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Por mais sem vontade que estivesse, segunda havia chegado e Alfonso tinha de trabalhar. O rapaz acordou ao som do despertador, realizou tudo oque tinha que realizar e quando abriu a porta...

—Ah, oi! –Angelique estava parada como se estivesse prestes a bater.

—Tá fazendo oque aqui? –Poncho pergunta sem simpatia alguma.

—Vim conferir se estava vivo. Você sumiu na festa de sábado, sumiu ontem... —a mulher já foi logo entrando em seu apartamento.

—Eu estou bem vivo e preciso ir trabalhar.

—Você e a Anahi foram a algum lugar depois da festa? –Angelique perguntou ignorando a última fala do rapaz a sua frente.

—Você está agindo como se eu lhe devesse alguma satisfação. —Poncho cruzou os braços.

—Você foi pra festa comigo! –ela aponta para si mesma.

—Eu fui pra festa com o Christopher e a Dulce! Te encontrei lá da mesma forma que encontramos a Anahi e você –ele aponta em sua direção —a convidou para ficar com a gente!

—Isso não justifica você ter sumido com ela! –Angelique insistiu.

—Angelique, a Anahi estava péssima! Você ficou falando um monte de besteiras pra ela a noite toda e depois de deixa-la bêbada você sumiu! –Poncho dispara em defesa da ex.

—Eu sai pra atender uma ligação do trabalho!

—Angelique, eu preciso ir trabalhar. –Alfonso bufa impaciente apontando para a porta aberta.

—Porque você quer tanto fugir dessa conversa? –Angel dispara sem sair do lugar.

—A pergunta certa é: PORQUE estamos tendo essa conversa? –Poncho ergue as sobrancelhas —Angelique, eu não quero ser grosso mas não temos nada e por isso eu não lhe devo satisfação alguma!

Angel inflou as narinas enquanto caminhava apartamento a fora mas antes de sair, parou a frente de Poncho, seus olhos transmitiam uma raiva da qual o rapaz não entendia.

—Alfonso já fazem dezessete anos! A Anahi se casou e formou uma família e NÃO FOI com você! –cuspiu as palavras —Vê se supera isso de uma vez por todas porque a ÚNICA pessoa que ainda está nessa história é você! A Anahi não te ama mais!

E ao destilar seu veneno, Angel lhe deu as costas e saiu dali, pisando firme enquanto seus saltos faziam barulho pelo piso.

Alfonso por sua vez permaneceu parado a porta, encarando a parede branca e sem graça do corredor a sua frente, absorvendo as palavras jogadas por Angelique como pedras em sua cara.

{...}

A aula de Biologia era uma das preferidas de Maria. A garota sempre foi bastante dedicada em seus estudos, gostava de ser a melhor em tudo. A única matéria da qual odiava era educação física, por conta dos esportes, do suor e todo o resto.

Porém estava difícil manter a concentração na aula enquanto a sua frente, Caio tagarelava sem parar com Luiz Guilherme, seu melhor amigo.

—Oque foi, Barbie de chápeu? –Caio virou-se após Maria cutucar seu ombro com força —Quer abrir um buraco?

—Será que tem como vocês calarem a boca? –ela dispara ignorando suas provocações —Eu quero ouvir a aula!

Caio e Luiz trocam uma gargalhada e voltam a olhar para frente. Maria revira seus olhos azuis apoiando o rosto em uma das mãos mas não demorou muito até que a conversa entre Caio e Luiz voltasse a lhe incomodar.

—Oque foi agora? –Caio torna a perguntar quando a garota o cutuca mais uma vez.

—A mesma coisa de antes! –ela retruca erguendo as sobrancelhas —Você é tonto ou se faz?

—Me faço. –Caio responde seco voltando seu corpo para frente.

Maria bufa forte jogando seu corpo para trás na cadeira e cruzando os braços. Seus olhos atentos voltam ao professor e sua explicação sobre a matéria.

Mas logo a conversa entre Caio e Luiz Guilherme toma algum rumo engraçado e os garotos começam com risadinhas.

—Já chega. –Maria murmura irritada revirando seu estojo, rabisca seu caderno várias vezes e torna a cutucar o ombro de Caio.

—Garota, eu tô falando baixo! –ele já a olha se defendendo.

—Você pode segurar esse lápis rapidinho? –Maria pergunta estendendo o material a ele.

—Oque? –Caio franze o cenho pegando o lápis na mão —Pra quê?

Maria não responde. A garota agarra seu caderno e se levanta com cara de desespero.

—Professor! Professor! –ela choraminga chamando a atenção do mesmo —O Caio riscou todo o meu caderno! –acusou erguendo o mesmo em suas mãos para que o professor pudesse ver.

—Oque? –Caio arregala os olhos —Eu não... Eu não fiz nada! –ele tenta se defender.

—Então porque está com esse lápis nas mãos? –Maria aponta.

Caio larga o lápis sob a mesa na hora mas já era tarde.

—Caio, pra direção. –o professor manda sem cerimonias enquanto toda a sala encarava o aluno.

—Mas eu...

—Agora! –ele o interrompe apontando para a porta.

Caio se levanta com raiva, trocando um olhar mortal com Maria.

Em instantes, a expressão desesperada da menina dá lugar a um sorriso vitorioso que curva minimamente o cantinho de seu lábio.

—Garota, agora você jogou certeiro. –ele ameaça.

****

•A situação acima foi inspirada em uma cena da série Degrassi da Netflix.

Ai ai essa Maria... 👀

NOCAUTE -AyA  (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora