—Christopher! –Dulce disparou ao celular assim que o amigo atendeu —Christopher você não sabe!
—Fofoca? –do outro lado da linha o rapaz se animou, até porque Dul praticamente sussurrava.
—Christopher, a ex do Poncho tá aqui! Aqui no colégio!
—OQUE? –ele berrou —Merda, essa mulher está em todos os lugares! Oque ela faz ai? Cadê o Poncho? –dispara o rapaz em completo choque e curiosidade.
—Calma! O Poncho saiu para o almoço e a pior parte vem agora: Ela vai trabalhar aqui. Vai dar aula. –revela.
—Puta que pariu! –Christopher dispara —Foi mal, é que eu to em choque! O Poncho se faz de durão mas você sabe... Ele vai INFARTAR!
—Christopher não tem oque fazer! Não dá pra esconder um do outro!
—Não mesmo. –o rapaz concorda —Então quer dizer que a Anahi tá mesmo de volta... Não é só uma visita...
—O Poncho tá vindo! Oque eu faço??? –Dulce arregala os olhos.
—Só fica do lado dele e... segura na mão dele. Ele vai precisar. –Christopher aconselhou.
—Que cara é essa Dulce Maria? Parece que viu um fantasma. –Alfonso ri ao entrar na sala dos professores bem a tempo de ver a Ruiva encerrar sua ligação.
—Não, é que... –ela coça a nuca sem saber oque dizer —É que eu to com falta de ar. –inventou abanando o próprio rosto.
—Oque?? Quer ir lá pra fora? –Poncho oferece preocupado.
—Eu não sei... –Dul responde pensativa. Ir lá fora e trombar Anahi ou ficar na sala dos professores e trombar Anahi? Eis a dúvida.
—Como não sabe? Se você tá passando mal precisa tomar um ar! Vem comigo, vem. –no instante seguinte, Alfonso já estava com as mãos nas costas de Dulce a guiando para fora da sala.
Ela não pôde fazer nada, estava mais nervosa com aquele provável encontro do que qualquer outra coisa.
Mas para sua sorte, assim que eles viraram o corredor em direção ao pátio, Anahi entrou distraída na sala dos professores.
O problema é que aquele desencontro todo não ia durar o dia inteiro...
—Primeira aula na sala dois... –Any falou sozinha encarando seus horários –Que Deus me ajude. –murmura a loira.
Anahi daria aula a uma das turmas infantis oque para ela era mais fácil do que lidar com adolescentes. O problema é que desde que se formou na faculdade Anahi nunca havia trabalhado.
Ela era a esposa de Manuel Velasco. Ela não precisava disso.
Já Alfonso dedicou os anos de sua vida a educação física. O rapaz era professor de tal matéria e depois do desacerto com Anahi no passado decidiu focar em sua vida profissional. Para todo o resto ele se fechou.
—Me sinto melhor. –afirmou Dulce olhando ao redor —Demorou a voltar do almoço hein? –ela puxa assunto afim de manter Alfonso virado de costas para o corredor principal.
—Encontrei a Angelique por lá. Ela queria que eu saísse com ela hoje a tarde. –contou.
—Mas essa mulher não larga do seu pé hein? –Dul ergueu as sobrancelhas —Ela esqueceu que você trabalha?
—Pois é... –Poncho responde num suspiro —Ela insistiu bastante. Queria a minha companhia hoje de qualquer jeito.
—Tão sem noção... –Dulce nega com a cabeça —Olha Poncho, não sei como você aguenta essa mulher.
Enquanto de um lado, Poncho desabafava com Dulce, do outro Any saiu da sala dos professores a procura da sala onde daria sua primeira aula.
—Boa tarde gente! –a moça sorriu simpática para os aluninhos que esperavam sentados. Todos responderam em coro de um jeito fofo oque fez Anahi sorrir um pouco mais calma.
Conforme as horas iam passando, Any sentia-se mais segura. Mesmo anos após sua formação ela ainda era capaz de colocar tudo oque aprendeu em pratica e aquilo a confortava.
A verdade é que Anahi era vista como a "esposa troféu" e não era uma vida ruim. Pelo contrário, Anahi tinha tudo oque queria e um pouco mais, mas imaginava que sua vida só era capaz de rodar se Velasco estivesse ao seu lado.
Ela não se imaginava sozinha, pensava que isso seria a ruína e quando seu marido foi preso, Any sentiu muito medo mas teve de mascarar tudo isso por seus filhos. Maria não era a única que sentia toda aquela mudança, Anahi com certeza a sentia bastante mas como mãe ela decidiu esconder todo o medo.
—Pessoal, eu vou na biblioteca buscar alguns livros para iniciarmos o horário de leitura. –Any avisou levantando-se de sua mesa —Vou pedir para que alguém tome conta de vocês um segundinho, tabom?
Toda a turminha respondeu um "tabom" alto e em coro, oque arrancou uma risada sincera da professora.
Anahí caminhou até a porta, um friozinho estranho se acumulou na boca de seu estômago aleatoriamente, era uma sensação da qual ela não sentia a anos, por isso estranhou.
Assim que saiu da sala, Any olhou para um lado afim de procurar por alguém mas o corredor estava vazio. A loira virou seu rosto para o lado oposto e então tudo pareceu se explicar.
O friozinho estranho foi como se ela já soubesse oque estava por vir. Alfonso.
Lá estava ele, paralisado. Parecia que já a encarava antes mesmo dela o encarar.
Foi como se tudo ao redor parasse, perdesse o sentido e todas as sensações do passado, as mesmas das quais os dois haviam empurrado para o fundo da gaveta e trancado a sete chaves estivesse de volta.
Tão vivas quanto a dezessete anos atrás.
Quando te vi, a paixão veio à tona
Fui a nocaute, beijei a lona
O meu corpo tremeu
O tempo passou, a vida mudou
Mas eu continuo seu...
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NOCAUTE -AyA (EM PAUSA)
FanfictionDezessete anos se passaram desde que Anahí terminou com Alfonso simplesmente do nada. Desde que Anahí foi embora da pequena cidade sem aviso prévio mudando todo o destino do casal. Any viveu uma vida completamente diferente dos planos que a garota...