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📄ANY GABRIELLY

As minhas malas estavam prontas perto da porta, mas elas teriam que esperar mais uma semana para serem usadas. Robert ainda dormia, o que significava que a dose dupla que eu lhe dei foi eficiente e talvez eu devesse fazer isso em outros momentos para que ele me deixasse em paz.

Deixei as malas escondidas no guarda-roupas e coloquei o uniforme de Robert para fora para que ele não tivesse que o procurar. O observei dormindo e pensei na melhor maneira de acordá-lo. Ergui o braço e com as costas da mão dei um tapa forte em seu rosto, o fazendo acordar assustado.

— Querido, o que foi? — dramatizei. — Teve um pesadelo?

— Eu... — franziu a testa com uma expressão confusa. — Acho que sim. — esfregou o próprio rosto.

— Você precisa ir trabalhar. É o seu primeiro dia. Eu vou preparar o café da manhã.

— Ainda não está pronto?

— Vai estar quando você terminar o seu banho e se vestir. — forcei um sorriso. — Eu não queria me adiantar e correr o risco de tudo ficar frio.

Eu estava com tanta raiva e pensar em ter que olhar no seu rosto por mais alguns dias me deixava ainda mais aborrecida. Mas aí eu lembrava do motivo disso e achava muito justo dar o meu apoio ao Noah. Ele me ajudou com a minha autoestima, me fez sentir bem comigo mesma toda vez que eu estava com ele e agora havia me proporcionado sexo bom de verdade, desses que não dá pra esquecer nenhum detalhe.

Robert foi direto para o banho e eu preparei um café da manhã padrão com ovos, torradas, bacon e um café forte. Ele voltou trajando o seu uniforme e sentou perto de mim na mesa.

— O que vai fazer hoje? Não quero que saia de casa. — ele disse.

Respirei fundo antes de responder.

— Não tenho motivos para sair. — mas iria se quisesse.

— Ótimo. Vejo que parece ter tirado a idea absurda do divórcio da sua cabeça. Finalmente aceitou que as pessoas estão mentido para você por inveja?

— Claro. — mais uma vez eu tinha que lhe dar um sorriso falso.

Ele começou a falar sobre alguma coisa da qual eu não me importo sobre como todo mundo adoraria ter um casamento estável como o nosso e como isso motiva as pessoas a agirem de má fé. Eu não podia ficar com raiva naquele momento, então resolvi concentrar o meu pensamento na noite que tive com o Noah. E eu sorri na cara do Robert enquanto as memórias sobre aquilo estavam acesas na minha cabeça.

— Mas temos que ser inteligentes, Any. Aprenda um pouco comigo.

Idiota. Você é um grande idiota. Um idiota com um par de chifres.

Foi um desprazer ter que me despedir dele na porta, ainda mais quando ele me beijou. Eu queria chutá-lo para fora e esperar que ele não voltasse, mas ao menos eu tinha algumas horas sem aquela presença negativa.

Quando Robert abriu a porta, acabou dando de cara com o Noah que também estava saindo para trabalhar. O meu querido vizinho usava uma camisa social azul clara, uma calça jeans e os seus óculos de grau. Como um homem conseguia ser tão bonito? Atrás de Robert, eu soltei um suspiro silencioso.

— Bom dia. — Noah disse acenando com a cabeça uma única vez.

— Bom dia. — Robert respondeu e depois virou-se para mim. — Entre. — ficou sério.

Fiz o que ele disse e entrei fechando a porta atrás de mim. Durante aquela semana eu teria que aguentar ser submissa mais um pouco, mas o que eram sete dias perto de três longos anos arrastados sendo a escrava de um homem que não sabe o significado da palavra respeito?

Save Me ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora