桜の伝説

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Desculpem a demora. Eu estava fazendo pesquisas e tomou bastante meu tempo. O remédio que a Sam fala existe e tem mais de 400 anos com comprovada eficácia até hoje. Eu não consegui ver se passa ou se toma porque só tem artigos médicos sobre a eficácia e diz sobre como surgiu. Um lugar falou sobre os samurais passarem inicialmente nas espadas e depois passaram a usar pra curar coisas. Vou dizer que é de passar na pele pra cena ser mais bonita e porque eu acho estranho fazer chá para roxo. Enfim, esse remédio é feito de ervas e faz parte da medicina Kampō, medicina tradicional chinesa que foi introduzida no Japão no século VII e foi absorvida pela cultura e costume japonês. As lendas eu retirei de en.japantravel.com e em coisasdojapao.com. 


   Voltamos para a casa e Sam diz que quer tomar banho. Nós vamos juntas e eu fico olhando para o chão para não olhar para o corpo dela. Sei que vou sentir coisas e não posso ficar sentindo essas coisas. Não é bom e ela vai perceber e deixar de gostar de mim. Não é normal mulheres sentirem coisas por mulheres. As mulheres foram feitas para amar os homens. Pelo menos, é o que todo mundo diz.
   Ela entra na banheira primeiro, como sempre faz. Eu me viro e tiro a minha roupa. Sinto uma dor chata e grande ao fazer isso. Me dá aquela fisgada dolorida. Faço força para que Sam não perceba minha dor, fechando minha mão em volta do tecido com força. Dói bem mais do que eu imaginava que doeria.
   — Mon, que marca é essa nas suas costas? — Sam me pergunta, parecendo estar preocupada.
   — Que marca? — Fico sem entender porque não deveria ter marca nenhuma, ainda.
   — Essa aí, roxa, né? — Ela aponta, me olhando como se eu tivesse tentando enganar ela.
   — Não sei... — Me lembro da hora que bati já tem tempo o suficiente para aparecer as marcas e penso que deve estar bem grande.
   — Eu tropecei e caí. Não foi nada, né?— Eu sorrio, tentando mostrar que não foi nada mesmo.
   — Tropeçou e caiu de costas? — Ela me olha muito desconfiada.
   — É que eu escorreguei, né? — Fico sem graça.
   — Escorregou, né? Venha aqui. Deixe eu olhar. — Ela manda e eu obedeço. — Mon, isso aqui está muito feio e você vai me contar o que aconteceu. Eu não vou mais falar com você se você não me falar a verdade.
   — A senhora Tee me empurrou e eu caí. — Olho para baixo com medo do que vai acontecer agora.
   — Quando foi isso? Ontem você não tinha nenhum roxo... — Ela parece estar nervosa.
   — De manhã. — Olho mais pra baixo ainda.
   — Entendo... — Ela fica com uma cara que me deixa com medo, mas pisca, respira fundo e me olha com a mesma calma de sempre. — Venha, vamos tomar banho. A água vai esfriar.
   — Sim. — Concordo e entro na água, olhando para ela com medo.
   — Por que me olha assim? — Ela está bem calma, mas eu vi o jeito com que ela ficou.
   — Não estou olhando... — Sorrio toda sem graça e me encosto na banheira, sentindo dor ao tocar.
   — Está doendo? — Ela me olha preocupada.
   — Um pouco. — Faço movimento com a mão dizendo que mais ou menos.
   — Depois, vou passar em você um pouco de Jidabokuippo que eu trouxe do Japão. É um remédio muito bom e nunca ficamos sem no Japão. — Ela fala com a calma de sempre.
   — Sim. — Eu concordo e aceito, mas sinto vontade de chorar pela situação.
   Saímos do banho e ela me ajuda a colocar a roupa de novo, tomando cuidado para eu não sentir dor nas costas. Ela é tão gentil com as mãos, que parecem plumas de peninhas de galinha. Fico com o coração quente por causa disso. Me sinto um bebê. E, depois, vamos para o quarto.
   — Tire a roupa e se deite na cama, por favor. Vou passar o remédio em você. — Ela manda.
   — Mas alguém pode ver porque a janela está aberta. — Fico meio assim.
   — Não se preocupe, eu vou trancar a porta para ninguém abrir. Feche a janela. — Ela é sempre tão calma e eu sou tão preocupada com tudo.
   — Sim... — Vou e fecho a janela.
   O movimento de puxar as duas janelas para dentro, faz minha dor voltar bem forte. O que me faz soltar um gemido involuntário e meus olhos se encherem de lágrimas. Acho que machuquei bem pior do que pensava.
   — Você está bem? — Ela vem perto de mim.
   — Sim. — Balanço a cabeça para esconder que eu quero chorar muito.
   — Tire a roupa, vou pegar o remédio. — Ela vai até a cômoda
   Tiro a roupa com toda a calma para não doer tanto e ela não perceber que eu sinto mais dor do que eu quero que ela pense. Depois me deito na cama de bruços.
   Fico deitada esperando, me sentindo meio assim. Não sei como me sentir sobre isso tudo. Porque é tão estranho. Eu sei que Sam nunca age da forma que eu espero. Eu já vi isso muitas vezes. Eu nunca sei como me comportar diante dela.
   Gostaria de te perguntar... Ela age da forma que você espera? Ou você fica sem entender igual eu fico? Você imagina que ela vai agir da forma que age? Eu não... É estranho e diferente. Eu nunca sei o que esperar dela.
   Ela fica ao lado da cama e parece que abre algo. Ouço o barulho de algo sendo aberto. Depois, sinto ela passar algo onde está doendo. Fecho os olhos com força, mesmo as mãos sendo delicadas. A dor é forte e nem quero imaginar a cor que deve estar. Mas sei o tamanho porque ela passa e eu sinto a dimensão. Não é tão pequeno. Pega uma reta de um lado a outro das minhas costas.
    — Fique deitada. O remédio vai ajudar. Não saia daí até eu mandar. — Ela diz e vai, de novo, até à cômoda.
   — Sim. — Obedeço o que ela disse.
   — Vou te contar uma história antes de ir buscar nosso café. — Ela se senta na cama perto de mim.
   — Não, eu vou buscar. — Eu mexo um pouco na cama. — É o meu trabalho, né?
   — Não, Mon. Não se mexa, vai tirar o remédio, né?  Eu vou buscar. Sei onde é a cozinha e segurar uma bandeja não vai me fazer mal. — Por que ela é tão lady? Tão calma e singela. E eu não consigo ser assim.
    — A senhora Yha vai estranhar. E você está grávida. Não pode ficar segurando peso. — Suspiro porque não posso me mexer.
   — Eu me resolvo com ela. Estou grávida, mas não estou morta. Muito menos, doente. Segurar uma bandeja não vai me matar, né? — Ela fala de um jeito que eu sei que não é pra eu falar mais nada.
   — Sim... — Suspiro de novo.
   — Você conhece a lenda da sakura? — Ela pergunta naquele jeito que ela tem.
   Na verdade, eu conheço. Meu pai me contou quando eu era uma menininha. Ele gostava de me contar algumas lendas e essa era uma. Até me disse que lá no Japão tem o costume de olhar a sakura quando ela floresce. Disse que isso se chama hanami.
   Ele disse que o florescimento da sakura mostra a fragilidade e trânsito da vida. As pessoas vivem igual as pétalas da sakura que caem. E as flores são a morada dos nossos ancestrais. Então, olhar as flores é como olhar para eles.
   Me lembrar disso, me faz entender o porquê de Sam trazer uma para cá. Ela trouxe os ancestrais junto com ela. Trouxe todos eles para não ficar tão sozinha longe de casa. E isso é tão bonito. Dá pra se entender o porquê ela não soltou a sakura e cuidou dela. O senhor Kirk deveria entender que Sam é uma pobre menina que saiu da casa dela e veio sozinha para um lugar que não conhecia. Ele deveria ter sido paciente.
    — Nunca ouvi. — Minto porque quero ouvir ela contando.
   — Vou te contar... Tem várias histórias e eu vou te contar todas. O deus da montanha chamado Oho-yama tinha duas filhas. A mais velha se chamava Iwa, a mais nova se chamava Saku. Um dia, o deus Ninigi, desceu do céu para se casar com uma das filhas. Ele escolheu a mais nova, chamando a mais velha de feia. Oho-yama ficou irritado com tal atitude e anunciou a sentença. Os descendentes de Iwa seriam sólidos e eternos como as rochas. Os descendentes de Saku, que vinham desde o Imperador até a pessoa mais comum, viveriam de forma curta, assim como a flor da primavera. Quando Saku morreu, uma linda árvore nasceu em seu túmulo e foi chamada de sakura. — Saku significa florescer e Iwa significa rocha, por isso a lenda diz que os descendentes se Iwa seriam como rochas. — Outra história diz assim... Uma fada, um dia, decidiu ajudar uma árvore que nunca havia florescido a conseguir florescer. Então, a transformou em um homem, dando vinte anos para ela experimentar os sentimentos humanos para que isso pudesse a ajudar a florescer. Estava acontecendo uma guerra muito dolorosa entre os homens, o que deixou a árvore muito triste. Mas um dia, o homem-árvore conheceu uma menina linda e eles se apaixonaram. Ele contou que era uma árvore para ela e que seria difícil eles viverem o amor eterno. Então, ela quis se tornar uma árvore também para que eles ficassem juntos. Os dois se tornaram uma única árvore que florescia as mais lindas flores. A árvore que unia o amor dos dois foi chamada de sakura. Bom... A lenda da sakura de flores rosa é um pouco triste. Um governante cruel ordenou que uma mãe fosse amarrada em um tronco de uma árvore e chicoteada até a morte. A árvore, triste por ver tal situação, floresceu e as pétalas rosas passaram a mostrar que as vítimas inocentes mereciam a beleza das flores e não o sofrimento. E tem essa outra história. Uma vez, uma árvore de sakura cresceu no jardim de um samurai, florescendo sempre e de forma muito bela. Ele brincava debaixo dela quando menino, sabendo que seus pais e ancestrais brincavam também. Quando cresceu e seus filhos foram morrendo antes da morte dele, foi sobrando só a árvore em sua vida. Certo verão, a árvore começou a morrer. O velho samurai adoeceu de tanta dor pela morte da árvore querida. No décimo sexto dia do calendário lunar, ele saiu para o jardim, curvou-se para o tronco da árvore e implorou para que ela florescesse novamente. Então, retirou sua vida, ao ver que nada havia acontecido. Após sua morte, sua alma foi para a árvore, dando a vida para a árvore. Ela floresceu novamente. E foi assim que a sakura passou a florescer sempre nessa data.
   — Me conta mais sobre a lenda da árvore que se tornou homem. — Eu gosto muito dessa porque é sobre amor.
   — Aquela era uma época de muitas guerras e muitas mortes de homens humildes. O país estava mergulhado em tristeza e desolação. Uma guerra sempre começava após o término de outra. Havia uma bela floresta, onde a guerra não atingia. Ela possuía belas árvores com flores cheirosas que consolavam os habitantes atormentados pelas guerras. E, não importava quantas guerras começassem, nenhum exército ousava invadir aquela floresta. Mas, no meio daquela floresta, havia uma árvore que nunca florescia. Embora cheia de vida, seu tronco era esguio e seco, como se estivesse morta. A árvore se sentia solitária, pois os animais não chegavam mais perto dela, temendo sua maldição. Nem a grama crescia por ali. Certo dia, uma fada se compardeceu de sua solidão e resolveu ajudar. Lançou um feitiço que duraria vinte anos. Durante esse tempo, a árvore poderia ser humana ou árvore para poder sentir vontade de florescer. Mas, se ela não conseguisse florescer após os vinte anos, ela morreria. No início, a árvore se decepcionou por ver só guerra e ódio entre os homens. E decidiu ficar como árvore por um tempo. Os anos passaram e ela decidiu virar homem, novamente. Certo dia, caminhando até um riacho, a árvore observou uma bela jovem. O nome dela era Sakura. Impressionada pela beleza, a árvore aproximou-se. Sakura foi gentil e a árvore ajudou a moça a levar água até sua casa. Eles conversaram sobre a guerra e os sonhos que tinham. Sakura perguntou seu nome e a árvore disse ser Yohiro. Então, eles se tornaram amigos e passaram a se ver sempre. A árvore passou a contar os minutos para ver Sakura, novamente. Até que Yohiro, cheio de amor no coração, confessou seu amor e disse que era uma árvore. Sakura ficou chocada e não disse nada. O tempo passou e os vinte anos estavam para acabar. Yohiro ficou mais triste do que nunca, decidindo se transformar em árvore novamente e aguardar a morte. Até que Sakura apareceu, abraçou seu tronco e disse que sentia o mesmo. Não queria que ele morresse. Nesse momento, a fada apareceu e perguntou se Sakura queria que Yohiro fosse homem ou árvore. Se ela escolhesse a árvore, Sakura teria de se fundir com ele sendo, os dois, uma árvore. Ela escolheu se fundir com ele. Os dois se fundiram e Yohiro conseguiu florescer junto com Sakura. O amor dos dois floresce no Japão desde então, tendo o nome de sakura pela coragem da bela moça. — A voz dela me faz sentir bem e feliz, meu coração está tão quentinho.
   — Essa é uma história muito linda. Você seria uma grande contadora de histórias. — Eu sorrio comigo mesma, pensando no amor dos dois e em como eu seria uma árvore com Sam se ela me amasse.
   — Sim, muito linda. Gostou de saber sobre ela? — Ela parece estar feliz.
   — Sim, muito. — Ela nunca vai saber o quanto.
   — Já está sentindo a dor aliviar? — Ela pergunta com a calma de sempre.
   — Nem me lembrava mais que estava doendo. — Rio um pouco e a dor volta.
   — Isso é bom. Fica mais um pouco deitada. Eu vou buscar o nosso café e depois vamos estudar um pouco. — Ela se levanta e eu não falo nada porque sei que ela não vai gostar se eu falar que é meu trabalho.
   Ela sai do quarto e fico pensando que nós nos beijamos e ela agiu como sempre. Sei que é bobagem pensar isso, mas me veio essa lembrança. Ela ficou calma e eu estava explodindo. E depois ela me leva para ver a sakura, falando que ali será nosso lugar. Agora cuida do meu machucado e conta lendas para mim. Isso tudo me deixa feliz e confusa.
    Meu coração está aqui todo confuso porque parte de mim sente que ela gosta de mim assim como eu gosto dela e que ela faz tudo isso porque gosta de mim. Mas aí eu me lembro de que ela diz que somos amigas. Eu me lembro que sou só a dama de companhia de uma mulher grávida de um homem que está na guerra. Mulher grávida que veio do Japão e se sente sozinha. Ela só precisa de uma amiga e não do meu amor. Até porque eu sou só uma camponesa que trabalha pra ela. E eu vou me casar. Caramba, eu vou me casar essa semana! Que lembrança horrível! Por que eu tinha que me lembrar? Eu mesma me sabotei.

Eu chamo de 2 Grande Guerra e não de 2 Guerra Mundial porque na minha visão, tecnicamente falando ela não é a segunda mundial. Por que? Porque na minha visão a primeira guerra mundial aconteceu no oceano nas navegações, pois ocorreu em todos os oceanos do mundo. Ou seja, foi mundial, mesmo sendo de europeu contra europeu, afetou as regiões do mundo. Por exemplo, uma guerra que aconteceu tanto no oceano quanto em terra foi de Portugal contra a Holanda, a Guerra Luso-Holandesa. E essa história é interessante pra caralho porque ela chegou até Salvador, então capital do Brasil. Na verdade, ela tomou conta do nordeste. E ela aconteceu bem no mesmo período da Guerra dos 30 anos que é a minha guerra favorita de todas e eu vou postar sobre ela depois. Churchill um dia disse que essa guerra foi a verdadeira 1 Guerra Mundial. E eu adoro que a Guerra dos 30 anos aconteceu lá na Europa, mas ela estourou aqui no Brasil. Eu vejo as coisas assim: a Guerra dos 30 Anos foi a guerra principal, a Primeira Guerra Mundial. E no meio dela aconteceu a guerra entre Portugal e Holanda que veio para o Brasil. E ela veio para o Brasil porque Portugal era da Espanha na chamada União Ibérica, fazendo o Brasil ser da Espanha. Eles falam que foi guerra da Holanda contra Portugal, mas tecnicamente Portugal nem existia mais. Ele era uma colônia da Espanha e o Brasil era outra colônia da Espanha. E a Holanda estava guerreando contra a Espanha pra ter a independência porque ela também era da Espanha. Nesse período a Espanha era dona da porra toda. Era dona da América inteira e tudo mais que era de Portugal, além das coisas dela mesma. A guerra dos 30 anos foi a queda da Espanha. Uma dica pra você que vai tentar fazer vestibular ou Enem... Guerra dos 30 anos está ligada à guerra Luso-Holandesa, guerra Franco-Espanhola, União Ibérica, Independência da Holanda (Guerra dos 80 anos ou Revolução Holandesa), queda do poder da Espanha. Mas nos livros eles colocam SÓ a 1 e 2 Grande Guerra como algo grande ou as Guerras Napoleônicas né? Porque a Guerra dos 30 anos foi uma guerra cristã e ninguém quer assumir como cristão é uma praga. Eu vou mostrar como ela é tipo GOT. Quem gosta de GOT vai notar.

Illicit Affairs (REPOSTAGEM REVISADA E MELHORADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora