Frustrated Georg

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               |Ponto de vista de Tom |

O trabalho na rua em frente me acordou, eu havia adormecido no sofá.

Tive uma dor de cabeça terrível, provavelmente por causa do álcool do dia anterior. Levantei-me lentamente, olhando para a cozinha onde o corpo estava ontem. Eu não queria que o cheiro de decomposição perturbasse meu sono, então guardei-o em um depósito.

— Afinal o álcool não me faz tão bem — sorri, me levantando do sofá notando que estava seminu.

Eu nem me lembrava se tinha realmente transado com ela, apenas me lembro de ter escalpelado sua beleza roubada e sentir seu sangue quente e fluido escorrer pelo meu braço. Tive que tomar banho, o problema é que não tinha outras roupas limpas.

— Porra, fala sério... — murmurei, caminhando em direção à pia da cozinha, tirando a bandana que cobria meu pulso.

meu pulso, que escondia meu antigo corte. Não estava completamente curado, mas eu quase não sentia mais nada.

Cerrei o punho, estourando minha artéria ulnar. Já me enojava o suficiente olhar para as feridas no meu corpo, estava prejudicado, físico e moralmente.

Coloquei a bandana sobre o balcão e lavei os antebraços com água quente. O calor queimou o ferimento em meu pulso, fazendo-me sentir vivo, apesar de ter experimentado a morte na noite passada.

Felizmente a bandana não estava manchada de sangue.

Eu queria fechar a braguilha de minha calça, mas um pensamento me impediu:

Seu corpo perfeitamente esculpido, seus seios no formato de minhas mãos enquanto sua pele macia chamava a minha para se fundir sob nosso suor.

Mordi o lábio hesitantemente, mas cedi. Abaixei minha boxer e comecei a ter prazer ao pensar nela. Quando pensei nisso, eu era apenas uma pessoa obcecada que aprendeu a se controlar, mas era preciso dizer que essa parte ainda estava em mim e que precisava ser liberada. E eu não podia mais esperar que ela aparecesse na minha frente, e foi aí que me lembrei que tinha fodido bem essa estranha na noite passada. Eu tinha imaginado Taylor no lugar dela, mas quando a realidade me atingiu... eu não consegui me controlar deixando essa garota me fazer trair. Tentei pensar em alguém que não fosse Taylor, se eu poderia deixar a vida dela sem “sentir falta” dela.

Taylor era meu tudo, a forma como suas curvas roçavam as minhas, sua voz quebrada e fina toda vez que eu empurrava seu corpo em êxtase.

Estremeci com a sensação que esses pensamentos me deram, só de pensar nela poderia me deixar louco... Até me pergunto se o que estou fazendo é um erro, mas ela é tão... perfeita.

Pequenos sons ásperos saíam da minha boca, era bastante complicado fazer as pessoas ouvirem e só precisava pensar em Taylor para eu ir à loucura.

Eu estava com "tudo" na mão e gostaria que fosse ela quem limpasse.

— Nojento pra caralho — sorri, falando comigo mesmo.

Passei a mão debaixo d'água e fechei o zíper, puxando o suéter por cima do corpo suado.

Peguei a bandana e coloquei na testa dessa vez, dando um nó atrás. Rapidamente joguei um pouco de água no rosto e fui em direção ao depósito, abrindo a porta para que o cadáver ficasse visível.

Não planejei esconder meu assassinato, pelo contrário.

Afastei-me do corpo e saí do apartamento sem me preocupar em fechar a porta da frente atrás de mim.

Estava muito frio lá fora, a brisa me trouxe de volta à temperatura ambiente enquanto eu caminhava em direção ao meu carro...

Porra, onde eu o estacionei...? Que merda.

The Forgotten Feeling [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora