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- Tainá 🦋

Doze horas de parto pra Tayla nascer a cara do Talibã.

Tô a meia hora olhando minha filha no meu colo enquanto mama e tô admirada que ela não tem nada meu.

Os olhos, a boca, o nariz, até a sobrancelha e do Talibã.

E eu nem tomei ranço da cara dele, olha só que sacanagem.

Tayla nasceu hoje pela madrugada, foi onze horas sentindo dor e uma hora de parto. Além de nascer a cara do pai já é doida igual ele, a criatura nasceu pelos pés.

O correto é saí a cabeça do bebê primeiro, a Tayla colocou os pés, ou seja ela tava sentada, não pude fazer cesaria pra não correr risco de cortar ela, então tive que ir no parto normal.

Foi difícil, os médicos com todo o cuidado e eu com muita dor, Talibã nervoso, me deixando nervosa, o povo lá fora nervosos, enfim o caos.

Tayla nem nasceu direito e já colocou o coração de todo mundo a prova.

Se não for assim nem é minha filha, porra, precisa nem de DNA. Aparência do pai e a personalidade pelo visto vai ser igual a da mãe.

Tenho dó do Talibã, vai sofrer tanto.

Talibã : Que legal - olhei pra ele - Quase matou todo mundo do coração e agora tá aí, grudada no meu peito como se não tivesse acontecido nada - falou bolado e eu ri baixinho.

Parece que ela entendeu direitinho o que ele disse, tirou a boquinha do meu peito e ficou encarando o Talibã por um tempo e voltou a mamar fechando os olhos.

Talibã : Mas que filha da mãe - comecei a rir - Porra, tem nem quatro hora de vida e já tá debochando.

- Oh amor, tu vai sofre tanto no futuro - ele fez careta - Olha pelo lado bom, ela é a sua cara, e você quando quer tem cara de mal - ele sorriu.

Talibã : Ansioso pra ela cresce logo pra eu ensinar ela a chutar os meninos - sorri.

- E se ela gostar de menina? - ele ficou calado.

Talibã : Ensino a puxar os cabelos - dei risada.

- Então ela não vai gostar nem de um e nem de outro?

Talibã : É - sorriu orgulhoso - Só eu na vida dela tá bom, precisa de ninguém mais não.

- Ela vai ter que casar algum dia - ele me olhou bolado.

Talibã : Vamo parar por aqui? Tô afim de infarta não - dei risada.

- Avisa pra ele meu amor - fiz carinho no cabelinho dela - Que quando você crescer, vai rebolar a raba mais a mamãe nos baile - Talibã me olhou incrédulo e a Tayla abriu os olhos dando um sorriso banguela.

Talibã : Eu não mereço ver essas coisas - comecei a rir - Ela entendeu Tainá, ela praticamente concordou - gargalhei.

- Eu não posso rir por causa dos pontos cara - suspirei - Ela sabe que é verdade.

Talibã : Não é não - sorri - Tô vendo que vou ter cabelo branco antes da velhice.

- Isso aqui - apontei pra Tayla - É remédio pra homem safado - ele sorriu - Agora tá na sua vez de pagar pelos pecados.

Talibã : Vou nem falar nada - sorri.

- Quem mandou aprontar tanto na vida - ele ficou calado - Agora tá na vez dela.

Talibã : Você me odeia né? Por que não é possível - sorri.

Entreguei ela pra ele e o mesmo ficou caminhando com ela no colo pelo quarto, sorrindo todo bobo.

No complexo do Alemão Onde histórias criam vida. Descubra agora