My Angel

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Hannah enrijeceu quando seus olhos pousaram neste homem, ela parecia paralisada e envergonhada.

- Então? — o homem se perguntou, olhando para ela. Ela apenas abaixou a cabeça na frente dele e brincando com os dedos.

Levantei minhas sobrancelhas com a reação dela, eu que a ouvi insultá-los atrás dos dois enquanto estavam lá, eu a vejo fazendo seu medo na frente dele agora.

O homem olhou para mim, tinha um brilho nos olhos que me fez virar junto com ele. Eu estava perdida em seu olhar quando vi seu peito se contrair sob sua respiração pesada.

Seu cabelo escuro estava meio preso em um coque com mechas caindo sobre seu rosto liso.

Ele passou por mim a caminho do hangar e eu o observei se afastar da minha visão.

- É o Tom. — Hannah disse vendo-o sair também.

- Por que ele falou sobre...

Me cortei pensando no que esse Tom havia dito: “Sua bucetinha consegue até sentir o gosto das sensações e você ousa dizer que se arrepende do passado?”. Eu não queria tocar no assunto pensando que era um assunto privado, então não falei sobre isso.

//POV'S Tom

Ela estava na minha frente, seu olhar fixo no meu enquanto ela olhava nos olhos de uma forma estranha. Ao olhar para o anjo que sempre esperei ter para mim. Ela estava tão perto que eu poderia tê-la tocado, mas apenas a teria sujado.

Hannah era uma daquelas garotas que ficava feliz em dormir comigo, eu nem a forcei, ela veio como um cachorro aos meus pés me implorando para transar com ela.

- Então onde está? — Eu perguntei assim que passei pela porta e fui em direção a Bill e o mecânico.

- Vamos buscá-la amanhã. — respondeu Bill, colocando as mãos nos quadris.

- Aproveite para limpar também, vou te dar uma dica se achar que vale a pena. — falei entregando as chaves do meu carro para o homem.

- Ok, senhor. — disse o jovem, curvando as costas na minha frente.

Olhei para ele, sorrindo satisfeito com sua obediência cega.

A mídia ousou dizer que sentia pena de nós, mas quando ficamos cara a cara, fingiram que a morte estava bem na frente deles. E eu adorei esse poder, não precisei mais apontar uma arma entre os dois olhos deles, meu simples olhar os fez paralisar no local.

Olhei para Bill, que me olhou se desculpando, ele presumiu que eu devia ter esbarrado em Taylor e ficou muito chateado com isso.

Apenas suspirei e caminhei até o grande portão da garagem por onde os carros estavam entrando para sair daquele ambiente abafado.

O frio atingiu meu rosto, mas adorei aquela sensação de congelamento. Peguei um cigarro e acendi com meu isqueiro, observando o céu ficar cada vez mais escuro.

As estrelas brilhavam mais que nas outras noites e isso me aqueceu mais.

Um barulho fez minha cabeça girar bem quando você vê uma silhueta saindo da loja através de uma porta, e reconheci Taylor, que também estava fumando.

- Quão pequeno o mundo pode ser. — murmurei enquanto caminhava até ela.

Meu coração queria ir vê-la, pelo menos para ter certeza de que ela estava bem, já que durante todo esse tempo ela foi tirada de mim.

//Ponto de vista de Taylor

Tentei acender meu cigarro mas o isqueiro estava seco, tenho mesmo que aprender a não emprestar para as pessoas para economizar gasolina.

- Quer um isqueiro? — perguntou aquela voz atrás de mim novamente.

Eu me virei e vi o homem de antes, Tom.

- Não, obrigada. — eu disse, colocando a mão na maçaneta, prestes a abri-la para fugir dele.

- Espere, fique. — ele ordenou colocando a mão nas costas da minha.

Olhei para ele confusa, meus cabelos voando ao vento enquanto sua mão gentilmente se afastava da minha.

Eu não queria que ele fizesse nada comigo, então apenas o observei esperando pelas próximas palavras.

Ele limpou a garganta enquanto tragava o cigarro, espremendo a fumaça do nariz. Enquanto deixava o cigarro entre os lábios, tirou um isqueiro do bolso e colocou-o na palma da minha mão, substituindo o vazio.

Ele era doce, mas por que ele se comportou assim comigo foi realmente... estranho.

Tudo foi, seus gestos, a situação, a atmosfera.

Ele ficou em silêncio e eu não tinha absolutamente nenhum medo dele. Ele não se parecia com o homem descrito em seus diários. E ainda assim era ele mesmo, Tom Kaulitz.

- O que uma garota bonita como você está fazendo em uma garagem velha e nojenta? — ele disse exalando a fumaça no céu.

Fiquei surpresa com a pergunta dele, o que ele esperava de mim? Me senti compelido a responder, não havia por que não responder de volta quando ele estava calmo e inofensivo.

- Ajudando meus amigos. — completei, acendendo meu cigarro com o isqueiro dele.

- Entendo. — ele respondeu simples.

Fiquei envergonhado com a presença dele, mas ele não me desagradou. Entreguei-lhe o isqueiro, mas ele afastou minha mão.

- Fique com isso meu anjo.

- Não me chame assim. — murmurei, olhando para o chão.

- Então, qual é o seu nome? — ele perguntou-me abaixando a cabeça para a minha.

- Amber. — eu menti.

Ele olhou para mim divertido com a minha resposta e desviou o olhar do meu.

- Satisfeito, Taylor.

Eu fiz uma careta e me afastei dele surpresa que meu nome saiu de sua boca.

Ele começou a rir, seu sorriso era lindo enquanto sua risada soava como uma melodia... uma melodia que eu já tinha ouvido antes.

- Ei Tom, o que você está fazendo? — gritou um pouco mais o homem maquiado.

Tom suspirou e me lançou um olhar de pesar.

- Vejo você de novo, meu anjo. — ele disse recentemente, se afastando de mim.

Tom parecia o homem dos meus sonhos, eles tinham o mesmo olhar, o mesmo jeito de enfeitiçar e o mesmo brilho. Esses sonhos se transformando em um pesadelo horrível, em um banho de sangue... E acho que foi por isso que me senti atraída por ele, ele me fez sonhar.

Eu já queria vê-lo novamente.

The Forgotten Feeling [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora