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Após um banho, Anahí tentava se concentrar em preparar-se para o seu primeiro dia de trabalho mas os pensamentos da moça a dominavam para outro lugar.

—Fala logo quem é o pretendente!

—Alfonso Herrera.

A conversa de mais cedo repetia-se com um disco arranhado em sua cabeça.

—Chega! –ela fala sozinha bufando ao terminar de se vestir —Isso não é da sua conta Anahí... Isso NÃO É da sua conta!

—Com quem você tá falando mamãe? –Manu invadiu o quarto assustando-a.

—Ai Manu! Oque eu já falei sobre bater antes de entrar? –Any ergueu as sobrancelhas enquanto o garotinho se jogava na cama.

—Desculpa eu esqueci... –ele diz balançando as pernas para fora do colchão.

—Tudo bem, agora vamos comer porque o mocinho também vai pra escola né? –chamou apontando a porta.

—Tem certeza que eu não posso faltar? Eles nem me conhecem aqui, ninguém vai perceber! –choramingou o filho do meio enquanto saltava da cama e caminhava para fora do quarto.

—Ah mas eu vou perceber. –Any estreitou seus olhos azuis para o garoto que fez biquinho —Quer saber de uma coisa?

—Oque??

—Quem chegar por último é a mulher do sapo! –Anahí exclamou e correu pelo corredor em direção a cozinha.

—Não vale! –em meio a gargalhadas, Manu tentou usar toda a sua velocidade para ganhar da mãe mas ele chegou por último.

—Irru, parece que alguém é a mulher do sapo! –provocou a mãe tocando a ponta do indicador na testa do garotinho que reclamou rindo.

—Chegamos! –uma voz masculina ecoou do lado de fora chamando a atenção de Any, logo ela pode ver Maria se aproximando com Caio.

E ela não tinha uma cara NADA boa.

—Olha só... Fez um novo amiguinho? –Any sorriu afim de descontrair, afinal só de ver a cara da filha ela já sabia que a manhã não havia sido boa.

—Amiguinho? –Maria solta uma risada debochada.

—Antes que ela comece a me elogiar demais, meu nome é Caio. –o garoto se apresenta —Sou filho do moço que trabalha pro seu Enrique.

—Muito prazer Caio! Que bom que trouxe a minha filha em segurança! –Anahí sorri.

—Que isso, ela não é muito dócil mas aqui na roça eu sou acostumado a domar coisas piores, então... –ele deu de ombros.

—Oque??? –Maria voltou seu olhar de fúria para o garoto —Mãe, vai deixar ele falar assim de mim? Sua filha?

—Com todo respeito senhora, eu to brincando. –Caio se explicou.

—Tudo bem garoto, mas senhora tá no céu! –Anahí corrige piscando um dos olhos —E então filha, como foi a aula? E que casaco é esse? –franziu o cenho encarando oque a garota usava.

—É a resposta da sua pergunta. –ela bufa tirando o casaco e mostrando a enorme mancha de café em sua blusinha.

—Meu Deus, oque houve? –Any ergue as sobrancelhas de forma surpresa.

—Houve que nos meus primeiros segundos naquele colégio esbarrei com um homem alto e provavelmente CEGO que derrubou café na minha roupa inteira! –dispara a garota completamente irritada.

—Porque eu não vi isso? –Caio gargalha enquanto caminha para fora da casa.

—Mãe esse lugar me odeia! Tudo deu errado! –Maria choramingou ignorando a provocação de Caio.

—Meu amor, é só o primeiro dia! As coisas ainda vão se acalmar, fica tranquila!

—Eu não quero que nada se acalme! Eu quero IR EMBORA desse lugar! –praguejou e saiu dali pisando firme em direção ao quarto.

—A Maria tá brava... –Manu ergue as sobrancelhas enquanto sua mãe suspira preocupada.

*

Após um almoço reforçado, Anahí pega a estrada com seu filho do meio Manuel em direção a nova escola. Ele estudaria em um colégio diferente, infantil. A loira o deixou por lá e logo seguiu sozinha o restante do caminho.

E estar sozinha era o gatilho perfeito para que inevitavelmente todos os pensamentos sobre oque ouviu mais cedo viessem a sua mente.

—Angelique e Alfonso... –Any pensou alto.

Aquilo não fazia nenhum sentido.
Eles não faziam nenhum sentido.

—Não. É. Da. Sua. Conta. Anahí!!! –a moça se auto-bronqueou mais uma vez para ver agora aquilo entrava em sua cabeça.

Por sorte a distancia do colégio de Manuel e do colégio onde Any trabalharia não era tão grande, logo ela já estava por lá.

Anahí estacionou seu carro e entrou olhando ao redor, procurando por algo que a localizasse naquele novo lugar.

E enquanto ela fazia isso, uma certa ruiva virou o corredor abrindo os lábios e um perfeito "O".

—Não acredito! –Dulce deu meia volta e se escondeu atrás da parede —Eu to vendo coisa ou aquela é a tal da Anahí? –falou sozinha.

Logo Dulce deu mais uma espiada e não restaram dúvidas. Era ela.

No mesmo ambiente que Alfonso.

***

NOCAUTE -AyA  (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora