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📄ANY GABRIELLY

As próximas horas depois que o Noah saiu do hospital foram cruciais. Eu não sabia o que o Robert diria ou faria, algo que me deixava temerosa. Não foi uma surpresa que ele contasse ao médico que apenas caiu, a maior surpresa foi ele sair do quarto e agir como se estivesse tudo bem.

Pegamos um táxi para voltar para casa e durante o caminho ele segurou a minha mão, mas não disse nada. Achei que ele poderia apertar, mas não fez isso. Seu toque era leve e normal. Nós chegamos em casa e depois que entramos eu me preparei psicologicamente para o que estivesse por vir, mas outra vez ele me surpreendeu ao não fazer nada além de sentar no sofá e descansar a cabeça enquanto mantinha os olhos fechados.

— Pelo menos terei alguns dias de férias. — falou. — Preciso de água. — levantou-se.

Eu não conseguia não olhar para ele com estranheza. Um segundo depois Noah estava em minha porta e eu entrei em pânico. Robert foi gentil e agradeceu, depois disso o Noah foi embora. Agora sim eu acreditava que o meu marido faria alguma coisa.

— Estou com fome. — disse apenas.

— Eu tenho que ir à farmácia comprar os remédios que o médico receitou. — falei.

— Ok. — ele assentiu. — Então eu vou esquentar o jantar enquanto isso.

— Vai? — franzi a testa.

— Sim.

— Ok... — eu disse ainda incerta.

Peguei a minha bolsa e saí do apartamento com a sensação de que alguma coisa não estava certa. Por que ele estava sendo legal e por que parecia que nada havia acontecido? Eu o mandei para o hospital depois de ele ter tentado me sufocar, então não deveríamos ignorar essa situação. Apesar disso, a maneira boa com a qual ele me tratava me assustava mais do que se ele estivesse gritando comigo. Porque quando ele gritava eu sabia o que ia acontecer, mas quando tudo estava calmo era difícil ter qualquer noção.

Ao retornar para casa, o encontrei arrumando a mesa de jantar e estranhei ainda mais. Ele sorriu para mim e puxou uma cadeira, indicando que eu deveria sentar ali.

— Por favor, querida. — chamou-me depois de ver eu ficando parada.

Desconfiada, acomodei-me no assento e assisti enquanto ele servia o meu prato.

— Você está bem? — eu tive que perguntar.

— Com um pouco de dor de cabeça. Talvez melhore depois que eu tomar os remédios, não acha? — sentou ao meu lado e começou a servir o seu prato.

— É. — dei de ombros.

— Amor... — segurou o meu pulso antes que eu pudesse pegar o talher.

— Sim? — olhei de relance para ele, atenta a qualquer movimento brusco.

— Acho que deveríamos tomar algumas atitudes de agora em diante.

— Como assim?

— Não estamos lidando bem com os nossos problemas, deveríamos parar de brigar, você não acha?

— Eu sempre achei. — disse automaticamente. — Não sou eu quem brigo aqui.

Robert respirou fundo e assentiu positivamente.

— Mas você causa as brigas, precisa admitir. Se não me irritasse eu não a machucaria. O que eu quero dizer é que você pode parar de agir desse jeito e eu paro de perder o controle.

— Às vezes é difícil para mim entender o que eu fiz de errado. Você poderia apenas conversar comigo.

— Claro. Claro. — soltou o meu pulso. — Vamos conversar sobre algumas coisas.

Save Me ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora