e acrescento essa regra. –Maria afirmou ainda sem olha-lo.

—Para o trato funcionar eu preciso assinar em baixo e... eu não quero. –o garoto diz tirando o chapéu de sua cabeça e o colocando na cabeça de Maria.

Só então ela o encara, Caio usava regata branca e uma camisa xadrez aberta por cima, calças jeans com cinto de fivela e texana nos pés. Seus cabelos castanhos e cacheadinhos estavam definidos e desarrumados ao mesmo tempo, oque trazia um certo charme.

Mas Maria jamais admitiria em voz alta.

—Ficou bonitinha assim, se eu fosse você virava agro. –Caio apontou para o chapéu na cabeça da garota.

—Me poupe. –Maria revira os olhos mas sua bochecha insiste em esquentar. Talvez pelo "bonitinha" ou talvez só por raiva mesmo. Logo ela segura a aba pronta para tirar o chápeu de sua cabeça.

—Não se tira o chápeu pela aba! –Caio repreende segurando seu pulso e puxando sua mão para baixo —Aprende, boneca. –então ele segura a parte de cima do chápeu e o tira da cabeça de Maria, faz isso devagar e sem desviar os seus olhos dos dela.

—E desde quando existe regra pra tirar chápeu garoto? –Maria desviou o olhar depressa —Me deixa vai! –ela bufa e se apressa em sair dali.

*

—Ai que friozinho! –Angelique exclamou agarrando o braço de Poncho enquanto caminhavam pela festa.

Dul e Christopher que estavam com eles, trocam um olhar desconfiado enquanto Alfonso apenas se afasta puxando o seu braço.

—Bora tomar uma pra ver se você se esquenta. –afim de livrar a barra de seu melhor amigo, Christopher puxa Angel pelos ombros a empurrando na frente.

—Poncho, quando estiver precisando de ajuda pisque duas vezes. –brincou Dulce enquanto os amigos se aproximavam de uma barraquinha de bebida.

Mas por ironia do destino...

—Anahi! –Angelique sorri abraçando a moça por trás. Any estava por lá esperando uma bebida enquanto Manu e Emi haviam ficado com sua mãe nos brinquedos.

—Ihhh... –Dulce murmura desviando o olhar.

—Oi... –sua voz murcha aos poucos a medida em que ela avista quem estava com Angel.

—Que bom te encontrar por aqui! Tá sozinha? Pois agora não está mais! –ela vai logo dizendo antes que Any pudesse responder a pergunta.

—Na verdade eu... To com a minha familia. –ela tenta não olhar para Poncho mas era como se seus olhos teimosos criassem vida própria e assim que caíram sobre ele, Any percebeu que ele a olhava também.

Um arrepio subiu por sua coluna obrigando a moça a desviar os olhos de uma vez.

—Ah para! Você esta de volta depois de anos longe! Aproveita com a gente! Lembra do Christopher? –perguntou Angelique puxando o rapaz —E essa aqui é a Dulce, você não a conheceu.

—Muito prazer. –Anahi dá um sorriso nervoso enquanto acena com a cabeça.

—O prazer é todo meu. –Dulce retribui sentindo o clima estranho que pairava ali.

—Gente, a Any sumiu por anos! Não é legal ter ela de volta simplesmente do nada? –disparou Angelique com oque se parecia um sorriso forçado.

—Eu vou dar uma volta. —Poncho diz fazendo menção de sair mas Angelique segura seu braço o impedindo.

—Não amor! Fica aqui! Vamos beber!

De cenhos franzidos, Alfonso encara a mão de Angel em seu braço e em seguida encara seu rosto.

Anahi que havia acabado de ser servida por sua bebida, prende a respiração e vira metade do copo num gole só.

—Eai, a gente bebe e se faz de louco também ou fica sóbrio e aguenta a barra? –Dul murmura para Christopher que responde sem pensar duas vezes:

—Se é pra beber, vamos beber.

NOCAUTE -AyA  (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora