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📄ANY GABRIELLY

Outra sessão do julgamento foi marcada devido a todas as informações jogadas por ambos os lados. Teríamos que sair e voltar com coisas novas, cartas na manga que ninguém esperasse e para isso tínhamos que procurar de novo.

— Vamos, Any, pense em alguma coisa. — Savannah disse pela décima vez desde que chegamos ao apartamento de Noah.

— Eu já te dei tudo o que eu podia. — eu também estava repetindo aquilo.

— Você disse que o denunciou uma vez. O que aconteceu? — ela questionou.

— Nada. O delegado só fingiu que eu não estive lá. Não sei o que ele fez com o meu boletim.

— Então eu terei que descobrir e encontrar isso. — ela se preparou para sair. — Me desejem sorte.

— Confiamos em você. — Noah disse e a acompanhou até a porta.

Depois que Savannah se foi ele olhou para mim atenciosamente.

— Como você está? — perguntou.

— Eu estou sentindo muitas coisas e nenhuma delas é boa. Estou com raiva, desesperada, triste, frustrada... Eu poderia socar alguém agora. — fechei os olhos e me imaginei socando a cara do Robert.

— Any. — senti as mãos de Noah em meus joelhos então abri os olhos.

Ele estava agachado na minha frente enquanto se apoiava em minhas pernas.

— Guarde essa raiva para o tribunal. Aqui, na minha casa, você pode se sentir bem, segura e livre. E eu vou fazer o que você quiser para que se sinta melhor. — sorriu.

— Você já está fazendo muito. — aproximei-me e segurei o seu rosto entre as minhas mãos. — Às vezes eu me pego tentando imaginar o que vai acontecer se eu vencer o Robert.

— Quando você vencer. — me corrigiu.

— Quando. — repeti. — Acho que eu não quero mais morar aqui.

— Nesse prédio?

— Em Londres. Eu vim à essa cidade para conquistar a minha independência e realizar os meus sonhos, mas aí veio uma pessoa terrível e me manipulou para mudar os meus objetivos. Essa cidade me lembra de que eu fracassei.

— Você não fracassou, você é uma vítima e nunca deve se culpar.

— Você é tão bom que nem parece real. — suspirei. — Você é real? — acariciei o seu rosto.

— Tanto quanto esses seus olhos incríveis.

Não resisti e tive que beijá-lo. Noah imediatamente me puxou para o seu colo e sentou no tapete enquanto segurava a minha cintura. Nas pausas entre os beijos, estávamos sorrindo. Mesmo que o mundo desmoronasse eu o tinha comigo como o meu maior apoio e isso bastava.

— Ei... — ele disse quando nos separamos para tomar fôlego. — Eu também tenho pensado no futuro.

— E no que seria?

— Uma casa espaçosa em um bairro calmo e pacato onde as crianças podem brincar na rua à vontade. Tem um cachorro lá e ele vai envelhecer com a gente. Além dele duas ou três crianças, na verdade quanto mais melhor. — riu. — Tem você. E tem a gente sendo mais feliz do que nunca.

— Parece perfeito. — e realmente era. — Eu quero muito fazer isso.

— Nós vamos. — me deu um beijo breve. — Eu te amo.

— Eu também te amo.

[•••]

Naquela noite, eu pensei em algumas coisas antes de decidir dormir. Olhei para Noah tranquilo ao meu lado em seu sono profundo e quis desesperadamente arranjar algo que pudesse tornar aquele futuro que ele descreveu realidade. Eu não tinha nenhuma prova concreta de que Robert era um homem violento comigo, mas poderia criar uma. Eu não iria mentir, só tinha que fazê-lo agir assim uma última vez.

Save Me ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora